SEBASTIÁN FONTANA
Viro o copo de uísque novamente, bebendo o líquido em um único gole. A primeira garrafa já havia sido esvaziada e eu estava na metade da segunda. Trago o cigarro entre meus lábios, soltando a fumaça pela boca lentamente, enquanto enchia meu copo novamente.
— Eu te procurei por toda parte, sabia?! — Vincenzo exclamou, aparecendo na minha frente e me olhando bravamente. Suspiro, ignorando sua irritação e continuando a beber. Ele puxou uma cadeira, se sentando à minha frente. — Eu soube o que aconteceu… como você está?
— Bem. — Falo, de imediato. Ele me encarou, descrente.
— Você sumiu por mais de 32 horas. Sebastián… sei que o assunto é delicado, mas…
— Não é delicado. Eu sempre estive certo. Já sabia que aquele maledetto não valia nada! Mas conseguiu induzir o idiota do meu irmão de alguma forma. Se eu pudesse, eu mesmo o matava! — Exclamo e Vincenzo se cala por alguns segundos. — Anda, diga o que está pensando. — Resmungo e ele me encara.
— Você tomou as dores dos seus irmãos para si. Sei que Albert é acusado de muitas coisas, inclusive de matar a própria esposa, e isso o próprio admitiu, mas… eu sou uma pessoa lógica, trabalho com provas. Fora a esposa, todas as outras acusações foram só falácias.
— Até você vai defendê-lo?! — Exclamo, desacreditado.
— Não estou o defendendo. Sabe que sempre pode contar comigo, fratellino. Mas ainda assim, peço que tenha calma. Afinal, o Supremo o quer vivo, não? — Comentou, o que me fez suspirar, bebendo meu uísque.
— O que vai fazer em relação ao inferior? — Mudo o assunto, não querendo piorar minha noite falando de Albert. Vincenzo enrijeceu na mesma hora, me olhando nervoso.
— O que eu faria? Você mesmo disse para eu esquecê-lo. Ele deve estar estudando agora… ele mal dorme… — Comentou, em um suspiro de preocupação.
— Como sabe disso? — Questiono e ele sorri sem jeito.
— Eu o observei por dias. Ele faz faculdade em uma das melhores do país. Estuda nas horas vagas e também estuda à noite. Dorme poucas horas e mal se alimenta… ele devia se cuidar mais. — Falou, abaixando o olhar.
— Você vai acabar assustando ele se ficar o seguindo que nem um maluco. — Resmungo e Vincenzo revira os olhos.
— Ele não percebe nada ao redor dele. É tão focado nos estudos que alguém poderia morrer do lado dele que ele não notaria. — Falou e eu apenas engulo minha bebida, duvidoso.
— Vai continuar o seguindo? — Questiono e ele me encara, agora pegando a garrafa de uísque e se servindo com uma dose generosa.
— Falando assim soa estranho. Eu não estou me aproximando dele. Isso já é o suficiente. Não estou fazendo mal a ninguém assim… muito menos a ele. — Falou baixo e eu apenas assenti.
— Você que sabe…
— Ei, estamos falando de mim, mas você anda muito grudado com aquele colombiano. O que está tendo com ele? — Questionou, chamando minha atenção.
— Não sei. Estamos saindo. — Falo, dando de ombros.
— Gosta dele? — Questionou, sorrindo de canto.
— Eu não ficaria com alguém que eu não gostasse. — Rebato e ele revira os olhos.
— Você sai com muitas pessoas, mas ele parece ser o único que você mantém isso fora de quatro paredes. — Comentou e eu assenti.
— Ao contrário de você, eu não fico nas suposições. Se eu quero, eu digo. Gosto de estar com ele. O nerd é mais interessante do que eu pensava. — Falo e Vincenzo ri.
— Certo, isso quer dizer que são um casal?
— Eu não disse isso.
— Mas pensou. — Apontou, o que me fez revirar os olhos.
— Ele não está na comunidade BDSM, e nisso eu tenho alguns submissos para cuidar. Então… ele me parece ser o tipo que sonha com contos de fadas. Não iria dar certo. — Falo, vendo Vincenzo balançar a cabeça, pensativo.
— Sei. Por que não o chama para um drink? Um jantar a dois. Vocês podem conversar sobre isso. — Sugeriu, chamando minha atenção.
— Por que eu faria isso?
— Porque você me parece interessado demais para alguém que está tendo um envolvimento baunilha. — Provocou, o que me fez fuzilá-lo com o olhar. Vincenzo apenas riu, erguendo as mãos em rendição e terminando sua bebida.
Um drink… interessante.
No dia seguinte, decidi procurar Emmanuel. Fui até sua casa, mas os irmãos disseram que ele já tinha saído há algum tempo. No momento em que eu me virei, vejo um carro parar e Emmanuel sair do veículo, retirando o sobretudo e o apoiando no braço. Confesso que nunca havia o visto tão bem arrumado assim, e que vermelho era definitivamente a sua cor.
— Fugindo de mim? — Provoco, caminhando em sua direção. Ele me olhou com surpresa, sorrindo fraco.
— Hey… achei que fosse você a estar fugindo, já que não respondeu minhas mensagens. Você está bem? — Questionou e eu assenti, enfiando as mãos nos bolsos.
— Estou. Está livre esta noite? — Questiono, vendo ele arquear as sobrancelhas, sorrindo levemente.
— Estou. O que tem em mente? — Desço um degrau, ficando apenas um degrau acima de onde ele estava.
— Um drink. — Insinuo, e ele pareceu entender, pois respirou fundo, mordendo o lábio inferior. Gesto esse que não deixei passar despercebido.
— Esse drink… tem algo especial envolvido? — Questionou, e eu sorri, assentindo. Ele olhou para os lados, voltando sua atenção para mim. — Vamos… mas antes do drink, me deixe te levar em um lugar.
— Que lugar?
— Acho que você já conhece. — Insinuou, beijando meu pescoço e passando por mim. — Te vejo mais tarde, Seb. — Falou, em um tom provocativo. Apenas ri, curioso pelo o lugar que ele me levaria.
Algo me diz… que irei me surpreender.
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VERDADE OU CONSEQUÊNCIA? - Livro 3 da série A Ascensão do Alto Escalão
Lãng mạn"Mas você mentiu para mim. E isso vai me dá o direito de escolher uma consequência para isso. Não concorda?" PLÁGIO É CRIME! CRIE, NÃO COPIE :3