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— Está pronto, anjo? – Pergunto, batendo brevemente na porta que dá acesso ao seu quarto, e que logo é aberta pelo garoto sorridente

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— Está pronto, anjo? – Pergunto, batendo brevemente na porta que dá acesso ao seu quarto, e que logo é aberta pelo garoto sorridente.

Harry veste uma calça jeans de lavagem clara, uma camiseta preta sem estampas e tem uma bandana azul na cabeça. Ele está usando um tênis confortável e carrega no braço um casaco leve, porque por mais que a temperatura esteja amena, sabemos que no final da tarde pode esfriar um pouco.

— Eu nasci pronto, paixão – responde, trancando a porta. — Por onde iremos começar a nossa excursão? – Indaga curioso.

— Um programa bem tradicional entre os turistas é o passeio de barco pelo rio St Lawrence – explico, e ele assente enquanto aperta o botão do elevador que nos levará ao térreo. — E já que o barco parte da frente do hotel, pensei que poderíamos iniciar o passeio daqui mesmo.

— Isso é tão empolgante, lou! – ele se exalta, animado. — Eu andei somente uma vez de barco e foi no rio Tâmisa, até que foi legal, mas sabe como é.. não é grande coisa para alguém que já mora lá perto – Harry faz uma pausa para recuperar o fôlego e meu sorriso se amplia com o seu entusiasmo. — Vou adorar repetir a experiência, principalmente em Quebec. Esse lugar é esplêndido!

— Garoto, desde que chegamos não saímos do hotel, como tem tanta certeza disso? – Digo em desafio.

— Por isso você é tão arrogante, Louis – ele revira os olhos, entendiado. — Estamos literalmente hospedados em um castelo, pensei que isso já deixasse claro a minha afirmação.

— Você sempre tem resposta pra tudo, isso não é divertido. – Bufo, frustrado.

— É divertido quando te deixo sem palavras. – Ele dá de ombros, me acompanhando até o cais onde um grupo de pessoas se aglomeram para entrar na embarcação.

Quase jogo as mãos pra cima em agradecimento quando finalmente entramos no barco, detesto pegar filas. Seria capaz de hipnotizar todo mundo só para que Harry e eu pudéssemos passar na frente.

Ao contrário de mim, o anjinho manhoso está radiante no meio dos turistas barulhentos. Ele corre para a primeira fileira e se senta, me chamando impaciente com a mão.

— Daqui a vista é melhor. – Harry comenta com um sorriso de orelha em orelha.

E ele não está errado. A vista é de fato interessante e, enquanto o barco margeia a cidade, um guia local vai explicando um pouco sobre a história de Quebec, porém estou mais entretido em observar as expressões admiradas de Harry, que fotografa com o celular todas as construções antigas ou os fortes pelos quais passamos.

Vez ou outra ele faz uma pergunta ou um comentário inteligente, aos quais o guia se propõe a responder detalhadamente, sanando as dúvidas do garoto. Harry é engraçado, comunicativo e simpático, mesmo sem pretensão ele atrai a atenção dos outros turistas, que como eu, estão fascinados com a sua espontaneidade nada forçada.

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