VERDADE OU CONSEQUÊNCIA? - Livro 3 da série A Ascensão do Alto Escalão

CAPÍTULO - TRINTA E QUATRO

Pronto! Pronto! Todos estão vivos, certo?

SEBASTIÁN FONTANA

A Corte estava inteiramente presente, com todos os líderes, e também seus futuros sucessores. Charlotte foi a única a vir até Emmanuel, oferecendo apoio e tentando tranquilizá-lo. Ele estava nervoso demais, assustado, segurando Dulce como se pudesse grudar ela em seu corpo para nunca mais se separar da ragazza.

Charlotte parou ao meu lado, ignorando o seu suposto lugar como sucessora, tal qual igual Raul fez. Aparentemente, nenhum dos dois queria confirmar ser o futuro Líder francês.

— O Conselho tomou uma decisão para o destino de um de vocês. — Russel começou, olhando severamente para Emmanuel, que permaneceu imóvel, agarrado a Dulce. — A outra, a decisão será tomada por votação da Corte. — Ditou, se mantendo de pé, na ponta da imensa mesa retangular de reuniões, enquanto os demais se mantinham sentados, sérios. Charlotte foi a primeira a erguer o braço, chamando a atenção do Supremo. — Diga, srta. Bourgeior.

— Imagino que a votação da Corte seja sobre a Dulce, não? — Questionou e Russel confirmou. — Não sou líder da Corte, mas quero deixar claro minha opinião nisso tudo. A menina é pequena, e já está convivendo em nosso mundo. Acredito que seria de uma crueldade sem tamanho tirar a vida de um ser tão inocente, caso estejam cogitando isso. Meu pedido aos líderes da Corte é que pensem bem na decisão que será tomada. Acredito que mesmo em um mundo onde vidas são tiradas diariamente, precisamos manter a sensatez. A menina é o ser mais inocente que tem nessa história toda. — Falou, seriamente e com um porte invejável, que me fez sorri levemente em meio a toda aquela tensão. Raj se colocou de pé logo em seguida, chamando a atenção de todos.

— Devo me intrometer e agradecer à srta. Bourgeior por essa colocação, eu não poderia me expressar melhor. A vida de uma criança é sagrada. É uma alma pura. Sou contra tirar qualquer vida de um ser tão inocente. Somos do Alto Escalão, e mantemos a ordem. Ainda somos seres humanos, não se tornem monstros agora. — Raj caminhou até Emmanuel, sorrindo para a pequena Dulce e segurando a mão da pequena. — Que Alá a proteja de todo e qualquer mal… — declarou, depositando um beijo na testa de Dulce e retornando ao seu lugar. Charlotte sorriu, não tirando os olhos dele nem por um momento, o que me fez recordar da conversa que tivemos um dia, de que ela gostava de alguém.

Agora ficou extremamente óbvio.

— Agradeço a colocação de ambos. — Russel falou, endireitando a postura e encarando Dulce, que estava alheia ao que ocorria ali, mordendo uma boneca de pano.

— Sou contra. — Nicolás Sánchez, pai de Emmanuel ditou, se colocando de pé. Emmanuel rapidamente o olhou, surpreso e sorrindo largamente. — De qualquer forma, é a minha neta. Tem sangue do meu filho correndo por suas veias. Logo, a menina não irá lembrar de nada do mundo inferior. — Falou, voltando a se sentar, sorrindo fraco para Emmanuel, que retribuiu. Me aproximo dele, pousando a mão em seu ombro, chamando sua atenção. Pude notar o quão tenso ele estava, mas logo pareceu relaxar com meu toque.

— Também sou contra. — Francesco falou, chamando minha atenção. Ele me encarou, o que chegou a me deixar nervoso. — Um filho não é medido por sangue, mas pelo cuidado, pelo tempo dedicado, pelo amor que oferecemos a ele sem esperar nada em troca… — Falou, só então direcionando seu olhar para Emmanuel, me deixando desconfortável, angustiado na verdade. — E o senhor Sánchez parece oferecer todo esse cuidado para com a menina. Eu não iria fazer parte de tirar isso dele. Um filho é o melhor presente que um homem pode ter. Eu sou pai… de três filhos incríveis. Faria de tudo por eles, sem dúvidas, e acredito que todos que são pais aqui agiriam da mesma forma. Não podemos julgá-lo por simplesmente proteger sua filha. — Declarou, me fazendo sorri, orgulhoso, encarando meu pai, que devolveu o olhar com a mesma intensidade.