3 - A primeira impressão é uma merda

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   A capital da Espanha aos olhos de Maiya era completamente diferente de Barcelona.

   Não que tivesse algo de especial pra ela dizer, apenas não era a cidade que foi o seu lar por cinco anos.

   A brasileira já estava em Madrid fazia duas semanas e amanhã seria o seu primeiro treino com a camisa merengue.

   Ainda era tão estranho.

   Borges disse pra Iniesta que não iria voltar, mas agora tudo o que queria estar em casa.

   A ômega tentou falar com os seus ex-colegas mais uma vez por telefone, mas nenhum deles atendeu ou respondeu as suas mensagens (com exceção de Andrés).

   Nenhum otimismo sobre a sua nova equipe também, Maiya assistiu uma partida de treino com o técnico. Os jogadores dirigiam olhares cheios de punhais pra si, os únicos que chegaram a ser amigáveis foram James, Marcelo, Casemiro e Iker.

   O colombiano era muito educado, fofo e gentil, tanto que pensou que ele não seria capaz de maltratar alguém.

   Marcelo e Casemiro eram seus amigos. Eles se conheceram nas festas de Neymar e na seleção nacional, então o que acontecia em campo ficava em campo. Era bom ter pelo menos duas pessoas que não lhe odiavam no clube (Rodríguez não contava, porque era muito gentil pra odiar uma pessoa).

   Iker era o capitão do time, então a brasileira achava que ele foi mais profissional do que amigável, mas o goleiro ainda era descontraído enquanto falava consigo e teve que contar aquilo como um gol no seu placar.

   Existia um quarto jogador, Lucas Vázquez, o outro ômega era adorável. O espanhol lhe cumprimentou com um sorriso agradável e talvez até teria vindo socializar se um jogador que reconheceu de longe ser Toni Kroos não tivesse puxado o corpo alheio antes.

   Borges viu as bochechas do pequeno Lucas ficarem tingidas de vermelho e deduziu que alguém com certeza tinha uma queda por Kroos.

   Os gêneros secundários não eram segredo (apenas se você não quisesse revelar), todos sabiam já que os jogadores eram figuras públicas, mas era comum que ninguém fora do círculo pessoal (família e amigos) soubesse como era o seu cheiro em particular.

   Várias especulações eram feitas sobre os feromônios de muitos atletas.

   A ômega não tinha que fazer especulações.

   O primeiro treino dela começava em duas horas e Maiya não conseguia dormir, tentando pensar em como lidar com os jogadores que agora eram os seus colegas.

   A brasileira se lembrava de sentir o cheiro de muitos betas e memorizou uns quatro alfas (haviam mais que eram da mesma classe, só que demoraria muito contar), entre eles poderia dizer que estavam Toni Kroos, Marco Asensio, James Rodríguez e Cristiano Ronaldo. E os ômegas foram Lucas Vázquez, Isco, Marcelo, Sergio Ramos, Iker Casillas e alguns outros.

   Ela percebeu que não iria dormir, decidindo começar a arrumar tudo pra ir treinar.

   Os primeiros dias de Borges na capital foram dentro de um hotel, depois usou o resto do tempo livre pra procurar uma casa. E conseguiu achar uma perfeita, cores suaves sem chamar muita atenção. O perfeito contraste entre moderno e rústico. Todos os quartos eram a prova de som, cozinha espaçosa, sala de estar aconchegante, área de churrasco com piscina e um campo (não que estivesse otimista sobre fazer uma festa com o seu novo ou antigo time).

   A ômega tomou uma ducha no banheiro grande que tinha no quarto, as suas coisas ainda estavam chegando, mas a maior parte das roupas já encontrou lugar no seu novo guarda-roupa, o branco da camisa era estranho e parecia zombar dela.

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