Capítulo 26 - Ethan

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O bom de estarmos em Nova York era que, uma cidade desse porte, tinha milhares de estacionamentos e muitas possibilidades.

Luna escolheu e entrou em um, dos muitos estacionamentos que havia ali. O movimento da cidade, já começava a fervilhar. Gastamos em média duas horas e meia dentro do aeroporto. Agora era dez da manhã. E meu estomago estava começando a reclamar de fome. Minha última refeição tinha sido um sanduiche no avião. Mas não poderíamos parar. Pelo menos não até que estivéssemos em segurança.

Tínhamos passagens para o trem que iria para Montreal no dia seguinte e teríamos que despachar tudo que pudéssemos hoje e nos mantermos escondidos e vivos.

_ Qual o horário do trem para Montreal amanhã?

_ Sairá as nove e meia Ethan. Sabe que é um por dia, não sabe? Não podemos perder esse. Dizem que o trajeto é lindo.

_ Estamos fugindo Luna, não fazendo turismo.

Bufei enquanto procurava um carro que tivesse o que eu precisava. Estava passando as placas dos carros pelo computador. Em Nova York tinham carros que ficavam muito tempo no estacionamento e eram pouco usados por seus donos, que geralmente preferiam metrôs e afins, outros com problemas nos documentos ou roubados, eram esquecidos ali, até que o dono do lugar desse um jeito.

_ Você é um estraga-prazeres.

_ Encontrei. J7. Chevrolet Spark Vermelho.

_ Um Spark? Sério? Não deve caber nem suas pernas.

_ Bom maninha. É só por 24 horas e eu vou afastar os bancos e encolher as pernas, ou ambos. Além do mais o dono dele morreu tem menos de 36 horas, atestado de óbito hospitalar fresquinho. Vão demorar para sentir a falta dele e ainda não está no sistema da garagem seu óbito. Então vamos.

_ Tudo bem. Eu fico bem em qualquer carro mesmo.

Saímos do carro que estávamos e retiramos nossa bagagem. Trancamos o carro e guardei as chaves embaixo dos pneus. Era uma maneira de tentar facilitar a vida de quem fosse buscar o carro.

_ Quer fazer as honras?

Luna procurou para ver se existia a possibilidade da chave desse, estar no carro também. Mas nada. Então retirou de sua mochila um pequeno kit e providenciou a abertura das portas.

_ Você dirige, preciso providenciar a saída.

_ E como será isso?

_ Simples você dá o ticket e deixa cair sem querer no chão. E enquanto paquera a pessoa da cabine eu abro a cancela.

_ Sabe o que me irrita? Você nunca faz esforço no seu trabalho e as portas simplesmente se abrem. Fácil assim.

Tive que rir da minha irmã. Quem via de fora, acreditava realmente que entrar em sistemas protegidos, geralmente muito bem criptografados dos lugares era fácil assim. A verdade é que não era, mas eu era o cara e isso ajudava.

Eu tinha certas habilidades e os equipamentos certos, mas qualquer bobeira, qualquer rastro digital eu passaria uns belos anos na cadeia. O fato de ter me tornado um hacker, meio que do lado negro da força, me fazia fazer ter a agilidade necessária da sobrevivência, mas isso... definitivamente, não era fácil.

_ Estamos prontos. Da próxima vez eu dou em cima da pessoa da cabine e você abre as portas, cancelas e o que mais tiver pela frente.

_ Há, há.

A saída se deu sem problemas, minha irmã tinha uma lábia dos deuses, até deu um número de telefone para o coitado do garoto.

_ Depósito?

Mulheres Poderosas I - DonnatellaOnde histórias criam vida. Descubra agora