Capítulo 6

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  Fui tirada dos meus pensamentos quando escuto passos vindo na direção da minha porta, pelos passos leves são mulheres e tem três delas. Me sentei ereta na cama, cada vez mais os passos estavam mais perto, olhei calmamente para a janela, ela estava com as cortinas fechadas bloqueando a minha visão do céu nunca visto antes.

— Mitsuki, não podemos entrar assim do nada! – escuto uma voz falar por trás da porta do quarto que estava. A voz parecia um pouco assustada e apreensiva.

— Mas você não quer ver que menina é essa que os nossos filhos salvaram? – pergunta quem eu achei ser a tal Mitsuki.

— Claro que queremos, mas isso não seria invasão de privacidade? – fala outra voz. Dou uma pequena risada baixa, elas pareciam ser pessoas boas.

— Sem contar que parece que ela acabou de acordar, nem o doutor veio ver ela ainda – fala a primeira voz novamente.

— Não me importo de vocês entrarem – falei alto o bastante para que elas ouvissem.

  Escuto uns suspiro de surpresa e depois elas pedem licença entrando no quarto. A primeira que entrou era loira e tinha o cabelo espetado,seus olhos eram vermelhos e puxados, era alta e usava uma calça jeans preta, uma blusa um pouco curta branca e solta, uma jaqueta de couro vermelha e uma bota cano curto preta. A outra que entrou logo atrás tinha o cabelo na altura dos ombros verdes como seus olhos, era baixinha e um pouco gordinha, usava uma blusa de frio de lã vermelha e  uma saia até a altura do joelho rodada branca com rosas. Logo atrás entrou a última do trio, essa tinha os cabelos brancos e os olhos cinzas, era mediana e usava um vestido longo de manga longa azul claro com detalhes preto.

  As tres eram lindas, tanto por fora quanto por dentro. O cheiro e o som de cada uma era incrível, tão gentil do jeito de cada uma. A loira tinha o coração agitado e alegre, ela devia ser cheia de energia. A de cabelo verde era calmo e um pouco nervoso, mostrando que ela seria a certinha do grupo. E por último, a de cabelo branco tinha o coração tranquilo, mas com um toque de insegurança, definindo ela como uma pessoa sempre na dela, mas sinto também um pouco de medo vindo dela, o que mostra que passou dificuldades. Mas as três tinham algo em comum, eram incrivelmente bondosas.

— Peço desculpas por atrapalhar seu descanso desse jeito, – começa a loira – sou Bakugou Mitsuki e essas são Midorya Inko – apontou primeiro para a de cavelo verde que estava a sua esquerda, ela sorriu e acenou para mim e depois a loira apontou para a de cabelo branco – e essa é Todoroki Rei. – essa me olha de volta e sorriu, sem mostrar os dentes, acenando com a cabeça – somos as mães dos garotos que te salvaram! – a loira sorri orgulhosa.

  Sorrio achando aquilo tudo divertido, as mães vieram ver quem eles salvaram para depois vangloriar, isso me fez abrir um sorriso feliz que não abria a tempos, um sorriso verdadeiro e divertido. Olho para as três na minha frente que me olhavam esperançosas, queriam que eu falasse algo de seus filhos.

— Seus filhos são heróis? Onde estão? – faço duas das muitas perguntas que circulava na minha cabeça – gostaria de agradecer por terem me salvado as crianças e a mim.

  Elas me olham felizes ao ouvirem isso, estão felizes que seus filhos estão recebendo o respeito que merecem. Elas trocam olhares como se perguntasse se está tudo nem falar.

— Eles estão na escola – fala Mitsuki – uma escola que forma super heróis, eles são como estagiários de super heróis – fala respondendo a primeira e segunda perguntas.

— Entendo – falo cabisbaixa, queria conhecer eles e agradecer e, se possível, saber onde estão as crianças.

— Ei, não fique para baixo, tenho certeza que vai poder conversar com eles logo – fala sorrindo Inko, fazendo carinho em minha cabeça.

— Mas é claro que vai vê-los novamente, vocês tem muito o que conversarem –  falou como se fosse óbvio, o que me fez abrir um sorriso para a mesma.

— Qual seu nome, meu bem? – pergunta Rei, chegando do outro lado da cama sentado na cama, ao meu lado.

— Me chamo Scarlett, senhora Todoroki! – falo sorrindo gentilmente para a mesma que acaba corando.

— Pode me chamar só de Rei – fala sorrindo para mim, colocando sua mão na minha face, o que me fez deitar minha cabeça na sua mão que estava gelada.

— Se é o que prefere. – falo sentindo a carícia da mesma.

— Pode me chamar de Mitsuki – fala a loira bagunçado meus cabelos.

— Pode me chamar de Inko – fala a baixinha segurando minha mão.

  Sentir aquele calor humano, aquele carinho gentil fez meus olhos se encherem d'água, não sei o que é carinho parental já que minha mãe me vendeu quando tinha acabado de nascer. Acabei deixando algumas das minhas lágrimas cair, o que fizeram elas me abraçarem assustadas.

— Não chorei, Scarlett – fala Rei, fazendo um carinho nas minhas costas.

— Isso mesmo, você foi forte até agora – fala Inko beijando minha cabeça.

— Mas agora não seria o momento perfeito para chorar então? – fala Mitsuki olhando para elas sem entender – pode chorar, chora até não aguentar mais, se chorar demais vou atrás de um barco e remos – fala segurando as minhas mãos.

  A sua fala me fez rir muito mesmo, me curvei para frente de tanto rir, as outras duas olharam para a amiga sorrindo e ela continuou sem entender.

— Agradeço o conforto de vocês, logo ficarei bem! – sorrio feliz – além do mais, não estou mais sozinha.

  Elas me olham com um pouco de receio, mas logo sorriem.

— Vamos tirar uma foto nossa? – pergunta Mitsuki apontando para uma coisa quadrada, nunca tinha visto uma antes, era pequena com uma coisa redonda na frente e tinha um buraco embaixo – quando os nossos filhos aparecerem é só mostrar para eles essa foto.

  Com isso as três vieram para perto de mim ficando a minha volta, me mexi um pouco e senti uma dor horrorosa atrás me lembrando das asas machucadas que tinha esquecido com toda aquela distração, mas não deixei mostrar no meu rosto a dor que senti. Inko ficou atrás abraçando meu pescoço, Rei ficou do lado esquerdo segurando minha mão e Mitsuki ficou do lado direito abraçando minha cintura com uma as mãos e com a outra apertou um botão fazendo sair um flash da mesma.
 
  Logo depois saiu um papel da caixa, ela balançou esse papel e logo foi dando forma de pessoas no papel, era a gente. As três estavam sorrindo enquanto eu olhava curiosa com a cabeça jogada de lado.

— Que coisa incrível! – falo baixo olhando para a foto.

— Nunca tinha visto antes uma máquina fotográfica? – perguntou Rei, discordei levemente com a cabeça, então o nome dessa coisa é máquina fotográfica.

— Você é bem misteriosa mesmo. – fala Mitsuki rindo.

— É melhor a gente ir, o médico deve vim daqui a pouco – fala Inko olhando para porta preocupada – fique para você essa foto – ela sorri para mim fazendo um carinho na minha cabeça e foi andando até a porta.

— Tchau, pequena! – fala Rei apertando minha mão e seguindo a esverdeada.

— Voltaremos para te visitar! – fala Mitsuki dando um beijo no meu rosto e indo atrás das outras duas.

  Fiquei sozinha por um tempo olhando aquela foto até que bateram na minha porta e entraram o doutor e a enfermeira de antes.

 

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