— Isso sim é uma ótima terça-feira — estava com os olhos fechados quando ouvi a voz risonha da Pata ao meu lado.
— Nem me fale, estava precisando muito disso — Mari concordou com ela.
Abri um dos olhos deixando-o se adaptar ao sol forte de Punta Cana antes de abrir o outro, estávamos aproveitando a Praia de Bávaro e eu tenho que concordar que trabalhamos muito esses meses para a Sharberty e estar aqui, em uma terça-feira, é mais do que satisfatório.
— Acho que deveríamos estar no quarto repassando o planejamento da nossa reunião para...
— Ah, Joana, para pelo amor de Deus — Mari me cortou antes que eu terminasse a frase. — Nós temos umas vinte horas até a reunião e eu mereço esse sol — afirmou bebendo um gole do seu drink. — Se você consegue relaxar no pau de um ricaço gostoso, eu não consigo e essa praia é o máximo de diversão que tenho em meses.
— Mariana — chamei a sua atenção e ela revirou os olhos para mim.
— Por favor Joana, não venha me dizer que uma boa transa não ajuda a encarar nossa rotina exaustiva — tentou se defender.
— Verdade, sair com esses caras de balada não tem dado muito certo — Pata reclamou chamando o garçom para pedir outra bebida. — Um pior que o outro — completou encarando a bunda do moço enquanto ele ia pegar o pedido dela.
— Nenhum é bom? Todos os gregos que experimentei foram excelentes — lembrei-me de Megalos e me segurei para não mandar uma mensagem.
— Pois é, ficamos com o resto.
— Triste para você — mostrei a língua para a Pata.
— Oi, licença — ouvi uma voz baixa vindo do lado oposto ao que eu olhava e arrumei a postura para encarar a jovem morena que falava conosco em um inglês puxado. — Não queria incomodar, mas vocês poderiam tirar uma foto minha? — sua voz continuou baixa e por um instante fiquei apreensiva pois o seu sorriso no rosto não condizia com o comportamento do seu corpo, já que suas mãos tremiam um pouco quando me entregou seu celular.
— Claro, eu tiro para você — Mari se levantou para pegar o celular, mas ela recuou.
— Pode ser você? — me estendeu o aparelho e mesmo estranhando o peguei, olhando para a Mari com uma sobrancelha erguida.
— Claro — sorri sem graça olhando para a tela do celular aberta na câmera.
— Pode ser daí mesmo — ela deu alguns passos para trás e se posicionou parada com os dois pés alinhados e os braços esticados ao lado do corpo. — Pronto?
— Três, dois, um...
Eu estava olhando para a tela do celular e tudo o que aconteceu após o clique na bola central do aparelho foi muito rápido.
Quando pronunciei o um ela levantou a blusa e foi bem nessa hora que a foto capturou o nome de Orfeu escrito na sua barriga em cortes horrorosos e recentes, bem avermelhados e feitos de qualquer jeito. Ao desviar o olhar para a menina ela se tremia inteira chorando sem parar.
— Eu só queria uma vida melhor... — foi o que consegui entender antes de um tiro acertar o meio da sua testa e a mesma cair já sem vida na areia.
Daí em diante tudo se passou como borrões.
Ouvi os gritos.
As pessoas correndo.
GG apareceu junto com outros seguranças.
Mari e Pata me arrastando para algum lugar junto com os seguranças que formavam uma barreira entre nós.
VOCÊ ESTÁ LENDO
SHARBERTY - A Liberdade Inexplorada
RomantikJoana Sharp nunca pensou que iria gostar de ser o centro das atenções. Nunca pensou que iniciar uma nova jornada apostando em algo que acredita, iria lhe trazer tantos benefícios - financeiro, mental e pessoal -, também não pensou que dinheiro e vis...