Devil May Purr

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"Um ruído fugaz escapou de sua boca com a agradável sensação lhe engolfando.

— Você acabou de ronronar, Nero? — questionou."

[Nero e Diva | Comédia | Fluffy]
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Ser chamado pra resolver uma ocorrência com demônios poderia lhe render boas horas de entretenimento, porém, em ocasiões específicas também lhe proporcionariam o apogeu do estresse — estar suado e exausto também favoreciam o mau humor

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Ser chamado pra resolver uma ocorrência com demônios poderia lhe render boas horas de entretenimento, porém, em ocasiões específicas também lhe proporcionariam o apogeu do estresse — estar suado e exausto também favoreciam o mau humor. Sem vontade alguma de tratar com o tio e seus comentários espirituosos fora de hora, Nero abriu a porta da agência querendo somente seguir para o banheiro e lidar com sua sujeira sem ter que lidar com empecilhos que lhe tirasse o pouco que lhe restou de bom senso.
Diferente do que deduziu a princípio, não encontrou Dante estirado no sofá tampouco seu pai, cuja existência quase se ocultava pelo sua completa falta de ações, ali com algum livro ou bebendo chá exótico de sua coleção. Apenas Diva estava presente na loja, ela arregalou os olhos com sua, não tão triunfante, entrada e a carranca que ostentava como uma advertência. Vê-la não seria exatamente uma surpresa, ela residia na Devil May Cry desde que tem conhecimento, contudo, sua precipitação pareceu tê-la assustado, o que não julgaria considerando que o lugar, em muitos momentos, recebia ataques que resultava em, desde, pequenos danos à estragos colossais.
— Céus, quase disparei em você. — murmurou, fazendo Nero notar a mão esquerda dela brilhar em um tom dourado indicando um raio energético prestes a ser lançado contra ele.
— Sinto muito, Diva. — esfregou a nuca, sem jeito.
— Problemas no trabalho?
— Mais ou menos. O chuveiro da van quebrou e até Nico consertar, vou ter que tomar banho aqui. — esclareceu.
— Ah, fique a vontade! — Diva sorriu receptiva. — Quer comer algo depois?
Nero cogitou aceitar a generosa oferta de Diva e provar um dos pratos que ela cozinhou, trocar a rotina maluca de comida rápida que se obrigava a ingerir enquanto estava na estrada em serviço pra saborear algo caseiro e mais apetitoso. Ser um Devil Hunter tendo que atuar como uma franquia móvel da agência do tio, muitas vezes o impedia de ter certos confortos, sendo um deles banhos prolongados sem o risco da van ser alvo. No entanto, o que permanecia em seus planos era se limpar e descansar.
— Eu vou me banhar antes de qualquer coisa. Estou precisando. — brincou seguindo para o banheiro.
O banho frio revigorou suas forças e apaziguou a fera volátil que o atormentava. Com novas peças de roupas e sem o cheiro desagradável de fluídos demoníacos contaminando cada centímetro de seu corpo exaurido, Nero se acomodou no sofá próximo de Diva que o mirava com diversão.
— Você parece bem melhor... E menos fedido. — Nero riu com a alfinetada. — Agora só está bem acabado.
— Você é bem gentil por reparar nisso. — replicou com um ar mais mordaz.
— Vem. — pediu com suavidade, se aprumando para que o rapaz tivesse onde repousar. Nero não compreendeu exatamente o que ela queria com aquilo, seu cérebro demorando a processar as palavras e suas insinuações. — Venha, Nero. Não precisa ficar travado, descanse.
Ainda sem ver a lógica, franziu o cenho. Diva gargalhou com sua expressão perdida, fazendo com que Nero assimilasse adequadamente o sentido da frase e, lentamente, a ficha do caçador mais jovem caiu. Suas bochechas adquiriram um tom rosado e, seu primeiro instinto, foi querer sair — não por desconforto, mas pela embaraçosa atmosfera. Não careceu de muito esforço para convencê-lo a ceder, o caçador se viu, movido pela curiosidade, repousando a cabeça no colo da mulher que, de imediato, começou a lhe afagar.
Dante tinha razão: ela possuía uma fragrância floral muito agradável que o acolheu como um cálido abraço.
Nero fechou os olhos agradecido pelo gesto carinhoso que o guiava para o mundo sereno e pacífico dos sonhos, embalando-o. Os dedos delgados de Diva passaram a massagear áreas que nunca imaginou que precisavam de devida atenção até senti-las. Um ruído fugaz escapou de sua boca com a prazerosa sensação lhe engolfando, uma mistura de letargia sublime, carinho e algo que não soube descrever com exatidão.
Diva parou o que fazia, corada.
— Você acabou de ronronar, Nero?
Nero se sobressaltou com a questão absurda.
Ele ronronar? Nunca.
— O quê? Não! — corou furiosamente com a perspectiva constrangedora dela ter escutado algo assim vindo justamente dele. — Não estava ronronando!
— Eu não ouvi errado. Você ronronou sim. — um sorriso se desabrochou em sua face emocionada. — Quem diria que demônios também podem ronronar, não é?
— Eu não estava ronronando! — arquejou.
— Estava sim!
— Não estava. — bufou. — Eu não... Droga, não conte pro Dante.
Se isso chegasse a ele, certamente não teria mais dias de paz. Já conseguia até vislumbrar seu semblante escarnecido do tio.
— Não se preocupe, vou guardar segredo. — pousou o indicador nos lábios. — Agora deite, por favor.
Nero quis protestar, contudo, após uma noite insone e receber um tratamento tão gentil, não resistiu e nem se opôs com o contato.
— Só pra deixar claro: não ronronei.
— Claro, Nero. Não ronronou. — ouviu a risadinha discreta de Diva.

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