Atendi ao telefonema e respondi a proposta feita pelo cliente.
Mesmo com a boate, ainda fazia meus trabalhos por fora. Me especializei em esconder rastros, criptografias e encontrar pessoas desaparecidas. Ainda assim, sempre pegava um ou outro serviço mais obscuro para fazer. Afinal dinheiro era dinheiro e eu tinha que me precaver.
Finalmente entendi o valor real do dinheiro e que ele fazia milagres abrindo portas, portões, cadeados. E eu nunca mais ficaria sem o bendito.
Resolvi voltar para a boate, porque lá também era minha atual moradia. Depois tinha deixado meu HD lá e tinha acessórios importantes que precisaria para fazer esse novo trabalho.
Só de pensar em voltar para a boate e dar de cara com a bailarina das coxas grossas, meu corpo ficava em alerta. Lembrar dela naquele pole dance, me deixava duro e tenso.
Eu precisava transar com urgência.
Eventualmente quando sentia necessidade, saía, encontrava alguma garota na balada e saciava meu corpo. Mas já fazia algum tempo que andava sem paciência para o jogo da sedução.
Nessa parte o Lorenzo era muito mais prático. Já tinha saído com todas ou quase todas as garotas da boate, desde as bailarinas até as mocinhas da limpeza. Sem preconceitos com cor, raça, status, padrão corporal ou social.
Ele dizia que não tinha como oferecer um produto sem conhecer. Pensar no Lorenzo com a minha dançarina, me dava vontade de quebrar todos os dentes dele e estragar aquele lindo sorriso.
Já tinha visto ele sacar o mascote da Luna, mais vezes do que podia contar. Isso era uma ideia que me incomodava também. Não a ideia de ele transitar entre homens e mulheres, porque isso era problema dele. Mas a ideia do garoto indefeso, nas mãos do meu irmão devasso, me dava uma leve irritação e aguçava meu senso de proteção.
Eu devia estar doido, a maioria das garotas e garotos que trabalhavam na boate faziam programas e muitas deles sairiam com Lorenzo ou comigo facilmente, e de graça.
Era isso!!! Como não tinha pensado nisso antes¿
Iria propor a garota das coxas grossas e boca carnuda uma noite de sexo. Apesar de não ser a favor, eu pagaria se fosse necessário. Afinal, se ela transasse tão bem quanto dançava, eu ficaria feliz e realizado.
Não me agradava imaginar ela com outros homens, isso me incomodava e eu não gostava dessa sensação, então quanto antes tirasse ela do meu pensamento, quanto mais rápido a fila andasse... melhor.
Para minha decepção a boate já estava encerrando suas atividades. Eu não tinha dado conta que já era tão tarde, ou tão cedo. Quatro e meia da manhã. Havia poucos clientes. E a maioria das garotas já tinham ido embora. Olhei para ver se ela estava ou se tinha alguma garota que a substituísse em forma e tesão, mas nada.
Voltei para minha sala frustrado, mas tinha que trabalhar, afinal meu dia ainda não tinha acabado.
Minha sala estava impecável. Os papéis que tinha deixado espalhados sobre a mesa estavam organizados e eu tive a certeza de que o mascote da Luna, tinha passado por aqui. Ele parecia obcecado por arrumação e assim como a garota no palco, ambos me deixavam intrigados e alertas, de modos diferentes.
E nesse momento, para minha total surpresa, o mascote estava sentado e mexia no computador sobre a minha mesa, no escritório.
Ele não me viu chegar, parecia concentrado em algo na tela. Me aproximei devagar e coloquei a mão em seus ombros.
Não sei como, mas no momento seguinte eu estava no chão, de barriga para baixo, com o braço retorcido e um objeto pontudo no meu pescoço.
_ Farabutto!! Cazzo!!! (Filho da Puta. Porra)
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Mulheres Poderosas I - Donnatella
RomanceMuitos acreditam que mulher é o sexo frágil. Se você pensa assim está redondamente enganada. Mulher é a Fênix que renasce dia a dia em todas nós. Para Donnatella não foi diferente, passou uma infância fugindo e teve sua vida roubada por aquele que...