CAPÍTULO - TRINTA

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SEBASTIÁN FONTANA

— Finalmente reunidos novamente! — Raul brincou, trazendo as bebidas para a mesa, se sentando ao lado de Cezar, que estava justamente à minha frente. Vincenzo estava do meu lado, e foi o responsável por me arrastar até aqui. Quase o deixei sem dentes no meio do caminho, mas acabei cedendo.

— Descobriu algo, Raul? — Vincenzo questionou, enquanto se servia com uísque. Ele estava se referindo provavelmente à facção que anda nos atacando na surdina.

— Estou bem perto. Já estou conseguindo me infiltrar na boate que supostamente os mandatos deste desgraçado trabalham, ao menos boa parte. Só preciso de tempo e irei descobrir. — Raul falou, sem nem um pingo de receio ou hesitação, beliscando um aperitivo crocante que uma moça seminua nos serviu.

— Precisa tomar cuidado. Eles não estão para brincadeira, Raul. — Cezar alertou, o olhando seriamente.

— Nem eu! — Raul rebateu, devolvendo o olhar. — Não estou nesse trabalho à-toa! Sei bem como fazer meu trabalho e pode anotar: eu vou pegar esse desgraçado. — Ditou, o que fez Cezar suspirar, não falando mais nada, apenas bebendo seu uísque em silêncio. Até então, não havíamos trocado uma palavra sequer.

— Raul, você vai continuar trabalhando como soldado? Você não deveria estar treinando para ser o Líder francês? — Vincenzo questionou e Raul prontamente negou.

— Odeio que fiquem me dizendo o que fazer. Esse cargo não é para mim. Se Charlotte quiser, terá todo o meu apoio, mas eu estou fora. — Falou, e Vincenzo sorriu.

— Acredito que a Charlotte pensa em casar. Se ela se tornar esposa de alguém influente, não terá tempo para ser Líder. — Vincenzo comentou, chamando a atenção de Raul.

— Por mim ela não precisava casar. — Resmungou, desgostoso. Vincenzo riu, balançando a cabeça.

— Eu aposto que Cezar ainda será seu cunhado. — Vincenzo falou e Cezar rapidamente o encarou, e Raul fez o mesmo.

— Está louco?! Não quero nada com ela! — Cezar cortou, e Vincenzo ergueu as mãos em rendição.

— É apenas o que todos estão dizendo.

— Ele não é nem louco de encostar nas minhas irmãs, que eu esqueço no mesmo instante a nossa amizade. — Raul ditou, encarando Cezar bravamente, que apenas sorriu de canto, cruzando os braços.

— Não se preocupe quanto a isso. Elas não me interessam nem um pouco, Raul. — Ditou, fazendo Raul suspirar aliviado.

— Mas você tem que se casar, não? — Vincenzo encarou Cezar, que apenas assentiu, desfazendo o sorriso.

— Sim… Sebastián… — Chamou, me fazendo olhá-lo. — Podemos conversar à sós? — Pediu, e mesmo sem entender o motivo, concordei, o seguindo até o segundo andar do bar. Eu não estava muito afim de conversa, mas eu realmente não tinha mais nada a perder.

— O que você quer? — Questiono, impaciente.

— Eu que deveria perguntar. Eu estudei muito nossos antepassados, e eu sei que Albert era o antigo Líder italiano. — Falou, chamando minha atenção, me fazendo enrijecer o corpo. Eu realmente não planejava ter essa conversa. — Dessa forma, com ele banido ou não… você é o herdeiro. Sabia disso, não sabia? — Insinuou, me fazendo engolir em seco.

— O que isso importa?

— Não faça pouco caso de um assunto sério como esse, Sebastián! — Ralhou, o que me fez suspirar auditivamente. — Você vai exercer o cargo? Ele é seu por direito. — Falou, mas eu nego prontamente, me virando para o gradil e me apoiando no mesmo, avistando lá embaixo Vincenzo e Raul conversando animados. O assunto lá parecia mais divertido do que o daqui.

VERDADE OU CONSEQUÊNCIA? - Livro 3 da série A Ascensão do Alto Escalão Onde histórias criam vida. Descubra agora