Capítulo 16

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Sinto minha pele formigar.

Você lembra a sensação de desejar tanto alguma coisa, que quando você consegue o ar te falta?

É mais ou menos o que sinto agora, mas não só isso, é muito mais. Tem a falta do ar e também todo o ar que nem sabia que precisava; meu coração bate desgovernado, mas parece ser o ritmo certo dele; minhas mãos percorrem todo o corpo forte, duro e tatuado, e ao mesmo tempo em que não tenho forças para me manter em pé, sinto que sou capaz de escalar o Monte Everest.

É tudo e ao mesmo tempo nada. A sensação mais explosiva e inconstante que já senti na vida. É muito mais do que sinto com o Dinis, é mais do que já senti com o Mike, e isso me assusta ao mesmo tempo em que sou a mosca que é atraída pelo insectocaçador.

Não menti para o Megalos quando disse que é carnal, mas é tão carnal a ponto de chegar a doer a necessidade que grita por ele, como se somente o Orfeu fosse capaz de aplacar todos os sentimentos instáveis e sombrios dentro de mim. Através dos seus dedos, do seu beijo, do seu corpo. É mais do que carnal, é cruel, efervescente e paralisante.

Eu me sentia uma marionete nos seus braços, na verdade eu queria ser, me deixei ser.

O aperto forte do Orfeu pegava todos os fios de cabelo que achou pelo caminho, enquanto a mão livre percorreu minha garganta exposta, apertando-a por alguns segundos antes dos seus lábios se chocarem aos meus e sua língua deflorar minha boca quando puxei a respiração.

Ela veio faminta e exigente, tomou tudo o que eu tinha, eu me deixei ser tomada, deixei que ele fodesse minha língua e não tinha percebido até agora o quanto eu buscava por aquele beijo, meu corpo literalmente derretendo feito vela no fogo, se deixando levar por ele e pelo o que ele quisesse fazer comigo.

Gemi na sua boca, enroscando minha língua a dele, levando meus braços ao redor do seu pescoço, desejando que ele fosse ainda mais fundo, conseguindo não só minha boca, como adentrasse minha garganta e, de alguma forma, encontrasse o que estava quebrado dentro de mim.

Senti o tremor do seu rosnado nos meus lábios, ele sugou minha língua, apertou meus fios e desceu uma alça do vestido até ter um seio exposto.

Tive que entrelaçar minhas pernas na sua cintura para conseguir alguma firmeza, o que o ajudou a me guiar pelo pequeno banheiro até encontrar a bancada de mármore, onde me sentou permitindo que eu ficasse mais ou menos da sua altura, ainda entre suas pernas.

Ele se afastou, deixando meus cabelos e meus lábios, o que fez meu corpo gritar sua ausência. Meus lábios inchados e doloridos pelo beijo nada sutil. Apoiei minhas mãos no mármore frio tentando me firmar em algo, meu vestido amarrotado até a cintura e com uma alça caída até abaixo do seio. Nada comportado como estava antes.

Orfeu aproveitou a distância para descer os olhos pelo meu corpo enquanto seus dedos trabalhavam na braguilha da calça que parecia prestes a estourar com o volume.

Minha boca salivou pela vontade dos meus lábios para estar em torno daquela circunferência maravilhosa.

Jesus! Que pau divino.

Ele não fez mais do que descer o zíper e a cueca, fazendo seu cacete pular em riste para fora, tendo que puxar as bolas pesadas para que acompanhasse o membro.

Meu desejo por lambê-lo se aflorou em mil vezes quando a cabeça brilhou lubrificada, o piercing servindo de um enfeite exibicionista, as tatuagens em riscos pretos e fortes reforçando seu poder.

Fiz menção de descer da bancada, louca para tê-lo na minha boca, necessitando mama-lo feito uma boa garota.

— Não se mexa — ordenou metade em inglês, metade em grego, o que me mostra que não sou só eu quem estou desorientada aqui.

SHARBERTY - A Liberdade InexploradaOnde histórias criam vida. Descubra agora