CAPÍTULO - TRINTA E TRÊS

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EMMANUEL SÁNCHEZ

Papá! Olha o elefantinho! — Dulce apontou, vendo um livro de histórias infantis, se distraindo com as imagens, enquanto ela estava acomodada em meu colo, no sofá. Desde da reunião com o Supremo eu simplesmente não queria mais tirar os olhos da minha filha. Já tinha noites que eu não conseguia dormir direito.

— Emmanuel, vai dormir um pouco. Eu fico com a menina. — Santiago falou, descendo as escadarias. Pelos cabelos úmidos e a falta de roupa no corpo, já que usava apenas uma bermuda de moletom, denunciava que ele havia acabado de sair do banho. E não demorou para que Matías descesse junto, no mesmo estado.

— Estou bem. — Falo, a mantendo junto de mim. — Como está a mamá? — Questiono, já que após ela descobrir da minha filha, acabou passando mal e me dando uma bronca daquelas, um discurso interminável do quanto eu fui irresponsável.

— Ela já saiu com o papá para a reunião da Corte. Parece que o Conselho já decidiu o que fazer. — Matías falou, me fazendo engolir em seco, sentindo meus batimentos acelerarem.

— Manu, ouve seu irmão e vai descansar. — Natalie ditou, suspirando profundamente e se aproximando de mim, beijando Dulce no rosto, que logo sorriu para a mãe, começando a contar histórias para ela.

— Já disse que estou bem. — Resmungo, e não demorou para que a campainha tocasse, me deixando apreensivo. Com receio de que fosse Russel com seu veredito.

Meus irmãos se entreolharam e logo foram atender a porta. E para a minha surpresa, avisto Sebastián adentrando a casa, me deixando ainda mais nervoso.

— O que você quer? — Matías questionou, ríspido, olhando seriamente para Sebastián, que o ignorou completamente, vindo em minha direção.

— Podemos conversar? — Sebastián pediu, me fazendo engolir em seco, assentindo. Me levanto, com Dulce em meus braços. Tentei deixá-la com meus irmãos, mas ao ver que eu iria sair ela começou a chorar, pedindo para levá-la também. Então saímos nós três.

— Eu sinto muito… de verdade… Eu queria te contar, mas… fiquei com medo. Não queria que tivesse descoberto daquela forma… — Falo e ele suspira, enfiando as mãos nos bolsos, enquanto nos aproximávamos de uma praça.

— Tem mais alguma coisa que ainda não me contou? — Questionou, me fazendo suspirar, entristecido.

— Não… amor… você me perdoa? — Questiono e ele me olha, passando alguns segundos em silêncio, logo voltando a olhar para frente, me deixando nervoso, mais do que já estava.

— Você me parece cansado… — Comentou, chamando minha atenção.

— Não tenho como ter energia com tudo que anda acontecendo. Se eu perder minha filha… eu não serei capaz de aguentar… — Murmuro e então nos sentamos no gramado, próximos de uma árvore. Sebastián ficou ao meu lado, e Dulce brincando com outras criancinhas à nossa frente.

— Elise também é uma inferior. Albert praticamente a adotou… ela é irritante, mas ao menos faz bem a ele. Ao menos eu sei que ele não estará sozinho. — Sebastián comentou, chamando minha atenção. Ele virou o rosto, me olhando.

— Isso é bom… — Comento e ele assente, suspirando. Logo pousando sua mão sobre a minha, que estava repousada em minha coxa.

— Não quero te perder, Em. Posso lidar com isso… — Apontou para Dulce, que ria junto com as outras crianças, brincando animada, sem saber que nossas vidas estavam sendo decididas neste exato momento.

— Achei que te perderia também… — Murmuro, deitando a cabeça em seu ombro, querendo chorar, mas nem para isso eu tinha mais forças.

— Verdade ou consequência…? — Sebastián questionou, me fazendo sorri de imediato.

VERDADE OU CONSEQUÊNCIA? - Livro 3 da série A Ascensão do Alto Escalão Onde histórias criam vida. Descubra agora