6 - Encrencados? A palavra certa é mortos

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   Nas ruas de Madrid, o carro de Maiya acelerava direto pro hotel onde os jogadores do Barcelona estavam hospedados, ainda bem que o automóvel dela tinha vidro escuro.

   Apesar da ômega não achar que alguém reconheceria o brasileiro ao seu lado. Neymar estava encolhido contra o banco do passageiro, se enrolando firmemente no coberto que foi lhe dado.

   Iniesta lhe esperava dentro da recepção com uma mochila e ansioso pra receber notícias sobre o que estava acontecendo, quando Borges apareceu correndo foi o seu momento de ter respostas. Ele e os outros só tinham sido informados que o ômega ousado sofreu uma leve torção e precisaria ficar fora por uns cinco dias no máximo, mas assim que não o viram no ônibus de volta ao hotel começaram a ficar mais preocupados.

   – Maiya, onde ele está? – falou Andrés (A primeira coisa era garantir que o menino estava bem). – A lesão no tornozelo é ruim? O garoto está bem?

   A mochila de roupas já estava nas mãos da brasileira enquanto conversavam.

   – Não tenho muito tempo – falou Maiya (Explicando). – Foi apenas uma torção comum, Ney vai ficar bem.

   – Então porque ele não está aqui?

   A ômega precisava ser rápida.

   – Eu sinto muito, Iniesta, vou mandar uma mensagem contando tudo com mais detalhes depois – falou Borges (Conferindo a mochila). – Ney está prestes a entrar no cio.

   O capitão não precisava de mais palavras.

   – O garoto se sente inseguro longe de casa.

   Nunca havia sido tão grata pela velocidade de pensamento de Andrés.

   – Exatamente. Então eu preciso ir.

   A brasileira queria acreditar que talvez Neymar pudesse passar o cio onde estava hospedado, afinal tinham mais cheiros familiares de jogadores do Barça naquele hotel do que consigo sozinha em casa. No entanto, Maiya levou em conta que o ômega ousado gemendo a cada minuto que queria o seu alfa James (do time rival) infartaria os antigos colegas, então os poupou dessa vez.

   Ela estava de volta ao seu carro num piscar de olhos, dirigindo pra sua casa agora.

   A camisa de Rodríguez ainda estava com a ômega, mas não sabia em que pé os dois estavam nessa questão de almas gêmeas, então achou melhor não atender as súplicas do brasileiro pelo nome do alfa gentil ao seu lado.

   Borges tinha pegado a roupa alheia pro amigo ter algo que de algum jeito o fizesse sentir que estava próximo do colombiano, só que não foi idiota ao ponto de dar aquela camisa ainda.

   Podia não ter percebido na hora, mas o que acelerou o cio do ômega ousado foi ter sentido o cheiro de James, quando esbarraram com metade do time madridista no corredor em direção ao departamento médico. Então não arriscaria encurtar o seu tempo de colocar Neymar num lugar seguro dando a camisa que poderia desencadear uma reação imediata.

   O brasileiro se sentia agitado no banco, só que não queria sair do calor aconchegante do coberto com o cheiro conhecido de frutas silvestres. Ele tinha consciência que não iria demorar muito pro seu corpo ficar ainda mais quente ao nível que o seu período de calor chegava, então decidiu aproveitar esse pequeno conforto enquanto ainda aguentava estar dentro das roupas.

   A fachada da casa da brasileira já podia ser vista, o lugar era afastado do centro da cidade e vizinhos não eram um problema.

   No momento em que Maiya estacionou o seu carro, já foi abrindo a porta pra correr até o outro lado, o ômega ousado estava sendo carregado de novo e se sentia uma criança, mas não foi teimoso de achar que conseguiria andar com o estado de suas pernas que se pareciam com geleia e o tornozelo ainda doendo.

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