CAPÍTULO - VINTE E CINCO

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EMMANUEL SÁNCHEZ

— Sr. Fontana! Não posso negar minha surpresa de vê-lo aqui. — Meu avô exclamou, tendo auxílio da bengala para caminhar até Sebastián, que logo seguiu em sua direção para lhe poupar o esforço, apesar do meu velho ser bastante saudável para sua idade.

— Viemos de última hora. Perdão por não avisarmos. — Sebastián falou, com uma educação surpreendente. Não que ele fosse mal educado, mas geralmente não gostava de conversar com pessoas no geral. Eles apertaram as mãos cordialmente.

— Não se incomode, só estou curioso. Não sabia que eram amigos. — Meu avô comentou e Sebastián me olhou. Sorrio, seguindo até meu avô, segurando em seu braço.

Abuelo, que tal entrarmos? Assim conversamos melhor. — Falo, e ele concorda, me olhando com aquela natural desconfiança. Seguimos para dentro e minha avó logo declarou que iria preparar um bolo para nós. Não era novidade.

— Você foi mal educado, meu neto. — Vovô apontou, se acomodando em seu lugar à mesa, me olhando severamente. — Trouxe visitas e foi direto cavalgar para só os Deuses sabem onde! Devia ter nos apresentado antes. — Resmungou, e eu sorri sem jeito, me sentando ao lado de Sebastián.

— Perdão, abuelo… precisávamos de um tempo à sós. — Falo e ele me encara rapidamente.

— Por quê? — Olho para Sebastián, respirando fundo, e depois retorno a atenção para meu avô.

— Nós… estamos juntos. — Falo, receoso. Ele permaneceu impassível, me encarando como se esperasse eu dizer mais alguma coisa, no entanto, meu silêncio permaneceu e ele torceu os lábios, apoiando a mão na bengala e tomando um pouco do seu chá quente.

— Explique-se melhor, meu neto. — Pediu, com o tom controlado. Respiro fundo, me encolhendo um pouco.

— Estamos namorando, abuelo… — Falo, com receio, o vendo erguer o olhar questionador para mim. O que me deixava agoniado era o fato de sua expressão ser sempre monótona, fria. Eu não saberia dizer o que ele estava pensando.

— Há quanto tempo? — Questionou, depois de um longo silêncio. Até mesmo minha avó havia parado de cozinhar para nos olhar. Ela parecia surpresa, mas não falou nada.

— Hm… tem alguns dias. — Respondo e ele alterna seu olhar de Sebastián para mim, parecendo pensativo.

— Sei… — Balbuciou, voltando a tomar seu chá, me deixando nervoso.

— O senhor… está bem com isso? — Questiono, o olhando atentamente.

— Não é comigo que deve se preocupar. Vai precisar de muito mais argumento para lidar com seus irmãos e seus pais. Até mesmo o Supremo casou-se com um rapaz, assim como o irmão dele. Se o Supremo apoia, quem sou eu para reclamar? Ao menos vocês são do Alto Escalão. Isso que importa. — Ditou e Sebastián sorriu, concordando.

Já era nítido que ambos odiavam inferiores. Na concepção deles eram problemáticos e emotivos, não são capazes de entender as nossas regras. E isso me assusta profundamente. Porque eu queria contar para Sebastián sobre minha pequena Dulce, mas depois de ouví-lo não se importar com a vida da menor de idade que Albert comprou ao levá-la diretamente para Russel, eu já não sei se é uma boa ideia contar para ele. Tenho medo de que isso acabe antes mesmo de mal começarmos.

Passamos o dia inteiro com meus avós. Aparentemente, Sebastián conquistou meu avô. Ambos se uniram por seu apreço por jogos de cartas. Minha avó arrancou meu namorado da dieta a força, o enchendo de bolo e café, mesmo ele já tendo comido tanto, ela não se deu por satisfeita. Isso realmente me arrancou boas risadas. Mas logo retornamos para a cidade. E tomando fôlego, ele aceitou que eu o levasse de volta para casa.

VERDADE OU CONSEQUÊNCIA? - Livro 3 da série A Ascensão do Alto Escalão Onde histórias criam vida. Descubra agora