O Segredo Da Caverna

Capítulo 39

Abro meus olhos, mas logo os fecho novamente por causa da forte luz do sol que adentrava pela pequena janela. Me sento meio tonta, coçando os olhos me acostumando aos poucos com a luz, quando olho em volta percebo que não estávamos mais na caverna, nem mesmo sei onde estava. A sala onde me encontrava parecia ser um quarto pequeno, havia uma cama de solteiro onde estava deitada minutos atrás, um pequeno criado mudo, a janela por onde a luz entrava era pequena e redonda e do outro lado do quarto tinha uma porta fechada.

Me levanto devagar da cama e me espreguiço, abrindo minhas asas azuis o máximo que o quarto pequeno permitia. Meus machucados se encontram tratados e curados, sem dor, nem mesmo cicatriz, sorrio para as penas novas e guardo as asas para que eu possa me locomover melhor. Estava pronta para sair do quarto quando reparo no meu reflexo em um espelho pendurado na parede, eu estava horrível, meu cabelo branco estava marrom avermelhado de tanta sujeira e sangue, meu corpo tinha algumas manchas de sangue seca e minhas roupas rasgadas.

Olho enojada para meu reflexo e vou a procura de roupas limpas e um banheiro. Olhando em volta no quarto encontro uma bolsa que não tinha reparado antes, a minha mochila com meus pertences estava dentro dela, junto com as dos meninos e de Clary. Pego minha mochila e saio do tal quarto para procurar um banheiro, assim que sai eu percebi que não estava em terra firme, o chão onde pisava balançou levemente e o cheiro de água salgada me atingiu em cheio, estava em um barco.

Levanto um pouco minha cabeça e cheiro o ar, além do cheiro salgado posso sentir a presença do pessoal e alguns estranhos. Sem perder tempo vou andando pelo corredor estreito e pequeno olhando as portas, dentro da última dela havia um pequeno e arrumado banheiro, com uma ducha e assessórios de banho. Não tinha uma privada, então era um lugar somente para banho mesmo.

Tiro minha roupa, ela estava dura e grudava no meu corpo, mas consegui tirar, vou para baixo da ducha e abro a mesma, deixando uma água quente cair pelo meu corpo, levando a primeira camada de sujeira embora. Enquanto esfregava meu corpo tentava me lembrar o que aconteceu depois daquela adrenalina de poder. Sera que estão todos bem? Perdi nos meus pensemos e quando voltei eu me esfreguei tanto que minha pele estava vermelha.

- Pelo menos estou limpa - comento para mim mesma com um sorriso no rosto.

Lavo meus cabelos bem lavado e também lavo minhas asas e rabo, o que foi um desafio já que o banheiro era minúsculo. Quando terminei peguei o secador e fiquei um tempo secando tudo.

Já pronta, com outro trage meu, deixando minhas asas amostra como também as orelhas e calda, volto para o quarto onde guardo minha mochila onde encontrei e sigo o cheiro de Hawks para que eu possa encontrá-lo.

Quando chego no primeiro piso do convés encontro o Sr. Chico olhando para fora do barco. Vou para o lado dele e acompanho seu olhar, estávamos perto da caverna, mas a mesma tinha uma buraco enorme na parede e várias pessoas entravam e saiam, tirando tudo para fora, pareciam estar desarmando a caverna.

- Acordou mais cedo que imaginávamos, criança! - escuto a voz gentil e grave, provavelmente consequência dos anos.

- Não me machuco fácil, Sr. Chico - sorrio para ele apoiando meus braços na beirada do barco, o movimento das pessoas estavam bem sincronizado e mais um barco estava cheio de troços.

- Seus amigos estavam super preocupados com você - comenta ele me olhando de cima a baixo, avaliando se realmente estava bem - principalmente o loiro estressado e o com asas, como o das asas tinha que comandar o loiro estressado ficou do seu lado até agora a pouco, ele só saiu porque falei que ia cuidar de você- continua desviando o olhar - você é ruim de queda mesmo, em!

Dou risada de seu comentário e volto minha atenção para o pessoal lá em baixo, saber que o Katsuki ficou do meu lado o tempo todo fez um arrepio subir pelo meu corpo e minha barriga esfriar. Me despeço do Sr. Chico e pulo do barco para o chão, vou andando tranquilamente pelo meio das pessoas, algumas me olhavam espantadas e outras me ignoravam.