48 - E se...

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   Sergio e Cristiano decidiram de uma forma muita madura quem levaria David pro hotel (Iker proibiu Maiya de oferecer carona, apenas porque não queria assistir a notícia do desaparecimento da sua alma gêmea no dia seguinte, onde o principal suspeito era a brasileira).

   Um jogo perfeitamente aceitável de pedra, papel e tesoura.

   O português ainda estava indignado por ter perdido aquela droga, mesmo depois de ter insistido pela revanche e perder... outra vez.

   O alfa tentou persuadir eles que poderia muito bem pedir um carro pra não dar trabalho pra ninguém (o verdadeiro motivo era que estava com medo de Messi pular na sua garganta dentro do automóvel).

   Mas apesar dos seus piores julgamentos, nada aconteceu.

   A viajem foi sem qualquer tensão escondida.

   Na verdade, o inglês não sentia nada além de nostalgia ao assistir o casal de craques.

   O alfa convencido dirigia com segurança, as vezes olhando de soslaio pra sua alma gêmea e balançando a cabeça com um sorriso divertido, vendo algo no outro que Beckham não podia de onde estava sentado.

   O argentino encarava a janela desde que entraram no carro, descansando a cabeça do vidro e suspirando algumas vezes. Apenas quando ouviu o leve som da risada de Ronaldo que virou pra encarar o mesmo e David foi capaz de entender o porquê do divertimento inicial.

   O ômega dorminhoco estava emburrado, as bochechas um pouco cheias enquanto franzia as sobrancelhas.

   Na opinião do inglês, Leo estava obviamente irritado em ter que levá-lo pro hotel, mas conhecia o sentimento que era refletido nos olhos de Cristiano naquele momento.

   O próprio estava se divertindo com a demonstração quase infantil do companheiro, se sentido privilegiado por ver um lado novo do parceiro predestinado e como consequência o seu peito se enchia daquela coisa quente e estranha que fazia tudo parecer diferente (um diferente tão bom), mesmo as coisas mais comuns.

   Beckham ainda se lembrava da sensação, toda vez que Iker lhe mostrava um traço da sua personalidade que desconhecia sentia a mesma coisa, como se estivesse desvendando terras inexploradas que nenhum aventureiro ousou colocar os pés.

   Uma pena que na primeira oportunidade de ir embora daquela terra de navio o seu aventureiro escolheu zarpar.

   Ele voltou pra realidade ao ouvir o som de um tapa e uma risada mais alta que a primeira, vendo a cena do português se encolhendo ao sentir a mão do ômega dorminhoco lhe acertar no ombro.

   A atmosfera mudou pra algo mais descontraído.

   O casal de craques ficava se provocando até os dois terminarem rindo sem qualquer restrição e por um momento David se sentiu um invasor por testemunhar um momento só... deles.

   Uma saudade invadiu o seu corpo e de repente queria estar perto de Casillas, aos velhos tempos onde tudo era mais fácil. Mas não se deixou abalar com as memórias do passado, afinal estava aqui indo embora com a certeza de que tinha dado um grande passo no processo de reconquistar a confiança do espanhol.

   Ainda que pensasse que aquela chance foi mais mérito de Sarah junto de alguns outros do que algo feito por si.

   O caminho pro hotel foi tranquilo e o ambiente ficou agradável.

   Messi cantarolava alguma melodia, a mão do alfa convencido estava na coxa do mesmo e os dois pareciam nem se lembrar que o inglês estava no banco de trás.

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