Música

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"Admitiu para si a cômica desventura de toda a situação, pensando que tudo aquilo poderia ter sido evitado se tivesse usado proteção."

[Dante e Grávida!Diva | Romance | Música | Fluffy]

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Imprevisível como sempre, Diva, grávida de 28 semanas, decidiu que queria ser agraciada pelo talento artístico de V – e seu violino. E mesmo após sugerir que tocaria um metal pra distraí-la, o que quase lhe custou a vida, Diva alegou, usando o velho estratagema de toda gestante, de que se não ouvisse uma música boa a criança nasceria com o mesmo senso de realidade que o pai – o que deixou Dante sem saber se aquilo era um elogio ou uma ofensa. Admitiu para si a cômica desventura de toda a situação, pensando que tudo aquilo poderia ter sido evitado se tivesse usado preservativo. Embora amasse Gael mais que qualquer coisa, o filho daria um crédito a ele por ter que lidar com uma Diva instável e mais indecisa no período mais longo de paciência e dedicação absoluta de todo seus quase quarenta anos. Talvez tudo que enfrentou outrora, na verdade, o preparou para seu real desafio: de ser o pai mais descolado de todos.

Foi um alívio assombroso para Dante ver V, tão calmo, exalando sua serenidade invejável, entrando sem cerimônia no escritório. Ele cumprimentou o caçador com um gesto sutil e direcionou-se a Diva que estava acomodada confortavelmente, algo que fez questão de fornecer a ela, no sofá. O semblante dela se iluminou em um misto de pureza e euforia inocente. V tocou a barriga saliente de Diva, como se sentisse a essência da criança em fase final de formação. Nunca entendeu a razão do rapaz fazer isso, apesar de Diva explicar que seria uma avaliação da energia da criança. Lembrou vagamente do que Eryna comentou certa ocasião de que crianças Unchants além de ter o corpo físico, também possuíam a forma energética em desenvolvimento, e quanto mais harmonia o lado externo tivesse, mais tranquila será a gestação.

V se afastou unicamente para abrir a bolsa e tirar dali o violino, projetando-se de pé frente a Diva. Seus movimentos eram suaves e aptos ao iniciar a melodia que ecoou por todo escritório. Foi então que percebeu, pequeno e quase despercebido, uma nova aura pulsando timidamente em resposta ao estímulo musical e sorriu com a percepção que o tomou ao reconhecê-la.

Mas a questão pertinente que ficou foi: Como seu filho gosta de música clássica e não do velho e bom metal?

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