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Sofia's Point of View

Assim que deixei Paulina na empresa, puxei a ficha de documentos de Dove e verifiquei seu endereço, dirigindo até sua casa sem pensar muito a respeito.

Desde que conversamos no aeroporto, ela abriu meus olhos sobre minha relação com Paulina, mas me deixou encucada com sua relação com sua mãe e irmã. Afinal, a mulher sequer quis despedir-se delas antes de viajar novamente, e até onde eu sabia, ela não havia visitado-as desde que voltou aos Estados Unidos. Para alguém empática como Dove, aquilo era, no mínimo, suspeito.

Dirigi rápido e em silêncio absoluto até o pacato bairro em que moravam, reconhecendo a casa onde estive há algum tempo com Jacob. Olhei em volta antes de sair, o carro chamava atenção mas o deixei apenas quando percebi que ninguém se aproximava o suficiente. Caminhei a passos rápidos até a porta, tocando a campainha algumas vezes até finalmente ser atendida por uma mulher de mais ou menos a minha idade, deveria ser a irmã mais velha dela. Sem reação ao me ver, a mulher apenas ficou me encarando estática com a boca entreaberta, como se as palavras lhe tivessem fugido.

– Se está procurando a Dove, e-ela não está em casa. — era engraçado, a forma como ela gaguejou lembrava a menor

– Eu sei bem que minha namorada não está em casa, acabei de deixá-la no aeroporto para uma viagem de negócios, vim por sua mãe, e você por consequência, será que eu poderia entrar? — disse fria

– A minha mãe não está, ainda não chegou do trabalho — olhei as horas e voltei a encará-la

– Eu dirigi bastante para vir até aqui, se não for incomodo, eu posso esperar.

– Okay — ela deu de ombros e me deu espaço — pode entrar, mas não repare, a casa está meio caótica, passamos o dia fora

– E claramente não usam a noite para organizar o lugar — murmurei

– O que disse?

– Que não precisa se incomodar com isso! — forcei um sorriso e sentei-me numa pequena poltrona que ficava ao lado de uma mesinha de centro surrada e cheia de embalagens de comida rápida

– Eu posso lhe servir algo?

– Não preciso de nada, obrigada! — ela assentiu — Quer me adiantar do que se trata?

– Prefiro esperar sua mãe, ao ter a mesma conversa duas vezes, se não se importa

– Claro, okay, vou dar um jeito nisso então enquanto esperamos — ela começou a pegar toda a bagunça como podia e dar várias voltas organizando o que dava, aparentemente estava nervosa com minha presença ali — temos Wi-fi, a senha está naquela agenda, você pode usar se quiser — ela falou quando me viu distraída no celular

– Não se incomode, não preciso, obrigada! Sua mãe costuma chegar tarde?

– Não na verdade, ela já está atrasada

– Hm, certo.

Ficamos em silêncio enquanto a mulher ainda se esforçava para deixar o ambiente apresentável o bastante. Quando terminou estava ofegante.

– Se incomoda se eu lhe deixar sozinha por cinco minutos? Preciso apenas de um banho!

– Sem problema algum, pode ir tranquila.

– Volto logo! — ela subiu correndo para o segundo andar da casa e não muito tempo depois eu ouvi um barulho de porta, mas era a porta da frente.

Assim que ela se abriu, eu me pus de pé, arrumando a postura, tal como a filha mais cedo, a mulher de meia idade pasmou ao me ver parada em sua sala

The Woman That No One Knows | DofiaOnde histórias criam vida. Descubra agora