Amor

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De todos os verbos que poderia conjugar, certamente ‘amar’ era o mais complexo.

[Vergil centric]

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De todos os verbos que poderia conjugar, certamente ‘amor’ era o mais complexo.

Complicado. Descomedido. Irracional. Irreal. Idealizado. Havia uma infinidade de definições diferentes que o representava, todas nas quais não compreendia bem a essência. Talvez, até, as desconhecesse.

Estava ciente da sua deficiente percepção das emoções, seria tolice esconder o óbvio. No entanto, nunca chegou, em determinado momento, pensar sobre isso. Realmente não era de seu feitio. Questionou-se a convivência diária com o irmão, o fez ter adquirido suas manias. Ou simplesmente, eram dúvidas que vinham dele mesmo. Um pouco de cada um, talvez.

Imergindo em pensamentos mais profundos, Vergil viu-se preso naquela reflexão.

Na complexidade singular de tal emoção é possível amar duas pessoas em igual proporção e intensidade?

Ambos de personalidades divergentes, em constante conflito. Duas almas distintas, rostos idênticos e ideais opostos que, ironicamente, possuíam o mesmo objeto de afeto. Não tinha como chegar a uma conclusão definitiva, o impasse permaneceria até que a balança pese para um único lado.

Mas o amor pode ser medido? Mesurado? Dividido? Equilibrado?

Certamente as respostas nunca saberia. Tentar explicar aquele fato também não resultaria em nada. Simplesmente ele existe independente do querer, não é algo que você controla, mas que sente. Chega com a força de uma tempestade e varrendo tudo. No entanto, ao contrário da analogia, Diva não era uma violenta e poderosa tempestade. Na verdade, ela era a calmaria depois da tormenta, a brisa gentil que soprava suavemente para longe o rastros do vendaval. O bálsamo. O ponto de equilíbrio.

Se ele e o irmão são a soma de todos os problemas, Diva era a linha tênue de tranquilidade e afeito que os separava. Quase um símbolo de amor solene e imenso. Esse estranho sentimento que não entendia, mas que fora embebido por ele. Talvez, só talvez, admitisse que precisava disso, uma espécie de porto seguro, porque até mesmo o mais feroz guerreiro, uma alma atormentada, na guerra, anseia a paz.

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