CAPÍTULO - QUATRO

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EMMANUEL SÁNCHEZ

Passo pelos soldados, tentando ao máximo não abaixar a cabeça pela vergonha que se apossava em mim pelos trajes em que eu estava. Nunca fui um cara feminino, e eu não julgo ao notar os olhares de estranheza. Eu estava realmente estranho e me sentindo uma verdadeira vadia.

Adentro a casa rapidamente, e para o meu azar, meus irmãos Matías e Santiago estavam na sala, com notebooks ligados e café na mesa de centro. Escolheram a pior noite para trabalharem até tarde. Ao me olharem, eles nem conseguiram proferir palavras, me encaravam como se não me reconhecessem, ou como se tentasse entender o que aquilo significava. Os segundos pareceram durar horas e eu tentei fingir que nada aconteceu, seguindo em direção a escadaria para seguir ao meu quarto, mas logo ouço um deles falarem:

— Onde estava? — Era Matías, com um tom controlado. Ele não queria saber exatamente onde eu estava, mas em que situação eu estava para ter chegado assim em casa.

— Eu… estava na pizzaria. — Falo, me virando de frente para eles, que ainda me encaravam sem entender.

— O que significa isso? — Santiago gesticulou, o que me fez engolir em seco, querendo cavar um buraco e me enterrar.

— É só um jogo. Um jogo de desafios. Relaxem, beleza? — Falo, mas eles não me pareceram muito convencidos. Santiago se levantou, e Matías fez o mesmo, ambos vindo em minha direção como se tivessem perseguindo um traidor. — Hey…! — Exclamo, quando Matías abaixar o cós da minha calça e puxar a barra da calcinha de renda.

— Que porra é essa, Emmanuel?! — Matías trovejou, me olhando bravamente.

— Vem cá, por que estão tão irritados?! — Questiono, impaciente.

— Como, por quê?! Por que está vestido assim?! Parece uma prostituta! — Santiago exclamou, ambos me cercando como dois brutamontes abordando uma criança. Isso porque eles eram consideravelmente maiores do que eu. Irmãos gêmeos idênticos. E a possessividade com a família era na mesma medida.

— Já falei que é um jogo. Relaxem. Já estou indo tirar. E para a informação de vocês, prostitutas usam corset porque ficam mais gostosas e curvilíneas. — Rebato, sorrindo de canto, subindo as escadarias e adentrando meu quarto, trancando a porta antes que eles invadissem e me enganasse, o que eu não duvido que fariam.

Retiro o cropped, me sentando na cama e pegando meu celular, vendo a mensagem que Sebastián havia me enviado.

Sebastián:
“Verdade ou Consequência?”

Emmanuel:
“Verdade”

Sebastián:
“Resolveu fugir dos desafios agora?”

Com aquela mensagem, eu poderia muito bem imaginá-lo com um sorriso provocativo, de quem se sentia vencedor e um olhar perspicaz que só ele tem.

Emmanuel:
“Quero ter uma noite em paz”

Sebastián:
“Beleza… é verdade que você gostou de usar renda de fio dental?”

Acabo rindo com sua pergunta. Penso a respeito. Não era tão ruim, mas meu pau não curtiu muito não, especialmente se for por longas horas.

Emmanuel:
“Tirando a parte que não tem espaço para guardar minhas bolas, então sim, gostei.”

Com isso, deixo o celular de lado e sigo para o banheiro. Necessitava de um banho e de tirar aquele pedaço de pano de mim. Sebastián que havia me enviado após eu aceitar a consequência.

VERDADE OU CONSEQUÊNCIA? - Livro 3 da série A Ascensão do Alto Escalão Onde histórias criam vida. Descubra agora