III

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Louis voltou para seu quarto (em um corredor diferente por conta da patente), fechou a porta bruscamente e se encostou nela, tendo muita dificuldade em tirar a própria gravata por conta das mãos trêmulas

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Louis voltou para seu quarto (em um corredor diferente por conta da patente), fechou a porta bruscamente e se encostou nela, tendo muita dificuldade em tirar a própria gravata por conta das mãos trêmulas. Estava suando, mas era puramente nervoso, uma vez que não fazia calor na Inglaterra.

Ele desabotoou sua camisa, depois tirou o terno e sentou no chão, limpando o suor da sua testa repetidas vezes. Decidiu que não sairia daquele quarto por nada desse mundo. Se fosse parar para pensar, não teria como fugir dele, mas ao menos naquele dia ele poderia tentar.

O que estava acontecendo?

Harry já sabia o que estava por vir, não foi pego de surpresa. Ele foi informado pelo seu chefe, por Zayn, mas com Louis aconteceu exatamente o contrário. Ele jamais imaginou que iria ver Harry novamente e isso lhe causou um abalo sísmico iguais aqueles que ocorrem na terra.

Há dez anos atrás, a última coisa que passou pela sua cabeça foi ter que dizer "adeus" algum dia, mas depois de Leeds tudo mudou. O trauma veio como uma apunhalada certeira e incurável, fazendo-o perder completamente o raciocínio e a noção do certo ou errado, justo ou injusto, bem ou mal.

Injustiça é um ponto de vista, mas Louis realmente chegou a ficar com raiva de Harry por alguns anos, muito embora ele não tivesse culpa de absolutamente nada.

Ele não tinha, Louis não tinha, ambos eram inocentes e sofreram as consequências da... injustiça. Mas talvez se Harry não tivesse insistido tanto para eles irem aquele festival, o pior não tivesse acontecido.

Ok, não era culpa dele, não era culpa do Louis também.

Depois de alguns anos, ele entendeu que ninguém teve culpa daquilo, nem ele e muito menos Harry, mas agora já era tarde demais. A sua relutância era por outro motivo, afinal, os policiais estava certos, Louis era um assassino.

Ele assumiu uma nova personalidade depois de ter vivenciado o maior trauma da sua vida. Literalmente não era mais aquele garoto amoroso, afetuoso, carinhoso, engraçado e atentado de dezoito anos, agora ele era tudo o que Harry enxergou: frio, calculista, arrogante, ácido e grosso.

Não era com essa nova personalidade que ele gostaria de se apresentar a Harry. Na verdade, ele nunca mais queria ver o moreno na sua frente, embora pensasse nele todos os dias. Mas era passado, um amor de verão que iria ficar guardado na memória e apenas na memória.

A vida muda, os planos mudam, as emoções mudam, mas por que ele ficou tão desesperado com a presença de uma pessoa que julgou ter superado? Será que realmente tudo havia mudado como ele acreditou que mudou?

Que merda de destino era esse que resolveu aproximar duas pessoas depois de dez anos? Duas pessoas que jamais deveriam ter se aproximado, aliás. Mas Louis jamais imaginou que não havia destino nenhum, era tudo absolutamente premeditado e fazia parte de um plano.

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