VERDADE OU CONSEQUÊNCIA? - Livro 3 da série A Ascensão do Alto Escalão

CAPÍTULO - DEZ

EMMANUEL SÁNCHEZ

— Não quero mais jogar… — Resmungo, com o travesseiro em meu colo, cobrindo minha nudez. Eu acabei perdendo todas as partidas. Sebastián parecia ser o rei daquele maldito jogo e agora eu que estava completamente nu em sua cama, quando na real eu tinha imaginado o contrário.

— Agora pode admitir sua derrota. — Sebastián provocou, mas não iria ferir o meu orgulho.

— Quero revanche!

— Você não tem mais nada para tirar. — Rebateu, sorrindo.

— Você bem que podia facilitar… — Resmungo, e logo me assusto quando ouço um ruído na porta, me fazendo ir rapidamente para o lado de Sebastián, me cobrindo como podia. Sebastián se levantou, mas eu rapidamente agarrei seu braço. — Vai abrir a porta comigo nesse estado?! — Exclamo e ele revira os olhos.

— É o Joaquin. — Ditou, seguindo até a porta, a abrindo e deixando o gato escalar seu corpo até chegar em seu ombro. Logo ele fechou a porta novamente, a trancando, para meu alívio.

— Sebastián… será que agora podemos conversar sobre o que aconteceu? — Questiono, vendo ele deixar o gato em cima de uma poltrona, onde tinha uma manta vermelha que o gatinho logo se embolou, parecendo confortável. Sebastián caminhou até a cama, se sentando de frente para mim e arrumando as cartas.

— Do que, exatamente? — Questionou, me fazendo olhá-lo.

— Bom… sobre sua discussão com seu irmão e… sobre a gente? — Falo, meio incerto.

— O que tem a gente? — Questionou, ignorando completamente a minha primeira pergunta. Respiro fundo, tentando pensar em como falaria isso.

— Nós… transamos. Não estou cobrando nada! Não leve por esse lado. Só… estou surpreso que continua agindo normalmente comigo mesmo depois daquela noite. — Explico e ele suspira, erguendo o olhar para mim.

— E como eu deveria te tratar? Sexo é normal. Não trate isso como se fosse um bicho de 7 cabeças. Somos adultos, Emmanuel. Não adolescentes. — Resmungou, o que me fez ficar em silêncio, o observando por um longo tempo. Antes de conhecê-lo, de estar mais próximo de Sebastián, eu sempre ouvia coisas horríveis sobre ele, que não tinha escrúpulos, que era um ogro que não respeitava ninguém.

Mas Sebastián se mostrou ser um homem inimaginável. Ele fazia o que tinha vontade, o que queria, e não era como se depois disso ele ficasse com neura. Nós transamos, mas fiquei surpreso pelo fato de ele continuar agindo normalmente. Ao contrário do que dizem, Sebastián é um homem extremamente maduro.

— O que está olhando? — Sebastián falou, chamando minha atenção, me fazendo retornar à realidade.

— Nada… você é realmente uma caixinha de surpresas. — Comento, sorrindo, vendo ele guardar as cartas, começando a retirar a camisa. Não pude deixar de admirá-lo. Seu corpo era atraente aos meus olhos, com músculos distribuídos nos lugares certos, todo tatuado, além de sua personalidade misteriosa, que eu estou amando conhecer.

— Vou tomar um banho. — Falou, e eu apenas assenti, vendo ele seguir até o banheiro. Observo seu quarto, espaçoso, bem decorado nas cores azul, preto e cinza, mas o que me chamou a atenção foi uma vitrine, expondo diversos tipos de chicotes, algemas e outros brinquedos eróticos. Sorrio, me levantando e vestindo pelo menos minha bermuda, admirando a vitrine com fundo vermelho onde aquilo parecia serem obras de arte. Queria tocá-los... — O que está fazendo? — Me assusto quando ouço a voz de Sebastián atrás de mim. Me viro, quase desfalecendo ao vê-lo apenas com uma toalha enrolada na cintura, o corpo úmido, assim como seus cabelos, e aquele olhar matador em minha direção, que estranhamente me excitava.