Capítulo 7

1.1K 138 6
                                    

Um médico de cabelos roxo claro e olhos totalmente preto entra no meu quarto, ele era alto e usava uma roupa completamente branca, dos pés a cabeça. Ele vem até onde estava sentada e toca em minha testa.

- 36.5 - fala depois de um tempo - parece que sua febre baixou - comenta sorrindo - sou o doutor Logan e irei cuidar de você - fala esticando sua mão em minha direção.

- Sou Scarlett - falo segurando sua mão, apertando a mesma - fico aos seus cuidados - sorrio para ele, seu coração é bondoso, por causa disso confio nele.

- Incrível como você se recuperou tão rápido - sorriu fazendo seus dentes brancos reluzem para mim.

- Fico feliz por isso - sorrio para ele.

Com isso ele começa seu trabalho, não fez perguntas sobre mim, só fazia alguns exames para lá e para cá, o que eu agradeci. Ouvia meus batimentos, olhava minha bolsa transparente, tirou o sangue e por último olhou meus olhos.

- Como estou? - perguntei mais por educação, sabia que para ele eu estava bem, mas minhas asas estava acabando aos poucos comigo.

- Tem algo errado contigo - fala olhando o computador - de acordo com os exames você está sem nada, mas quando uso minha especialidade sei que tem algo errado - olha diretamente em meus olhos - minha abilidade é saber que tem algo errado com o corpo da pessoa só de olhar, por isso quis ser médico - sorri envergonhado para mim - sente dor em algum lugar?

- Nenhuma dor - falo olhando para ele confusa, como ele sabe?

- Talvez seja uma doença - fala alto, pensativo - vou fazer alguns exames mais internos.

- Tudo bem! - não posso deixar ele descobrir sobre elas, vou disfarçar por enquanto.

- Bem Scarlett, tem uma pessoa que quer te conhecer! - fala sorrindo.

- Por acaso seria os heróis que me salvaram? - pergunto esperançosa.

- Não, mas está perto deles - sorri - ele é o diretor da escola deles. Nezu, pode entrar!

- Boa noite, Scarlett! - entra um rato? Tudo bem, deve ser normal do lado de fora da caverna. Também não sou muito normal - sou o diretor Nezu e estou aqui para conversar e responder suas perguntas.

Finalmente minhas perguntas vão ser respondidas. Ele vem andando até uma cadeira ao meu lado, era mais alta que as outras, parece que o médico trouxe ela, senta na mesma se acomodando e esperando minhas perguntas.

- Que tal uma pergunta para cada? - responde depois de ver meu nervosismo, não sabia por onde começar - eu começo. Quantos anos tem?

- Tenho 16 anos - falo me acalmando - as crianças estão bem?

- Estão sim, alimentadas, limpas e protegidas - fala o diretor - porque estava naquela caverna?

- Éramos projetos científico, experiências humanas. - respondo, não precisava esconder isso - eles estavam machucados?

- Eram pequenos, somente arranhões - sorrio aliviada - o que faziam lá?

- Estavam tentando fazer uma droga para parar as individualidade das outras pessoas - falo em um tom mais sombrio - os heróis que me salvaram também salvaram as crianças?

- Sim, estão até cuidando delas por um tempo - fala o diretor ainda pensando no que falei - como chegou lá?

- Fui vendida pelos meus pais recém nascida - falei, ele me olha um pouco assustado - o que são os heróis?

- Você não sabe? - pergunta surpreso, discordo com a cabeça - heróis são pessoas com individualidade forte que passam por um treinamento desde cedo, são pessoas que protegem a humanidade das maldades do mundo - ele fala sorrindo, incrível que existem pessoas assim - você tem alguma individualidade?

Paro e penso um pouco, não sei se tenho alguma coisa, somente essa calda, orelhas e asas nojentas, será que eu tenho algo?

- Não sei! - decido falar isso, estava cabisbaixa, triste por não saber nem quem sou.

- Não se preocupe, vou te ajudar a descobrir sobre o nosso mundo, você irá ficar aqui por um tempinho tem que colocar algo em sua cabeça para passar o tempo - fala sorrindo animado, o que ele quer dizer? - eu volto amanhã!

Com isso o diretor vai embora junto ao doutor me deixando sozinha. Olhei o relógio ao lado da cama que estava, era 23:45, melhor dormir. Apertei um botão para fazer a cama deitar e fui dormir, amanhã será um novo dia. Pela primeira vez da vida quis que a noite passava rápido para o amanhã chegar.

Eram 05:34 quando acordei, estava querendo abrir a janela, mas tinha medo deles me xingar, fiquei olhando a cortina ficar mais clara por causa da luz do sol, iluminando o quarto.

Escuto passos vindo na direção do quarto que estava, era a enfermeira de ontem.

- Bom dia! - fala sorrindo, olhei o horário e já era 06:07 - você acorda bem cedo.

- Bom dia! - falo gentilmente, sorrindo para a mesma.

Ela vai andando até a cortinas e puxa a mesma, meu coração faltava explodir. Quando a cortinas é aberta fui atordoada por um tempo por causa da luz, mas logo fico admirada com o azul do céu, o branco das nuvens, o vento limpo, as aves voando e o cheiro forte de flor.

Era lindo, a coisa mais linda que já vi em minha vida, senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha, eu queria voar naquele céu e tocar cada nuvem, será que são macias?

- É uma linda vista, não é mesmo? - fala sorrindo enquanto trocava a sacola transparente - vou deixar ela aberta para você.

- Muito obrigada! - falo ainda encantada com a paisagem, ainda chorava um pouco quando o médico entrou.

- Bom dia, Scarlett! - fala sorrindo, mas assim que me vê seu sorriso some e seus olhos ficam preocupados - o que aconteceu? Sente dor?

Dou risada de sua preocupação e sorrio para o mesmo, esse lugar era tão bom de ficar. Encosto na cama levantada e sorrio olhando para o céu.

- Bom dia, doutor! - falo calmamente - não se preocupe, é a primeira vez que vejo o céu, ele é maravilhoso.

Ouço ele soltar a respiração e fazer um barulho que parecia alívio misturada com satisfação. Logo depois ele começa a fazer os seus exames iguais os de ontem, de acordo com ele é para ver se ouve alguma mudança.

Ele ainda sabia da dor misteriosa e tentava achar quando chegou meu café, sinto minha boca salivar e minha barriga roncar. O cheiro era incrível, tinha maçã, banana, manga e morango cortados em um lado da bandeira, cada fruta separada em um pote pequeno, um pão com algo chamado manteiga e um copo grande com suco de laranja. Comi cada coisa como se não ouvesse o amanhã, estava tudo tão gostoso.

Era por volta de 10:00 da manhã quando o diretor voltou. Ele trazia contigo vários livros em um carrinho, eram muitos mesmo, ele queria que eu lesse todos eles e aprendesse o que cada um ensinava. Depois de 3 semanas ele voltaria para ver meu avanço e determinar se mereço a surpresa que ele tem para mim.

Com isso fiquei três semanas inteiras lendo os livros e aprendendo várias matérias com eles e a ajuda do computador pequeno que chamam de notebook. Três semanas passaram rápidos, minhas asas ainda guardadas e quebradas continuavam escondidas, estava esperando sair do hospital para poder curar as mesmas.

Amanhã seria o dia que o diretor viria me examinar. O que vai acontecer? Será que são as crianças? Com esse pensamento em mente adormeci mais uma noite calma, sem pesadelo.

O Segredo Da Caverna Onde histórias criam vida. Descubra agora