EMMANUEL SÁNCHEZ“Recebeu minha encomenda?”
Envio a mensagem, aguardando com certa impaciência. Mas a resposta não demorou a vir.
Sra. A.:
“Sim. Ela adorou. Obrigada. Você está bem?”Sorrio com a mensagem, engolindo em seco.
“Estou bem. Cuide bem dela. Em breve irei visitá-las.”
Guardo o celular ao ouvir passos se aproximando. Novamente meus irmãos discutindo sobre o futuro deles.
— Vai ter que subir sem mim, Matías… — Santiago resmungou, se jogando no sofá, irritado.
— Não farei isso sem você. Lembra o que prometemos? O que é meu é seu também. Somos uma dupla! — Matías exclamou, e eu me aproximei dos dois.
— O que está acontecendo agora? — Questiono, chamando a atenção deles.
— Não há mulher nessa porra! Que tanto filho homem é esse que estão tendo?! — Matías exclamou, indignado, me fazendo ri.
— Vocês não ficam achando ruim quando nascem mulheres? Bem feito! Agora estão vendo as desvantagens de só ter homem no nosso meio. — Aponto e Matías revira os olhos, irritado.
— Inferno…
— O que aconteceu de tão ruim? — Questiono, me sentando no braço da poltrona em que Matías estava sentado.
— Fomos visitar a família de Charlotte. Tentamos conhecer a irmã dela, que agora a gente sabe que realmente existe, mas ela não estava. Aparentemente, estava na aula de ballet. — Santiago explicou, me fazendo arquear as sobrancelhas em surpresa.
— Charlotte explicou e disse que não pretendia se casar por agora, mas que um de nós poderia tentar casar com Ambre. Ela completou 18 anos tem alguns meses. — Matías continuou, e eu permaneci em silêncio, vendo aonde isso chegaria.
— Mas queremos dois casamentos. Queremos subir juntos ao poder. Sempre foi nosso sonho. E agora as chances estão mínimas.
— Tem a Cristine… — Comento e ambos me encaram como se eu fosse um louco.
— Estamos falando de mulheres. Não de uma nerd sem noção. — Santiago resmungou, o que me fez revirar os olhos, arremessando um travesseiro nele.
— Não fala assim dela! Ela é minha amiga, seu insensível! — Reclamo e ele revira os olhos.
— Por isso você usa óculos. É cego! — Rebateu, e eu já ia rebater, mas minha atenção foi desviada quando Matías se levantou, caminhando em silêncio até o mini bar improvisado, se servindo com uma dose de uísque.
— Vou dormir um pouco. — Matías murmurou, nem nos olhando e subindo as escadarias. Santiago suspirou, se levantando.
— Me espera! Vou também. Preciso de um banho… — Santiago falou, acompanhando Matías e abraçando seus ombros, ambos subindo para o quarto que dividiam juntos. Desde criança eles não se desgrudam, e mesmo depois de adultos, isso não mudou. Eles ainda dormem no mesmo quarto e tomam banho juntos. Eu realmente admiro a conexão que ambos têm.
No fim do dia, fui enviado a uma missão de investigação. Mais uma boate havia sido incendiada. Ao chegar ao local, avistei Sebastián, Cezar e Raul. Estranhei ao não ver Vincenzo, que era um soldado que estava sempre presente nessas missões, mas hoje ele não estava aparentemente.
— Boa noite, cavalheiros. — Cumprimento, chamando a atenção deles. Mas meu olhar vai direto para Sebastián, que sorriu discretamente, percorrendo seu olhar por todo o meu corpo, e somente isso me trouxe lembranças da nossa noite inesperada e de uma segunda rodada pela manhã no banho.
É melhor não pensar nisso estando em público…
— Já sabe de algo a mais? — Raul questionou, me fazendo retornar à realidade.
— Provavelmente o mesmo que vocês.
— Certo, vasculhem o andar de cima. Raul e eu procuramos aqui embaixo. — Cezar falou, e eu apenas assenti, seguindo com Sebastián para o segundo andar.
— Não sabia que tinha virado policial… — Provoco e ele me olha sem entender.
