CAPÍTULO - CINCO

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SEBASTIÁN FONTANA

— Eu já não aguento mais ouvir seu nome em tudo que é lugar. — Resmungo, vendo Cezar erguer o olhar, me encarando sem entender.

— Do que está falando?

— Estão comentando muito sobre você e Charlotte formarem um belo casal. Estão esperando isso acontecer mais cedo ou mais tarde. — Falo e ele revira os olhos, não parecendo muito animado. Qualquer um no lugar dele certamente estaria dando pulos de alegria. Charlotte é uma mulher desejada pelos futuros líderes da Corte, mas aparentemente, o único que não parece animado é o meu irmão, a quem provavelmente teria mais chances.

Apesar de Charlotte ser minha submissa por baixo dos panos, não passa disso. Nunca me passou pela cabeça casar com ela e nem com ninguém. Não sou obrigado. Seria interessante tê-la como cunhada.

Cezar é um dos homens mais cobiçados dentro do nosso mundo, então os dois estão no pico do alvo para alianças. Em quesito de beleza, ele e Charlotte estão no topo, ambos dentro dos padrões rígidos. Era tão surreal essa disputa por alianças, que mesmo alguns pais tendo filhos ainda pequenos, menores de idade, empurram as meninas para Cezar. É inacreditável o ponto em que alguns chegam. Felizmente, meu irmão detesta esse tipo de oferta e sempre nega.

— Não tenho nada com aquela ragazza. — Cezar falou, concentrado em seu notebook, como de costume. Não é para menos. Ele estava dando seu sangue para ser apto ao cargo Líder, mas estava ignorando o fato de que precisaria de uma esposa para isso acontecer. E assim, eu me tornaria seu Consigliere.

Donna. — Corrijo e ele me encara, arqueando uma sobrancelha em questionamento. — Charlotte não é mais uma ragazza. É uma adulta, uma donna que seria perfeita para você. — Falo e ele suspira, cruzando os braços e se recostando no sofá daquele bar. O bar a qual foi atacado há alguns meses. Mas a segurança já foi restabelecida.

— Também é um dos admiradores da Charlotte? Por que a defende tanto? — Cezar questionou, me fazendo sorri, acendendo meu costumeiro cigarro.

— Não a defendo. Só detesto que confundam uma donna com uma ragazza. Crianças devem ser tratadas como crianças, mulheres como mulheres. Não há como misturar ambos. — Falo e ele concorda, em um suspiro exaustivo.

— Nem me fale em crianças… — Resmungou, bufando.

— O que foi? — Questiono, sabendo que algo o incomodava. Ele nem sabia disfarçar. E mesmo que tentasse, eu sempre notava.

— Me ofereceram uma ragazza de 15 anos como minha noiva. — Falou, chamando minha atenção.

— Ao menos não é a de 11 da semana passada. — Brinco, rindo, ele praguejou, arremessando uma caneta em mim, a qual devolvi na mesma força.

Fanculo! Preciso de uma esposa para me tornar Líder, e não uma pirralha para virar babá. — Resmungou, suspirando em desgosto.

— Por isso falam tanto de você com a Charlotte. Por que não tenta?

— Ela não aceita casamento algum. E ela não me atrai em nada. — Falou, o que me fez franzir as sobrancelhas, surpreso.

— A Charlotte não te atrai? Então case com uma porta. Você tem sérios problemas com o mal gosto. — Falo e ele revira os olhos, algo que já virou mania. Ele só tenta controlar esse gesto quando está em eventos e rodeados de líderes, mas já notei que ao não poder revirar os olhos por educação, ele fica batendo o pé se tiver em pé ou o balançando se tiver sentado. Passa a mão no cabelo em sinal de que está odiando ou discordando completamente do que o outro está falando. É muito fácil entender mio fratello.

VERDADE OU CONSEQUÊNCIA? - Livro 3 da série A Ascensão do Alto Escalão Onde histórias criam vida. Descubra agora