5 - Neymar e James estão encrencados

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   Neymar se concentrou em respirar enquanto era carregado pro departamento médico.

   Ele estava xingando mentalmente todos os malditos instintos naturais, os cios do brasileiro tinham uma rotina, aconteciam uma vez por mês, geralmente no finalzinho, mas agora eram difíceis de prever.

   Por seu amigo, Gabriel Jesus, essa era a segunda vez que entrava no período de calor só nesse mês.

   Os dois tiveram sorte que o bloquedor de cheiro aguentou até chegarem no departamento médico, porque assim que o ômega ousado foi colocado na cama o adesivo se desgrudou do seu pescoço e o cheiro puro de mel tomou conta da sala (ainda bem que esses lugares foram equipados com um bom sistema de ventilação justamente pro caso de algum jogador entrar no cio).

   Maiya começou a andar de um lado pro outro logo depois que deixou Neymar se deitar, a preocupação do que tinha descoberto correndo os seus nervos.

   A maioria da pessoas não poderia saber se uma pessoa havia encontrado a sua alma gêmea sem que a própria contasse ou mostrasse a sua marca.

   Mas a ômega não fazia parte da maioria.

   Por causa da sua hipersensibilidade olfativa conseguia perceber mudanças sutis nos cheiros das pessoas.

   Neymar e James descobriram ser almas gêmeas.

   O brasileiro não precisou de muito pra entender que tinha sido pego no flagra. Ele sabia sobre o olfato mais apurado que o normal da Borges e aquela expressão apenas confirmava as suas suspeitas, só que nesse momento não conseguia se importar com o fato de mais alguém saber o segredo que lutou pra ignorar.

   – Você tem noção do quanto isso será complicado, Ney? – perguntou a brasileira (Com seriedade).

   A mente do ômega ousado estava meio nublada, então interpretou aquilo como se Maiya estivesse brava consigo.

   – Me d-desculpa, May... Por favor, não v-vai embora – (Neymar odiava os malditos hormônios que vinham junto do cio, porque ele estava chorando, mesmo que fosse insignificante no momento). – Eu não q-queria ignorar você. Mas a gestão d-disse que tínhamos que agir como se fôssemos rivais e... e...

   A ômega colocou o rosto alheio entre as mãos e limpou as pequenas lágrimas.

   – Tudo bem, filhote – (Borges sabia que ter uma conversar durante aquele estado seria inútil). – Vamos conversar melhor depois.

    Uma mulher, que se não lhe falhasse a memória fazia parte da equipe médica do Barcelona, entrou na sala. Muito provavelmente ouvindo dos jogadores sobre a sua vinda pra trazer o brasileiro.

   – Desculpem a demora – falou ela (Já percebendo os feromônios no ar). – Faz muito tempo que o corpo dele está se preparando pro cio?

   Bom, a brasileira lembrava que o ômega ousado estava estranho antes mesmo do início da partida, mas o tempo exato era difícil de dizer e o próprio não parecia muito concentrado pra responder qualquer pergunta.

   – Ele estava esquisito quando nos encontramos no túnel antes da partida começar.

   – Entendo. Mas alguma coisa? Ouvi sobre uma possível lesão?

   – O seu tornozelo do pé direito foi esmagado pelo peso de outros dois jogadores.

   Neymar segurava o braço de Maiya com medo dela ir embora e deixá-lo aqui no meio da cova dos leões de Madrid.

   A médica olhou, torceu, apertou e fez anotações numa ficha. Depois explicou a gravidade da lesão, tudo isso junto dos resmungos doloridos do brasileiro.

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