— Preciso responder esse comentário idiota? — Questionou, impaciente. Dou de ombro, puxando a algema dependurada em sua calça, e só então ele entendeu, me olhando seguida. — Eu estava me divertindo antes de ser chamado para essa merda. — Resmungou e eu sorri.
— Interessante você gostar desse tipo de coisa… — Insinuo e ele me olha, suspirando.
— Não deveria estar tão surpreso. Por quê? Gosta de ser algemado? — Provocou, e eu sorri com a ideia.
— E se eu disser que sim…? — Rebato e ele apenas sorri, caminhando na frente, com a arma em punho e abrindo uma das portas do corredor. Tudo havia sido tomado pelas chamas. Agora só eram restos.
Adentro a sala que antes era a ala presidencial, olhando a tudo, em cada detalhe, esperando encontrar alguma pista, chegando até a ficar distraído quando vi algumas pinturas famosas e raras agora totalmente queimadas. Aquilo realmente doeu olhar.
Sebastián começou a revirar as gavetas da mesa e eu segui para o banheiro, empurrando a porta e gritando pelo susto quando algo pulou em cima de mim.
— Mas que…?!! — Exclamo, vendo um rapaz gritar, em cima de mim. Ele tremia e chorava, parecendo estar com sua mente atordoada. Sebastián rapidamente reagiu, o arrancando de cima de mim brutalmente e empurrando o rapaz contra a parede com toda a força, o fazendo gemer de dor, apontando a arma para a cabeça dele. Me levanto, atrás de Sebastián, pousando minhas mãos em seus ombros. — Espera… acho que ele não é uma ameaça. Só está assustado. — Falo, mas Sebastián permaneceu com a arma em punho. Suspiro, passando na frente, observando o rapaz encolhido no chão, com as mãos tapando os ouvidos e balançando o corpo pra frente e para trás. Ele estava completamente machucado, alguns ferimentos eram queimaduras graves, já outras… pareciam terem sido obras de mãos humanas, de tortura planejada.
Pego um par de luvas descartáveis, as colocando e me abaixando frente ao garoto. Ele resistiu quando tentei tocá-lo, se sacudindo e tentando me arranhar.
— Você também não facilita, não é? — Resmungo, suspirando e olhando para Sebastián. Não precisei dizer nada para que ele entendesse. Com um sorriso de canto, Sebastián guardou a arma no coldre e puxou o braço do garoto sem delicadeza alguma, o colocando contra a parede e mantendo seus pulsos imóveis. Então começo a revistá-lo, olhando dentro de seus bolsos até acabar encontrando apenas um pen-drive no bolso do casaco. — Ele deve ter sido deixado ali de propósito. — Comento, colocando o pen-drive dentro de um saco plástico e o guardando no bolso do sobretudo. Me assusto quando ouço um barulho alto atrás de mim. Me viro, vendo a garganta do garoto esmagada por um soco do Sebastián. O encaro, desacreditado. — Por que fez isso?!!
— Ele não era mais útil. — Falou tranquilamente, estalando os dedos e vindo em minha direção.
— Ele não tinha culpa… foi torturado. Podíamos tê-lo enviado para a Casa de Ajuda…
— Pela forma como age ele é um inferior. Se melhorasse e se lembrasse da máfia, ele seria morto do mesmo jeito. Apenas agilizei o processo. — Ditou, me fazendo suspirar. Eu não podia discordar do óbvio. A máfia nunca foi tolerante com inferiores. Mas ainda assim eu me sentia mal já que o garoto foi claramente usado e torturado da pior forma.
Não estávamos lidando com um principiante, de fato…
— Levamos o pen-drive ao senhor Russel? — Questiono e ele apenas assentiu, olhando em volta e checando o banheiro, para não termos mais surpresas.
Então saímos dali, procuramos os demais para avisarmos o que encontramos.
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VERDADE OU CONSEQUÊNCIA? - Livro 3 da série A Ascensão do Alto Escalão
Romance"Mas você mentiu para mim. E isso vai me dá o direito de escolher uma consequência para isso. Não concorda?" PLÁGIO É CRIME! CRIE, NÃO COPIE :3