Coletâneas do Cotidiano em Devil May Cry

Realidades até Você

"Diva contemplou a figura casual de Dante tomando seu suco de tomate enquanto folheava uma revista qualquer sobre fofocas.

Um cenário agridoce de um certo modo.

— Dante, estava aqui pensando... — começou incerta, porém curiosa. — Se eu não tivesse vindo a essa dimensão, acha que teríamos nos encontrado de alguma forma?"

[ Fluffy | Diva x Dante | Romance | Mini-conto ]

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Diva rabiscou, com o polegar, linhas paralelas que acompanhavam as gotas que vertiam no vidro ligeiramente embaçado pela chuva ininterruptamente gélida do lado de fora. A névoa de sua respiração misturada a atmosfera mais fria lhe permitiu desenhar formas aleatórias sobre a superfície plana, entediada até para elaborar um modelo de arte mais complexa. Sem muitas opções de entretenimento disponíveis, não muito disposta a ler no momento, ela contemplou a figura casual de Dante tomando seu suco de tomate enquanto folheava uma revista qualquer sobre fofocas.

Um cenário agridoce de um certo modo.

— Dante, estava aqui pensando... — começou incerta, porém curiosa a respeito. — Se eu não tivesse vindo a essa dimensão, acha que teríamos nos encontrado de alguma forma?

Dante ergueu ligeiramente a cabeça, as sobrancelhas arqueadas com a indagação repentina. Ambos possuíam uma linha de diálogo aberta, sincera e bastante afetuosa, não tinham restrições sobre tópicos tampouco um tabu real que causasse a uma das partes um incômodo reativo. Vê-la vulnerável dentro da dinâmica que compartilhavam o coibiu a pensar na razão, a reconhecer pequenos traços que somente ele poderia decifrar e, sem muito esforço, a compreensão o atingiu com um sopro delicado e cheio de alento.

Ele mirou o teto imerso no prorrogativa da questão. Então, abaixou a cabeça reservando atenção total a Diva.

Não acreditava no conceito de destino e suas nuances, mas gostava de pensar que dentre inúmeras probabilidades certamente em muitas, senão todas, iriam chegar um ao outro.

— Talvez. Quem sabe? — se ajustou na cadeira, interpretando um vislumbre de melancolia na linguagem corporal dela. — Quantas realidades e linhas do tempo são possíveis?

— Infinitas, creio eu. — Diva elucidou.

— Pode não ser a resposta que você procura, mas se fosse uma decisão minha, independente do tempo e das dimensões que existem, você sempre seria minha escolha. Se sua preocupação for essa...

— Não, está tudo bem, essa resposta foi tudo que eu precisava. — abriu um sorriso embebido de ternura com a sintetização de múltiplos sentimentos em uma única constatação.