CAPÍTULO - DEZESSEIS

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EMMANUEL SÁNCHEZ

Gracias. — Agradeço ao garçom, pegando a bela bebida que me foi servida. Uma mistura de frutas e álcool que davam um sabor magnífico. Observo Sebastián, com certa curiosidade. Hoje era uma noite decisiva, de fato. Sebastián parecia relaxado, mas me devorando com o olhar. E eu gostava dessa sensação.

— Por que estou com a impressão de que você está aprontando algo? — Sebastián questionou, chamando minha atenção. Sorrio, tomando mais um pouco da minha bebida, de certa forma provocativo.

— Talvez eu esteja… quem sabe? — Insinuo e ele me encara, com uma sobrancelha erguida. — O convite que me fez, me pareceu muito mais sublime do que simplesmente beber algo… — Comento, balançando o copo em minha mão, bebendo um pouco da bebida. O pouco álcool ingerido já foi o suficiente para me deixar mais solto. Sebastián bebericou seu uísque, tão calmo que me deixou ainda mais ansioso.

Doa a quem doer, esse homem era uma perdição! Seus traços, suas tatuagens marcantes, seus piercings em lugares que eu tive o prazer de explorar… ele era um livro aberto e ao mesmo tempo um completo mistério.

— Ninguém sai apenas para beber… a noite vale muito mais do que isso. — Sebastián rebateu, me arrancando um sorriso malicioso.

— Antes… me diga uma coisa, você me deixa intrigado. — Comento e ele me encara.

— Ah, é?

— É… sei que já comentamos isso, mas eu estou esperando você surtar a qualquer momento com esse nosso "envolvimento". — Falo e Sebastián ri, quase cuspindo a bebida.

— Alguém te traumatizou tanto assim? — Provocou e eu dou de ombros.

— Você ficaria surpreso. Mas já estou acostumado a me envolver com alguém e no dia seguinte ser metralhado com inúmeras desculpas para a relação não continuar. Com o tempo… você perde as esperanças de encontrar alguém que pensa e age diferente. E eu já estava preparado caso você agisse assim. — Explico e ele suspira, depositando o copo de uísque sobre a mesa, cruzando os braços e me olhando, passando alguns segundos em silêncio.

— Eu chamo isso de gente mal-resolvida consigo mesmo. Não é você o problema, Emmanuel. Eu não tenho paciência para quem não sabe o que quer. — Sorrio largamente, concordando.

— Por que ainda está solteiro? Você é bom demais para estar sozinho. — Brinco e ele sorri.

— Quem disse que eu estou sozinho? — Rebateu, atiçando minha curiosidade.

— Ah, não?

— Você conhece a Red House? — Questionou, me fazendo sorri discretamente.

— Talvez…

Conhecia muito bem.

— Minhas companhias geralmente fazem parte de lá. — Comentou, e eu balancei a cabeça.

— Não fico surpreso. Naturalmente, você já emana uma aura dominadora. — Falo e ele me olha mais atentamente.

— Então sabe o tipo de comunidade que vai para lá? — Questionou e eu assenti, sorrindo levemente.

— A comunidade BDSM, não…? — Falo e ele assente, parecendo me olhar com curiosidade.

— E isso…? — Insinuou, apontando para meu conjunto de cinto de couro.

— Um dos meus brinquedos… gostou? — Provoco e ele sorri, me puxando pelo cinto de repente, me fazendo inclinar sobre a mesa, deixando nossos rostos a poucos centímetros de distância.

— Gostei… e te ver assim, em cima dessa mesa, só te deixa ainda mais gostoso… — Sorrio malicioso, mordendo meu lábio inferior, me inclinando mais e unindo nossos lábios em um beijo mais lento, pela primeira vez desde que nos envolvemos.

— Me mostre seus termos… — Sussurro, após nosso delicioso beijo, me mantendo inclinado na mesa, olhando em seus olhos. Ele era hipnotizante.

— Termos…? — Insinuou, sorrindo de canto.

— Você sabe do que estou falando. — Rebato, pegando um envelope pardo a qual trouxe junto, voltando a me sentar na mesa e entregando a ele.

— Você faz parte da comunidade? — Questionou, arqueando uma sobrancelha.

— Você ficaria surpreso com meus hobbies. — Insinuo, vendo ele sorri, abrindo o envelope e lendo o documento, me olhando vez ou outra enquanto seu sorriso crescia.

— Você tem que ter algum defeito… submisso, não-monogâmico e voyeur? — Comentou, desacreditado, e eu apenas sorrio, dando de ombros.

— O que acha? — Ele deixou os papéis sobre a mesa, pegando o celular e mexendo em algo. No mesmo instante recebo uma notificação no meu. Pego o aparelho, abrindo a mensagem de Sebastián, vendo que ele havia me enviado um arquivo de documento, que revelava seus termos. Ao ler… meu sorriso se assemelhou ao do Coringa. Estávamos na mesma sintonia.

— Me diz você. — Sebastián falou, chamando minha atenção. Dou de ombros, guardando o celular.

— Está esperando o que para pagar a conta e me levar para a Red House? — Não precisamos de mais palavras. Pagamos a conta e saímos dali.

Sebastián estava de moto desta vez. O caminho até a Red House levaria alguns bons minutos, mas não me importei. Subo na moto, abraçando a cintura de Sebastián, colando meu peito em suas costas e repousando meu queixo em seu ombro. Ele riu, ligando a moto e adentrando a rodovia. Admiro a linda noite que fazia e a companhia maravilhosa que eu tenho agora. Um sentimento bom, de paz e liberdade. Algo que nunca senti antes.

Começo a passear minhas mãos por seu peito, o acariciando e beijando seu pescoço. Senti Sebastián enrijecer, quase perdendo o controle da moto, o que me fez ri baixinho, vendo ele parar próximo a uma ponte, me olhando por cima do ombro.

— Quer nos matar? — Questionou, e eu sorri, descendo da moto e seguindo para sua frente, pousando minhas mãos em seu pescoço, o observando.

— Quero te beijar. — Falo, o vendo sorri.

— Não aguenta esperar até chegarmos no local? — Provocou, me fazendo ri.

— Serei apenas seu submisso…? — Insinuo, e ele suspira, apenas me olhando. — Posso ser não-monogâmico, mas ainda quero que seja meu oficialmente. — Falo e ele sorri de canto, olhando para a rodovia movimentada e depois novamente para mim.

— Está falando sobre namoro? — Questionou, parecendo querer apenas confirmar.

— Esse é o momento em que você surta…? — Faço careta, me afastando um pouco. Ao contrário do que pensei, ele riu, balançando a cabeça.

— Vem cá. — Seu tom soou como uma ordem, e automaticamente meu corpo obedeceu, me aproximando dele. Sebastián tirou um de seus anéis do dedo. Um anel dourado, com uma pedra de diamantes exibindo seu brilho no centro. Era grossa. Ele pegou minha mão esquerda, colocando o anel em meu dedo anelar. Sorrio, o encarando.

— Não deveria ser na mão direita? — Brinco e ele nega, me olhando nos olhos e segurando meu queixo.

Agora você é meu.

VERDADE OU CONSEQUÊNCIA? - Livro 3 da série A Ascensão do Alto Escalão Onde histórias criam vida. Descubra agora