— Então vamos fechar assim — finalizei os termos com a Sasha encaminhando para o Ali revisar o e-mail referente a uma proposta de parceria.
— Você está maravilhosa — minha funcionária me bajulou e o maquiador concordou com a cabeça beijando as pontas dos dedos da própria mão.
— Magnífica!
Me olhei no espelho e tive que concordar com eles, eu não só me sentia outra mulher, mas está gritante o quanto as coisas estão mudando.
— Amiga, está na hora. Dinis já está nos esperando — a Mari rompeu a passagem da porta falando sem deixar de digitar incessantemente no celular.
Me levantei passando a mão na saia do vestido para tirar qualquer vestígio de amassado. Estava com um midi verde musgo desenhado por uma das mulheres da Sharberty Paros que inauguramos há pouco mais de um mês.
Ela é simplesmente uma descoberta deslumbrante de talento e estilo, e por estar apaixonada pelos seus desenhos, que pedi para desenvolverem o vestido para mim.
A Pata — quem desenhou — não sabe que escolhi justo a inauguração da Sharberty Nova Iorque para estrear seu nome, mas estou fazendo de coração e apostando alto em alguém que pensa tão pouco de si.
Entrei no carro do Dinis sendo acompanhada por Mari e Sasha, que apenas o cumprimentou e se focaram nos próprios celulares.
— Você está muito princesa — me elogiou beijando minha boca.
— Você também não está mal — brinquei puxando-o pela gravata para aprofundar o beijo.
Faz uma semana que não o vejo e já estou com saudades — do seu corpo, da sua presença, de tudo.
— Elas são robôs? — perguntou quando nos afastamos e nenhuma das duas se abalou com nossa intimidade, sequer vacilaram o olhar dos aparelhos.
— Vamos logo Megalos, temos vinte e um minutos para chegar — Mari reclamou abaixando o celular para reclamar com ele, a sorte é que do salão para o hotel não é longe.
— Um robô impaciente — dei de ombros colocando o cinto de segurança.
Meu celular acusou uma notificação e o restante do caminho foi silencioso, por nós três estarmos concentradas nos aparelhos telefônicos enquanto o Dinis dirigia cantarolando uma música que tocava na playlist do carro.
O começo desses eventos é sempre chato. Fotos e mais fotos, comentários para a imprensa, sorrisos amistosos para ninguém específico e cansaço no maxilar por conta disso, mas não deixava de ser extremamente importante.
— Está tremendo princesa — seus olhos de girassóis aprofundaram-se nos meus enquanto caminhávamos pelo salão cumprimentando os convidados.
A Sasha nos acompanhava há dois passos de distância, fazendo arduamente o seu papel de assistente sombra. Eu mal reparava a sua presença, só tenho a certeza de que está ali, pois quando alguém se aproxima para parabenizar ela está prontamente no meu ouvido sussurrando sutilmente o nome do colaborador para que o nosso contato se torne menos impessoal.
— O que eu seria sem você — a agradeci dando-lhe uma piscada quando mais um dos senhores se afastou de nós.
— Está me enrolando Jô? — Dinis acariciou meu braço fazendo-me focar nele, incapaz de desviar do seu olhar carinhoso.
— Não é hora para isso.
Entre um convidado e outro ele puxou novamente o assunto de morarmos juntos e deixarmos a casa do Orfeu para a Mari ficar a vontade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
SHARBERTY - A Liberdade Inexplorada
RomanceJoana Sharp nunca pensou que iria gostar de ser o centro das atenções. Nunca pensou que iniciar uma nova jornada apostando em algo que acredita, iria lhe trazer tantos benefícios - financeiro, mental e pessoal -, também não pensou que dinheiro e vis...