"Como um homem metódico e pragmático, as vezes muito sentimentalista, V buscava em si mesmo as respostas as suas dúvidas. O que não era diferente agora, embora ele questionasse ainda mais sua própria existência – sobretudo o fato de ter uma conexão com Dante."
[V centric | Spoiler | 13/12/2018]
━────────────────━Respirou fundo, o esforço no simples ato o obrigou a encolher-se involuntariamente. Podia sentir cada parte de si reclamar arduamente devido a exaustão extrema – estava definhando mais rápido do que previu, isso significava que seu tempo não era muito. Precisava se apressar e cumprir seu real e fatal propósito antes que aquele caos tomasse proporções maiores e assolasse totalmente o mundo. Apoiou-se com dificuldade em sua bengala, qualquer um que o visse pensaria que sofria de alguma enfermidade que comprometia sua locomoção e que nem sua aparente juventude conseguia tratar, não obstante da percepção de outros a respeito desse mero detalhe, sempre foi humanamente saudável. A utilidade principal da peça além de fornecer amparo quando seu corpo encontrava-se fraco diante do excesso de poder que usava, servia-lhe, também, como arma abatendo facilmente inimigos de um nível um pouco mais baixo.
Observou calma e clinicamente os arredores, ainda que seu interior a inquietude o perturbasse, o silêncio seria seu único companheiro durante sua trajetória trágica até ele. A brisa cálida trouxe o aroma de sangue, um perfume que acompanhava a morte, o sinal de que ali não existia mais nenhuma essência viva. Esse pensamento o motivou a continuar, reforçando sua missão. Daria tudo de si para pará-lo, não importando o que custasse.
Dante fazia seu próprio caminho em alguma outra parte da cidade e V ficou aliviado que pudesse contar com a ajuda do meio-demônio – e Nero. Havia uma atmosfera de confiança ao redor dele que fez com que V realmente visse uma chance, uma esperança. Não somente isso, esse sentimento nasceu de algo muito mais profundo do que a fama do caçador transmitia e ressoasse. Talvez fosse uma ligação fraternal. V tinha plena consciência de quem era e do que deveria fazer, mas não queria expor a verdade – pelo menos não ainda. O que Dante diria se tomasse conhecimento?
Como ele reagiria em saber que seu aliado e inimigo eram a mesma pessoa?
O conceito dualidade se aplicava de modo literal a ele e Urizen: sendo a bondade e humanidade e sua contraparte, a maldade virulenta, corrupção e o poder destrutivo. Duas metades de uma pessoa.
Griffon voou para perto de V, atento a expressão de seu mestre. Conhecia-o bem para saber o que se passava por sua mente e, mesmo não externando sua preocupação, enxergava a tensão nele. Como um homem metódico e pragmático, as vezes muito sentimentalista, V buscava em si mesmo as respostas as suas dúvidas. O que não era diferente agora, embora ele questionasse ainda mais sua própria existência – sobretudo o fato de ter uma conexão com Dante. Não foi a esmo seu nome ser simplesmente “V”.
– Certo, Shakespeare, podemos acabar com isso e você terá todo tempo do mundo para pensar – debochou, tirando seu mestre do devaneio e o acordando para a realidade.
– Ou talvez não tenha muito tempo. Vamos, nós temos que pôr um fim nisso – declarou, seguindo em direção ao seu destino.
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Coletâneas do Cotidiano em Devil May Cry
FanfictionEntre caçadas de demônios e impedir que Imperadores Infernais dominem o mundo, a trupe de Devil Hunters - junto da Garota de outra dimensão - será posta em abordagens mais humanas, vivendo cada particularidade de uma vida comum nos parâmetros mais n...