Capítulo 2 - Ethan

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O trato com as pessoas nunca foi meu forte.

Pessoas são chatas e exigem muito mais do que você está disposto a dar.

Meu universo tinha dois paralelos um era a natureza. Eu adorava o mar, o mato, os bichos, o céu, a terra... O outro era on-line..., eu amava e entendia tudo no mundo digital.

Quando meu pai perdeu todo nosso patrimônio para uma suposta aposta, num jogo de azar, tive que voltar e cuidar dos meus irmãos, porque o submundo não perdoa dívidas.

Levaram nossa casa e a empresa do meu pai e algumas vidas. Por sorte eu e meus irmãos saímos vivos.

Agora em um país diferente, tudo que queria era me manter longe de problemas e de pessoas problemáticas. O que é pedir muito, levando em conta a forma como eu e meus irmãos ganhamos a vida.

Não é ser chato nem nada, mas eu tenho dois irmãos e os dois são imãs de problemas e confusões.

Minha irmã Luna, adora uma boa briga. Pensa numa pessoa falante e que sempre está pronta para confrontar por aquilo que acredita, essa é ela.

Agora ela acha que aqui é um abrigo para as dançarinas e prostitutas desamparadas. Pensa nas confusões que ela arranja com os cafetões.

Já Lorenzo, meu irmão pensa que aqui é um prostibulo, onde ele pode enfiar o pau em tudo que andar e usar saia (ou não usar nada). Ele também é um cara cem por cento família, capaz de tomar um tiro em nosso lugar.

Então se pensar bem, já tenho problemas suficiente para manter esses dois na linha. Fora isso, tem o trabalho que faço, descobrindo coisas que ninguém mais consegue descobrir...logicamente, não é algo legal.

Tem horas que tudo que preciso é pegar minha moto e sentir o vento no rosto. Por isso estou de saída.

Não sei explicar, mas essa boate fica numa agitação anormal em determinados dias, apesar de ser muito bom para os negócios é irritante para minha paz de espírito. Assim, pego meu capacete e minhas chaves que estão na mesa do escritório e me dirijo a porta do fundo.

Gosto dessa rota, pois não dá tempo dos problemas me alcançarem.

Perto da porta noto que a saída está interditada com caixas e mais caixas de bebidas que meu irmão deve ter recebido e não guardou.

Me recuso a me estressar com isso, dou a volta e procuro a saída da frente da boate, com sorte meus irmãos estarão ocupados e não me notarão passar.

De onde estou já consigo ouvir a música do Bruno Mars – Versage on the floor.

Ela gosta muito desse cantor e eu já decorei várias músicas dele, porque ela sempre escolhe uma música de seu repertório para fazer sua performance.

A música é gostosa e o ritmo é empolgante. Noto a concentração das pessoas em volta do palco. É sempre assim, a curiosidade me faz parar porque sei quem está no palco.

Uma péssima decisão.

Como todas as outras vezes, que fico escondido vendo-a dançar. Ver aquela frágil criatura deslizar no pole dance como se fosse algo simples e fácil me paralisa, como sempre.

A forma como ela brinca com as pernas em torno do ferro. E são pernas pequenas e bem torneadas. Pés perfeitos, envoltos por coxas grossas um biquíni minúsculo cobrindo a parte da frente, mas deixando bem a mostra uma bela bunda e ela está de cabeça pra baixo somente com uma perna enroscada no pole. Belíssima como sempre.

Essas pernas, bem que poderiam estar em torno da minha cintura. Os seios fartos, parecem querer saltar. Meu corpo sempre reage instantaneamente a ela, com uma força nunca vista.

Mulheres Poderosas I - DonnatellaOnde histórias criam vida. Descubra agora