The Woman That No One Knows | Dofia

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Dove's Point of View

    Eu estava a ponto de surtar. Booboo me passava tudo com muita calma e paciência, eu já tinha o ipad em mãos anotando tudo no bloco de notas, mas ter Sofia Carson, de braços cruzados, atrás de você como uma bela e impecável estátua, desconcentraria qualquer cristão.

    O perfume da mulher sempre me deixava inebriada, aquilo era fato. Mas naquela situação, estava pior.

    A senhorita Paulina estava distraída trabalhando em seu notebook na mesa de sua irmã, enquanto a morena parecia querer testar a resistência das pernas. Pelo reflexo da tela do computador era possível ver sua feição polida e concentrada, Sofia certamente estava aprendendo junto comigo todo o caminho do sistema de segurança de sua empresa, e aquele fato me impunha ainda mais pressão, porque eu já sabia que a mulher era uma máquina de trabalho, eu tinha obrigação de saber cada comando com mais objetividade do que ela, para que pudesse responder a altura qualquer eventual dúvida da mulher.

– E então, tem alguma dúvida? — Booboo perguntou quando aparentemente terminou de me mostrar tudo que tinha para mostrar.

– Bem, eu acredito que sim

– Qualquer coisa você pode me procurar, a qualquer hora, e resolvemos ok?

Sofia finalmente se moveu, e caminhou com elegância até sua mesa, onde apoiou-se nos encarando, ao lado de sua irmã

– Tá, tudo bem... — falei encolhendo os ombros, eu não entendia porque eu precisava daquele acesso, e definitivamente não sei se estava pronta para a responsabilidade que aquilo me dava

– Posso ser útil em algo mais, senhoritas?

– Ah, sim Booboo, dê o seu acesso a Dove,  até providenciarmos o dela

– Mas senhora, o pessoal do TI consegue isso em menos de cinco minutos

– Sem muitas perguntas meu caro, apenas faça o que estou pedindo — Paulina disse firme porém ao oposto de sua irmã, ainda quando autoritária a mulher era gentil

– Claro, sim senhora

– Tudo bem, eu converso com você depois, Dove, você fica, por favor — pediu quando ameacei seguir o Boo para fora da sala. Imediatamente parei onde estava e me virei em direção às irmãs — Venha, sente-se — Paulina sinalizou a cadeira ao seu lado, ao ver que eu me aproximava, Sofia deu a volta na mesa e sentou-se em seu lugar — Dove, eu sei que como assistente de Sofia você já deve ter ouvido bastante coisas sobre o que estamos passando na empresa nesse momento, sim? — assenti, afinal eu mesma estava trabalhando com Sofia em alguns levantamentos — pois bem, é um assunto de extrema delicadeza e confidencialidade, numa empresa desse porte, é impossível confiar cem por cento e conhecer cem por cento dos funcionários, às vezes, os mais próximos são os mais traiçoeiros — assenti novamente, um tanto nervosa com o rumo daquela conversa — eu não sei porque, mas você me passa a impressão de ser alguém confiável, eu estou errada?

– De jeito nenhum senhorita, e-eu estou aqui para fazer o meu trabalho com excelência

– Resposta mecânica Paulina, você acha mesmo que ela diria caso fosse o oposto? — Sofia desdenhou

– Eu acho que nem todas as pessoas são iguais, Sofia!

– E eu acho que todas as pessoas são exatamente iguais, ao ver das circunstâncias, por experiência.

– Nossas diferenças de opiniões não são o foco dessa reunião, por favor nos abstenha de suas neuras por experiências passadas! Enfim, Dove, querida... Eu sei, é nítido em seus olhos que você está confusa com tudo isso. Deixe-me explicar, pedi para que o Booboo lhe passasse o acesso dele ao sistema de segurança porque tive acesso a informações que a pessoa que está metida nisso, não está sozinha, e obviamente, para que tivesse passado batido por tantas pessoas por tanto tempo, alguém da segurança está envolvido, e sabe-se lá mais quantos setores estão. Se nós colocássemos alguém novo na segurança, agora, só iriamos dar alarde para a pessoa agir e excluir possíveis provas, como suspeito que já vinham fazendo, o que eu quero de você, é que fique atenta às movimentações das câmeras, principalmente em horários não comerciais, apenas isso.