Capítulo 29 - Donnatella

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Escutava vozes ao longe, minha cabeça estava latejando e meus braços doíam. Estava presa pelos braços, esticada a alguns centímetros do chão. Tinham rasgado minha blusa e estava de body de academia, as calcas e botas apenas. Não abri os olhos e senti o ambiente.

Escutei a voz de Romeu ao longe. Deveria estar há uns sete metros, mas gritando e nervoso como parecia estar, poderia estar a quilômetros que eu o escutaria.

Senti algo na minha boca, o formato parecia de uma Bump Key, uma pequena chave que abre todas as coisas.

Com as mãos penduradas, senti a grossa corrente. Teria que abrir os olhos para ver onde serviria aquela chave. Abri os olhos devagar e olhei acima dos meus pulsos. A corrente era forte e eu teria que subir se quisesse abrir o cadeado.

Olhei ao redor, no total ali dentro dez homens três deles ao lado de Romeu. Dois ao lado de Mia que estava sentada com ambos segurando seus ombros, os outros cinco próximos a mim, mas olhando o que acontecia com Mia. Se não fosse agora, não seria mais.

Coloquei força nos braços e impulsionei meu corpo para cima tentando não fazer barulho, segurei a corrente na altura do cadeado e sustentei o peso do meu corpo enquanto tirava a chave da boca e enfiava no cadeado para abri-lo. Era quase uma dança no pole dance.

Estava indo tudo bem, até que um dos idiotas olhou na minha direção. Ele veio correndo até próximo onde eu estava, mirou, atirou e eu voei sobre ele. Mas não antes, de sentir o ardor do tiro no meu braço esquerdo.

A confusão estava armada. Peguei a arma do cara, atirei nele e nos outros dois que demoraram uma eternidade para se aproximarem de mim. Mia parecia estar tendo problemas também, com os velhos parceiros dela.

Eliminei o terceiro e o quarto, a munição acabou e o tiroteio do lado de fora parecia ferver também. Pietra deveria ter chamado reforços.

Cheguei ao lado de Mia e perguntei por Romeu. Me apontou as escadas rumo ao telhado. Fui atrás dele, se eu não o pegasse hoje, provavelmente não pegaria mais. Porque eu estaria morta.

Subi as escadas mais rápido que consegui, sabia que o fato de Romeu viver acima do peso atrapalharia na hora de ser ágil e me aproveitei disso. Peguei uma escada paralela e fui direto ao telhado. Encontrei um helicóptero pronto para decolar. Mas Romeu não havia aparecido ainda.

Se a saída de fora estava interditada e ele não estava vindo para o telhado, qual seria o próximo passo dele? Teria que voltar e ver, mas antes... fui até o piloto e atirei. Atirei também no painel de controle. Com aquele helicóptero ele não sairia dali.

Me dirigi até a saída da escada, na qual vi Romeu subindo. Mas antes de entrar, uma saraivada de balas deixou a porta inteira feito uma peneira. Me joguei no chão, sentindo a queimação na lateral da coxa e a tontura veio logo, juntamente com o sangue. Rasguei uma perna da calça e fiz um torniquete para estancar um pouco do sangue, eu precisava matar aquele filho da puta. Ouvi vozes atrás da porta peneirada, Romeu deveria estar com seu séquito.

Eles sabiam que tinham me atingido, só não tinham certeza do estrago eu tinha que me valer disso. Ouvi os tiros vindo na direção deles e cada vez mais alto. Ou eles estavam cercados por Mia e pelo pessoal de Dom Basile ou eu estava ferrada e não viveria para contar a história.

Me arrastei até um dos lados do helicóptero. O terraço era muito aberto e ali era um local visível, mas ao menos meus órgãos vitais não ficariam expostos. Chequei minha munição, tinha somente dez tiros.

Eu sabia que dentro do helicóptero deveria ter armas, mas eu não tinha tempo. Os tiros estavam cada vez mais próximos. Do nada a porta peneirada se abriu e o chefe no comando de Romeu saiu atirando e depois outro soldado.

Mulheres Poderosas I - DonnatellaOnde histórias criam vida. Descubra agora