Capítulo 8 - Ethan

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Eu estava no escritório, quando o sensor de movimento, acionou a câmera da sala azul... Na hora peguei o celular e fiquei atento. A ninja problemática entrou na sala, abriu o armário e pendurou algumas coisas nele. Tirou um saco com algum tipo de fast food, sentou-se no sofá e comeu. Para uma coisinha tão pequena, comia feito um caminhoneiro. Foi ao banheiro e ao sair se olhou no espelho, arrumou o boné colocou os óculos e saiu.

Desliguei o celular. A ninja caminhoneiro, provavelmente irá colocar seus afazeres em ordem. E irritação à parte, ela era muito boa nisso.

Voltei a me concentrar na planilha a minha frente e ela entra no escritório.

_ Ahh Ethan... senhor Castilho... Desculpa, achei que o senhor não tivesse chegado ainda.

_ Por que garoto? Vai tentar me matar de novo? Ou quer, fuçar na minha vida pessoal mais uma vez? – Perguntei com ironia... ainda estava tentando digerir a humilhação, de ter sido derrubado duas vezes pela ninja xereta. Se apanhar de um garoto já tinha ferido meu ego, ser abatido por uma garota era muito pior pra minha alma de macho... que agora só estava machu...cada... Ironia vulgar e chula, mas era o que era.

_ Desculpe... não senhor ... não eu... eu...

_ Que é? O gato comeu sua língua? Ou você acabou cortando-a, com sua arma branca? – Era engraçado, ver como um ser tão ágil e forte ficava tão sem jeito, será que a Luna tinha razão e esse fenômeno era só, comigo...

_ Sabe que não pode andar armado por aqui, não é? Os seguranças não te revistam não? – eu estava careca de saber que a segurança daqui era meia boca. Havia poucos que realmente cuidavam dessas coisas, mas eu tinha esperança de que ela não soubesse e que pelo menos ficasse assustada com a ideia. Mas a pequena praga, sempre me surpreendia. Percebi que ela fechou os olhos e respirou fundo, depois disse.

_ Sinto muito realmente, não vai acontecer novamente. Eu vim terminar um balancete e organizar umas planilhas, mas posso voltar outra hora...

Levantei do meu lugar e me sentei no sofá apontando o computador pra ninja eficiente. Eu estava ansioso demais, pra me concentrar em qualquer coisa mesmo. Estiquei minhas pernas no sofá com o celular na mão e fiquei observando ora a garota no computador, ora o celular.... e ansiedade crescendo... ainda era cedo e a falta de sono da noite estava me cobrando um preço.

_ Garoto? Quantos anos você tem? E por que anda armado? Já tentaram te machucar?

Ela me olhou desconfiada, pensando no que iria dizer... molhou os lábios, apertou eles entre os dentes e disse com voz firme.

_ Tenho 18. E ando armado, porque sempre tive que me defender.

Era verdade a segunda parte, mas ela não foi tão seguro na idade. Eu realmente a deixava nervosa. Mas o fato de ter que se defender, me deixava irritado. Quem por Deus, iria querer machucar uma coisinha tão pequena e delicada.

Não que ela fosse uma anã ou algo assim. Devia ter entre 1.50 e 1.56 cm, perto dos meus 1.85 era muito pequena. E combinava com ela. Como um ratinho assustado, sempre escondida atrás dos óculos grossos e boné baixo, sempre se escondendo.

Tal igual e tal diferente da minha dançarina mascarada. Que parecia mais alta e imponente, talvez pelos saltos enormes que usava, ou pela força que carregava no olhar. Estava sempre em seu ambiente quando dançava e hipnotizava os homens. Mas a altivez, o olhar de superior, o jeito de pessoa decidida que sabe o que quer e aonde vai, também escondia algo.

Merda de mulheres complicadas.

_ Escuta garoto. Você sabe que tem pessoas, que podem te ajudar se você estiver com problemas. Eu sei que você é bom de briga, mas se precisar, sabe..., se livrar de alguém, tirar essa pessoa do mapa, o Lorenzo tem uns amigos...

Mulheres Poderosas I - DonnatellaOnde histórias criam vida. Descubra agora