Senhor Sparda, parte 2

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Não tinha certeza de quantos horas despendeu de seu tempo livre organizando e calculando as contas, separando as de maior necessidade para pagar primeiro, tudo que seu corpo pedia era um minuto de descanso. Apesar de se ocupar com o aspecto financeiro da agência, geralmente a tarefa se dividia entre ela e Vergil que distribuíam equitativamente entre ambos, um arranjo bem elaborado que poupou muito estresse.

Esticou o corpo para expulsar a preguiça e se deparou com Dante ostentando um sorriso convencido a encarando. Estreitou os olhos com desgosto evidente em cada contorno de sua compleição, julgando-o mentalmente pela brincadeira.

Reunindo orgulho, resolveu mostrar indiferença pela situação e repetiu para si que não cairia novamente em sua provocação para que visse que não seria fácil enganá-la. Sem dirigir a palavra ao meio-demônio, se virou para ir para o quarto quando a voz dele se elevou no silêncio.

— Não quer sua recompensa?

Franziu o cenho. Não soube definir que sentimento a tomou, se era indignação ou perplexidade. Optou por manter a postura neutra, não esboçando nenhuma emoção óbvia.

— Não.

— Não seja assim, doçura.

— Eu passei horas tendo que revisar pilhas de contas! — cruzou os braços e girou para encontrar Dante. — Como consegue acumular tantas? Eu fiz mais cálculos aqui que em toda minha formação escolar! Até a fórmula de bhaskara tive que usar! Regra de três!

Dante deu de ombros.

— Ainda pareço um professor?

— Isso importa?

— Claro que importa — ajustou os óculos na ponte do nariz. — Talvez até saiba qual matéria escolheria ensinar.

Indo contra seu bom juízo, ousou perguntar:

— Qual?

— Ciência.

Diva arqueou uma das sobrancelhas num misto de confusão hilariante e estranhamento.

— E a aula de hoje — arrumou o colarinho e desabotoou os botões da camisa. — É sobre reprodução.

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