Capítulo 17 - POV. Orfeu Kalyvas

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Eu andava pelo salão com a Esmeralda a tira colo, cumprimentando, sorrindo e puxando assuntos frívolos vez ou outra.

Quem visse essa casca de longe pensaria que estava tudo bem, assim como sempre pensam, mas o ódio parece estar se expandindo no meu peito a cada hora que passa.

É uma mistura que está me deixando fodidamente frustrado e nem a porcaria do sexo está me ajudando a relaxar.

Preciso clarear minha mente, preciso que meu corpo esteja saciado para que eu consiga colocar minhas ideias em ordem.

Mas isso não está acontecendo.

Fodi Esmeralda e não adiantou. Fodi a Esmeralda com outra que sequer sei o nome, e também não adiantou. Fui até os meus homens na cafua e consegui a confissão de um tarado filho da puta - o que normalmente me deixa aliviado por saber que é menos um no mundo -, mas nem isso estava ajudando.

Então eu vi a Joana do outro lado do salão, em um vestido verde colado que deixava sua bunda mais apetitosa, em uma cor quente inebriante que combinou perfeitamente com ela e a fez se destacar na porra daquele salão.

E eu tenho que confessar a mim mesmo que me descontrolei com o Dinis acariciando seu braço, tocando-a sem necessidade repetidas vezes, demonstrando a todos a intimidade que eles compartilham, a troca de sorriso e olhares... Não tem motivos, sei que estão juntos, mas já não estou nos meus melhores dias e a vontade de arrancar aquele vestido — e subir em cima dela, lambê-la, foder todos os seus buracos e a tomar como minha — começou a corroer minha razão.

Não preciso prestar contas ou inventar motivos, fui atrás deles, ouvi cada mentira que saiu daquela boca deliciosa com sabor de morango, a puxei para o primeiro lugar que consegui pensar e fiz o que queríamos.

A cada investida dentro daquela bocetinha apertada; a cada batida das minhas bolas indicando o limite dos nossos corpos, a cada gemido e xingamento que saia dos seus lábios, eu me perdia mais. Descontrolado é pouco para definir como me senti lá dentro, de novo. Estava aliviado, não só sexualmente, mas a cada gemido as preocupações se esvaiam e eu me sentia cada vez mais são — enquanto meu corpo, minhas mãos e bocas se perdiam no achado mais gostoso que já encontrei nesse mundo.

Já tinha ouvido que as brasileiras são as melhores, assim como já experimentei pelo menos uma de cada país, de todas as etnias e culturas. Mas nenhuma, nenhuma chegou perto dessa delícia que eu tinha ao redor do meu pau.

Entendem porquê não posso condenar meu amigo? Como vou ficar bravo por estar perdido por essa feiticeira brasileira, por estar querendo competir comigo... Sendo que eu já estou querendo me enfiar nela de novo.

E de novo. E de novo.

Estava distraído com o meu copo de uísque no bar quando os dedos da Esmeralda deslizaram pelo meu braço, chamando minha atenção para os seus olhos verdes e brincalhões.

— Estava sumido Orf — comentou se sentando elegantemente na banqueta do meu lado do bar. — Pela cara do nosso amigo ali — apontou para o Dinis, que mexia no celular parado no canto do salão. — Devo imaginar que raptou a sua acompanhante.

O senso de humor foi o que sempre me vez retornar as mensagens da Esmeralda. Ela é bonita, gostosa, curte as mesmas coisas que eu na cama e é madura, inteligente e vivida o suficiente para saber que nunca teremos nada além de sexo. Ela aceita isso, gosta disso, e o melhor é que não me incomoda por isso. Mel é uma das poucas mulheres que já fodi mais de uma vez, principalmente morando tão perto.

— Bom, não é ela quem está na minha frente agora — forcei-me a ser casual, visando demonstrar não me importar, mas já mandei uma mensagem para o GG, meu chefe de segurança, para descobrir onde Joana se meteu.

SHARBERTY - A Liberdade InexploradaOnde histórias criam vida. Descubra agora