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Dove's Point of View

Eu havia acabado o curso há duas semanas, mas o CEO da Char's de Londres não me liberou para voltar enquanto ele não ficou convencido que eu estava apta a mudar de função. De quem havia sido aquela exigência, talvez eu nunca soubesse. Mas finalmente, depois de meses intermináveis, eu estava pronta para voltar.

Aquele dia na empresa foi extremamente produtivo e divertido, toda a equipe era maravilhosa, e a vibe era mais tranquila, porque o diretor não era um carrasco que demitia os funcionários por estar de mau humor.

Meu voo estava marcado para a manhã seguinte, então saí com os colegas de trabalho para uma despedida improvisada, acabei chegando ao hotel mais tarde do que pretendia, mas não o suficiente para não encontrar Sofia ainda esperando por notícias, ela sabia da minha volta e parecia bem ansiosa para tal.

Tomei um banho rápido, me organizei, organizei a roupa que viajaria e terminei de arrumar as malas antes de deitar-me preguiçosamente naquela cama enorme. Por fim, liguei para Sofia, por chamada de vídeo, e a mulher atendeu quase que imediatamente

– Você não deveria estar dormindo? Vai perder a hora do voo!

– Olá, senhorita Carson, boa noite!

– Para mim ainda não está tão tarde, então vou ignorar sua gracinha

– Ih gente, tá de mau humor?

– Não, estou ansiosa, quero ir buscar você agora mesmo!

– Não seja assim, estarei aí em breve!

– Eu vou te pegar no aeroporto, mas Paulina insiste em ir também

– E porque isso seria um problema?

– Porque não vou poder te dar uns amassos no banco de trás!

– Sofia! Céus!

– Eu gosto de deixar você sem graça, sabia?

– Eu preciso dormir, realmente, ou vai que eu perca o voo? — desviei do assunto

– Não brinca com isso, mulher, nos vemos amanhã?

– Conte com isso, meu amor.

– Dorme bem!

– Você também!

-

Na manhã seguinte eu estava uma pilha, acabei não dormindo nada, nervosa pela ânsia de voltar pra casa, de voltar para ela. Como eu já tinha tudo organizado, não me dispus a perder tempo, Londres era uma cidade incrível, mas eu queria muito pisar em solo americano de novo.

Fiz check-out no hotel, levei todas as minhas coisas para um táxi e menos de uma hora depois eu estava no aeroporto, bastante adiantada por sinal, mas eu não ligava muito. Aproveitei o tempo para fazer o desjejum numa cafeteria de lá mesmo, talvez me arrependendo um pouco por deixar um rim ali.

Mandei mensagem para Ally, Sofia e Paulina, avisando que já estava no aeroporto, e que o voo estava programado para o horário que eu havia passado realmente, até então, não haveria atrasos.

Algum tempo depois uma mensagem da minha mãe me deixou intrigada, ela estava questionando quando eu voltaria, pois ela precisava falar comigo e a ligação internacional sairia muito cara. Até pensei em ligar, mas como eu já estava voltando, resolvi deixar para contatá-la quando estivesse em casa.

Despachei minha bagagem e fiquei de bobeira até finalmente o embarque ser autorizado, depois de me acomodar na aeronave, tirei uma foto rápida e mandei para Sofia. Ousei escrever "Voltando para você, meu amor". Hesitei um pouco antes de mandar, mas acabei enviando. Desde o julgamento, nos aproximamos muito, e estava ficando comum nos chamarmos de formas mais carinhosas, mas nenhuma de nós ainda havia se atrevido a dizer as palavrinhas. Um "eu te amo" nunca deixou a boca dela por mim, nem a minha por ela. E até então estava tudo bem, eu sempre fora alguém que acreditava que amor se provava mais do que precisava ser verbalizado, e era muito claro em todas as minhas atitudes para com ela que eu a amava, e era recíproco, porém nos últimos dias eu vinha sentindo a necessidade imensa de falar, aquele sentimento não poderia mais ser guardado apenas para mim, eu o gritaria para o mundo se pudesse, então esperaria estar nos braços dela para dizer, sem medo e sem hesitação.

The Woman That No One Knows | DofiaOnde histórias criam vida. Descubra agora