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Sofia's Point of View

Após um dia incrível e certa resistência, Dove acabou concordando que eu a levasse em casa, sob a condição de deixá-la apenas na portaria. Eu não questionei, sabia que a mulher estava apenas tentando ser prudente, mas a ideia de deixá-la já fazia com que eu sentisse coisas que não conseguia nomear, e que não havia sentido naquela proporção a vida inteira. Era assustador.

Dirigi em silêncio, enquanto ouvia a mulher cantarolar suavemente as músicas que tocavam na rádio. Seu gosto musical parecia ser bastante eclético, mas eu gostava daquilo. O silêncio com ela não era desconfortável, e no fim, nós duas tínhamos muito o que pensar depois daquele fim de semana atípico.

Quando estacionei em frente ao prédio, suspirei derrotada, a realidade depois de um dia bom, estava de volta me socando o estômago, e eu precisava a partir dali, calcular cada passo que daria. Dove também parecia estar absorvendo o choque repentino de estar de volta.

– Sou só eu, ou você também não sabe como nos despedimos agora?

– Não é só você — nós rimos — bem, tenho vidros escuros — falei me inclinando sobre ela, a loira não tardou em cobrir meus lábios com os seus, num beijo casto e rápido

– Então é isso, nos vemos amanhã, senhorita Carson

– Até amanhã, Cameron.

– Sem gracinhas no escritório?

– Sem gracinhas no escritório.

– Tudo bem, tenha uma boa noite!

– Você também.

Esperei até que a mulher saísse do carro e estivesse segura dentro do prédio para sair dali finalmente. Dirigi devagar até minha casa, e levei um tempo considerável para chegar lá, o que me deu bastante tempo de reflexão. Era um inferno finalmente admitir aquilo para mim mesma, mas Dove Cameron, definitivamente, despertou algo dentro de mim que a muito estava adormecido, e pela primeira vez em anos, eu queria fazer as coisas certas, queria que desse certo, porque eu gostava do que ela causava em mim, no meu corpo, e principalmente em minha alma.

Eu não estava disposta a perder aquilo por cometer os mesmos erros. E não iria.

(...)

Quando cheguei ao escritório aquela manhã, Dove já estava lá, com meu café em mãos como de praxe, e uma lista que parecia interminável de tudo que eu precisava fazer aquele dia.

– A temperatura está boa, senhorita? — a mulher provocou depois que dei a primeira golada em meu café

– Pare de se gabar Cameron, eu te pago para me servir um café minimamente descente. — Ela riu e balançou a cabeça em negação, andando para um lado e para outro, terminando de organizar minha sala. — Eu tenho um tempo antes das reuniões da manhã, não tenho?

– Ahn — ela verificou o ipad — bem, não muito mas tem.

– Você sabe se a Jauregui está na empresa?

– Está, passei por ela logo cedo conversando com Melissa no...

– RH — deduzi e Dove assentiu preocupada — Cabello?

– Estava arrumando a mesa a última vez que a vi.

– Certo, procure-a e diga que não faça nada até que eu converse com ela.

– A Camila? — assenti — Certo...

– Quanto a Jauregui, procure-a e lhe diga que a espero em minha sala, urgentemente.

The Woman That No One Knows | DofiaOnde histórias criam vida. Descubra agora