Capítulo 36

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Separados pelas paredes decidimos continuar, cada um no seu caminho. Eu e Katsuki seguimos uma estrada escura e úmida. Graças a minha visão noturna pude me acostumar rápido com o escuro e a pequena fonte de luz da lanterna de Katsuki. Mas isso não impediu que eu batia em Katsuki as vezes quando desviava de uma pedra no chão.

Por onde andávamos tinha vários caminhos alternativos, uns com barulhos duvidosos e outros calmo, seguimos reto sem virar até chegarmos no final, dando de cara com uma parede de pedra e musgo.

Levanto minha cabeça e cheiro o ar, a procura de alguma pista que o vento carregava. Um cheiro doce vinha do lado esquerdo, como milhares de flores, e o outro, o lado direito, vinha um cheiro de terra molhada e um pequeno barulho de folhas mexendo em uma árvore vinha daquele lado. Era tão baixo que não teria percebido se não tivesse segurado minha respiração e aumentado minha audição.

- Ouviu algo? - pergunta Katsuki, ele estava calado até agora, sem resmungar nem uma vez, perdido em seus pensamentos.

Explico o que tinha ouvido e cheirado. Decidimos seguir a árvore, ou seja, o caminho direito, já que Katsuki ouvirá falar de sua mãe que existia flores carnívoras que tentava suas presas com cheiros doces. Seguimos por aquele caminho em silêncio quando sinto que pisei em algo.

- Merda - xingo vendo uma bola de pedra rolar na nossa direção, por sorte ou má sorte ela estava vindo por trás, dando uma só saída.

- Que desgraça mais Clichê - fala Katsuki se preparando para explodir quando eu paro seu ato.

- Vamos correr! Se estivermos perto da árvore mesmo iremos chamar a atenção dos outros, tanto amigo como inimigo - explico segurando sua mão e o puxando, olhando a bola de concreto se aproximar, ganhando mais e mais velocidade.

Bufando de indignação Katsuki aperta minha mão na sua e corremos pelo corredor de mãos dadas, ele na frente e eu atrás. Enquanto corríamos não apareceu outro caminho, para ser mais exata, os caminhos tinham se fechado dando assim uma longa corrida até o final.

Depois de alguns minutos no longo corredor que mais pareciam horas com a grande bola se aproximando e a gente correndo o dobro de cada segundo, já perdi as contas de quantas vezes dobramos de velocidade. Ja cansados consegui ouvir um barulho de água mais a frente, um rio talvez.

Animada com a ideia de uma saída a frente apertei levemente a mão de Katsuki e tomei a liderança, passando na sua frente, o mesmo não reclamou e seguiu meus passos.

Eu sabia que a parede a frente que víamos não era de pedra, sabia que dos lados não havia outra saída, sabia que a bola estava muito perto. Corro mais rápido para a parede, sinto Katsuki segurar forte minha mão, mas não protestou. Sem medo vou contra a parede e atravesso o monte de plantas, uma cortina verde e natural, e caímos nomente.

- De novo não! - grita Katsuki me puxando para perto de si novamente.

É, eu sabia, sabia que o Rio estava abaixo de nós e que seria uma longa descida, e imaginava, ou melhor, acreditava que a pedra ficasse presa na parede por causa da velocidade de seu peso e seu tamanho. E assim foi feito, a grande bola se agarrou na entrada da parede e não passou.

Feliz e orgulhosa do meu trabalho sorrio para a bola e abraço a cintura de Katsuki, o assustando quando aproximei mais dele, ficando apenas os rostos distantes uns do outro. Sinto Katsuki passar os braços pelo meu fino pescoço e eu faço o mesmo com a sua cintura, olhando em seus olhos, abro minhas asas e plano pelo local aterrizando em outro caminho próximo ao rio.

Até aterrizar Katsuki não tirou os olhos dos meus, mesmo quando nosso pés tocaram o solo ao lado do rio seu olhar continuou a me observar, um sorriso brincalhão passa pelos seus lábios vermelhos, o que me faz desviar meu olhar para sua boca. Será que é macia ao toque?

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