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Dove's Point of View

Na manhã seguinte à fatídica discussão com minha mãe, eu estava um caco, afinal, já eram quase duas noites praticamente sem dormir, e definitivamente na noite anterior não foi por uma boa causa. Esperei que minha mãe saísse, para ir até meu apartamento e preparar uma mala para mim, para que eu não precisasse esbarrar com ela, ficaria no apartamento de Ally.

Claire conversou comigo por algum tempo antes de precisar sair para o trabalho, e não havia conseguido nenhum progresso com nossa mãe, o que não era nenhuma novidade para mim, eu sabia como ela era, a conhecia bem o suficiente para saber que quando ela colocava algo na cabeça, ninguém era capaz de tirar.

Me organizei e fui trabalhar, pensando em como abordar Sofia sobre aquilo, porque realmente tinha quase toda a certeza que ela não havia feito o que estava sendo acusada por minha mãe, e sabia que se ela visse o meu estado, ela iria tomar satisfações, claramente eu não queria que aquilo ficasse maior do que já estava, então a evitei o dia inteiro, me afundando no trabalho para tentar distrair a minha mente.

Ao final do expediente, quando quase todos os funcionários já haviam ido embora, eu me dirigi até o andar da sala dela, encontrando apenas Sabrina ainda por lá, e já se organizando para também deixar a empresa.

– Dove! — a loira sorriu para mim e veio ao meu encontro, me dando um abraço apertado — Não te vi hoje, achei até que não tinha vindo!

– Passei o dia inteiro enfurnada na minha sala, comendo relatórios

– Você tá virando ela — Sabrina apontou com a cabeça para sala de Sofia e nós rimos

– Talvez um pouquinho — arrumei a postura — Sabe se ela está ocupada?

– Ela está sempre ocupada, mas para você acho difícil, quer que eu anuncie?

– Não precisa, já está na sua hora, não vou te segurar!

– Tudo bem, até mais

– Vá com cuidado — retribuí o rápido abraço da mulher e caminhei até a porta da sala de Sofia, enquanto Sabrina se dirigia ao elevador. Bati na porta algumas vezes antes de entrar no ambiente

Sofia estava concentrada na tela de seu computador, mal piscava e sequer notou quando me aproximei

– Hora ruim? — chamei sua atenção quando já estava frente a sua mesa

– Ah, oi meu amor! — ela suspirou e tirou os óculos, levantando-se e vindo em minha direção, quando me tomou em seus braços num abraço apertado, eu desabei no choro. Imediatamente senti seu corpo entrar em alerta, ela me apertou mais, quando encostei minha cabeça em seu peito, ouvi seu coração disparado e me praguejei pela fragilidade.

Sofia respeitou meu silêncio, não me soltou um minuto, e senti seu afago a todo momento em minha cabeça até que eu conseguisse me controlar para me afastar.

– Desculpa — pedi entre soluços, a mulher negou com a cabeça, e segurando minha mão, nos guiou até o sofá, sentando-se à minha frente

– O que aconteceu? — suspirei, seus olhos preocupados estavam me deixando de coração apertado

– Tive uma briga séria com minha mãe ontem, na verdade, eu mal falei nada, ela quem veio para cima de mim

– E por qual motivo?

– Você, ou melhor — tentei me corrigir quando vi sua expressão de susto e culpa — ela cismou que você tem algo a ver com a história

– Realmente preciso que seja mais específica

The Woman That No One Knows | DofiaOnde histórias criam vida. Descubra agora