Capítulo 31 - Donnatella

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Acordei ouvindo vozes ao meu lado.

O cheiro de hospital me enjoava. Lembrei dos tiros e de Romeu.

Tentei me sentar, mas estava presa. Ao contrário do que imaginava, não estava num hospital. Estava em um avião, presa a uma espécie de maca improvisada.

_ Ei... voltou dos mortos.

_ Pietra? Como você está? Muito ferida? E a Mia? Você a encontrou? Ele a pegou? Ela está viva? Ele morreu?

_ Calma. Fica calma. Vou te pôr a par de tudo, mas antes respira e relaxa. Você ainda está vazando muito. Vem cá. – Pietra chamou alguém, então Mia se sentou próxima a mim, no chão do avião.

_ Ei. Estranha. Dessa vez, não vai se livrar de mim tão fácil.

_ Mia. - Meus olhos lacrimejaram. A felicidade de ver ela inteira novamente, superava qualquer situação. _Você está bem e viva. Nem acredito.

_ Estamos todos. – Pietra falou. _ Romeu está ali. Apontou para alguns sacos de lixo amarrados ao banco. Você o matou e Mia pegou a cabeça dele e de alguns outros emprestada. Como oferenda de paz, a Francesco. E nós sabemos que ela vai precisar.

_ Porque você a trouxe Pietra. Você sabe que seu irmão não perdoa e nem dá segundas chances.

_ Eu a deixei ir. Enrico também, mas ela disse que já tinha perdido muito uma vez e que agora ficaria até o fim.

_ Romeu já me tirou muito. Não quero perder mais nada. Além do mais, você sabe onde T está.

_ Basile pode fazer com que perca a vida Mia.

_ É tudo ou nada agora Donna. Eu estou em paz. Se for minha hora agora, pelo menos tenho certeza de que minha família está bem e viva.

_ O fato mocinhas, é que logo saberemos. - disse Pietra. _ Já estamos chegando, melhor sentar-se no lugar Mia.

_ Já? Quanto tempo apaguei?

_ Muito, muito tempo. Umas quatorze horas eu diria, teve bastante febre também e perdeu parte do baço eu acho, foram muitas facadas. Eu fiz o que pude com o que tinha. Meu braço também não ajudou muito, mas foi o suficiente para te trazer até aqui. Francesco já providenciou uma equipe. Estão prontos e nos esperando.

_ Eu não estou com muita dor, só dói realmente quando me mexo. Me deu alguma coisa?

_ Morfina e outras drogas. Precisava suturar uns ferimentos. E como você se debatia muito, no avião, não dava para fazer muita coisa ... te droguei. Foi mais fácil.

_ Poderiam ter me deixado lá.

_ Nunca deixamos ninguém para trás. Pelo menos, ninguém que não mereça.

_ Encontraram o traidor.

_ Os traidores. Sim. Dos vinte e dois a bordo, cinco eram da equipe do Romeu. Estamos levando dois vivos, dos outros só trouxemos as cabeças. O resto da equipe dele, deixamos abatidos no caminho.

O tranco da aterrissagem foi tão forte que me fez perder os sentidos novamente, tamanha era a dor.

Acordei no antigo quarto que tinha ficado hospedada anteriormente. Sem vestígios de sangue. Alguém havia me limpado e me trocado.

_ Olá

A mesma médica de antes também estava novamente aqui para me atender.

_ Retirei seu baço, tenho certeza de que não irá precisar dele.

_ Eu...

_Não fale. Aplicarei morfina no seu soro. Provavelmente irá dormir novamente e quando acordar se sentirá bem melhor.

_ Dom Basileee. Eu preciso...

_O que quer comigo senhorita Ferraz, que não pode esperar sua recuperação?

_ Mia. Você me deve. Mia. Não a machuque, não a mate.

_ Está me dando uma ordem senhorita Ferraz. É isso?

_ Não... pedindo...pedindo...

_ Aplique.

Apontou para a médica e autorizou ela inserir a medicação no soro e outra na veia...

Fui apagando lentamente, mas consegui escutar ele dizer que eu não precisaria me preocupar, pois ele sempre pagava suas dívidas.





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Mulheres Poderosas I - DonnatellaOnde histórias criam vida. Descubra agora