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Minha primeira noite na mansão do homem rabugento foi no mínimo frustrante

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Minha primeira noite na mansão do homem rabugento foi no mínimo frustrante. Depois da conversa desagradável que tivemos no escritório, o vampiro resolveu me deixar sozinho novamente e isso me faz pensar no quão desconfortável essa situação está sendo para ele já que parece ser um cara bem solitário. Ter um humano totalmente desconhecido vagando pelos corredores de sua casa sem dúvidas deve ser uma afronta para os seus piores instintos.

Tenho vontade de perguntar sobre sua família ou se ele tem alguém para lhe fazer companhia nesse lugar tão sem graça, mas não vou correr o risco de esgotar a pouca paciência que ele ainda tem comigo e acabar com o coração arrancado logo no primeiro dia.

Quem sabe na próxima. É lógico que não vou desistir de tentar tirar algo da boca dele.

O Drácula é a personificação do vampiro das lendas mais antigas, a espécie que detesta o mundo e tudo aquilo que possa ser considerado humano, onde a sua satisfação está apenas voltada para o sangue e a morte. De fato ele faz questão de transmitir essa imagem quando faz o possível para deixar claro o seu desprezo por mim e a superioridade que possui diante dos outros vampiros, mas, por outro lado, não consigo ter medo dele.

Na verdade ele me intriga, mesmo recebendo nada além de respostas vagas e tratamento hostil, ainda sinto que há algo a mais nele. Sempre gostei de mistérios e principalmente de desvendá-los, deve ser por isso que meu coração bate tão rápido quando penso na possibilidade de ficar e conhecê-lo.

Passei parte da madrugada com os olhos vidrados no teto escuro do quarto,  analisando as opções que tenho para tentar encontrar uma maneira de me livrar do Drácula. Será que é uma boa ideia fugir dele? Se o que ele falou é realmente verdade, é melhor que eu esteja sob a sua proteção do que cair nas mãos de um clã louco por vingança, certo?

Essa situação já está me deixando irritado pois quero a minha liberdade com todas as forças, mas acima de tudo quero viver. E sem a ajuda do vampiro não irei conseguir sair dessa ileso.

Fala sério! Estamos falando de um bando de vampiros famintos e vingativos contra um humano fraco onde sua única vantagem de fuga é o grito. Sem chances pra mim!

Não costumo me conformar com meios termos, na maioria das vezes me jogo de cabeça em minhas escolhas e vivo sem medo de me arrepender delas. E esse é o motivo de ter acordado hoje decidido a manter minha essência alegre e intensa enquanto lido com um vampiro mau humorado até que esse problema se resolva.

Se minha espontaneidade desagradar o vampiro, foda-se ele. Não vou mudar para agradar ninguém.

Meus pais morreram em um acidente de carro quando eu tinha apenas cinco anos e fui criado em um orfanato rodeado de crianças com histórias tristes e trágicas. Enquanto morei lá não fui humilhado ou maltratado como alguns podem pensar, assim como não recebi o amor, carinho e o cuidado que precisava, mas isso não me impediu de manter um sorriso esperançoso no rosto. Fazer o quê? Eu sou assim.

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