2 - A notícia se espalha

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Maiya se recusou a fazer qualquer aparição pública até resolver as últimas pendências.

O primeiro passo foi demitir o seu empresário idiota, o segundo foi explicar a confusão pra sua única família (a avó quase arrancou os cabelos) e o último foi conversar com os seus colegas de time, isso se eles pelo menos ouvissem.

Algum outro imbecil da gestão decidiu que anunciar a sua saída antes de resolver as coisas no clube era uma boa ideia e todos os seus amigos ficaram sabendo quando assistiram na tv ao invés de ouvir da sua boca.

O ano de 2017 já tinha começado, eles estavam em janeiro e o campeonato espanhol havia voltado das paralisações de fim de ano.

Os colegas da brasileira se sentiram traídos e Borges não podia culpá-los por nada, porque era tudo culpa daquela armação e o seu óbvio desleixo, esperando o momento certo pra contar.

Que velho clichê: "Não existia momento certo pra algumas coisas".

Os torcedores vaiaram a ômega nas últimas duas partidas que fez vestindo a camisa blaugrana, as redes sociais eram divididas entre aqueles que a chamavam de vira-casaca e outros que a defendiam dizendo que só podia ser um mal entendido.

E nem precisava comentar sobre os twitters dos jogadores e torcida do Real Madrid, porque não eram nada animadores também.

O seu voô era daqui algumas horas, uma entrevista lhe esperava horas depois de pousar e os seus novos companheiros de time estavam tão ansiosos pra ter uma culé .

Ela ficou sentada na arquibancada do centro de treinamento, olhando todos lhe evitando, em alguns minutos teria que dirigir pro aeroporto.

Depois de receber tanto silêncio dos seus colegas por dias, podemos dizer que não esperava sentir uma mão no seu ombro e muito menos ver o capitão do Barcelona vindo ter uma conversa.

- Maiya - falou Iniesta (Em cumprimento). - Como você está?

Que pergunta boa.

- Muito bem - falou a brasileira (Com sarcasmo). - Estou indo jogar no time rival, os meus colegas que pensei serem amigos não falam comigo e todo mundo parece me odiar.

Andrés mordeu o lábio inferior, apesar do status de beta que fazia o seu cheiro ser fraco, a hipersensibilidade olfativa denunciava pra Borges que o capitão estava incomodado.

- Por que não contou que iria partir? - perguntou ele (Sentando ao lado dela). - E ainda mais pro Real Madrid?

- Acha mesmo que se eu soubesse esconderia de vocês? - (A ômega não conseguiu deixar a mágoa longe da sua voz). - Eles armaram pelas minhas costas.

- O que?

- A gestão do clube recebeu uma sondagem do Real Madrid três semanas antes da final no Camp Nou. Por causa da dificuldade financeira do clube, eles e o meu ex-empresário idiota decidiram sozinhos que era uma boa oportunidade de sair do vermelho - falou Maiya (Olhando de volta pro campo). - Então resolveram discutir sobre um contrato sem me consultar. O pior foi que confiei naquele maldito traidor, porque o clube fez uma recomendação e assinei algum papel estúpido concordando com tudo. Uma bela lição, né? Não assinar nada sem ler, outro desleixo que cometi.

- Você não...

A brasileira já sabia o que ele iria dizer.

- É claro que não. Eu nunca faria isso com vocês sem avisar da minha saída - falou Borges. - Eu fiquei sabendo depois e iria contar, mas algum outro imbecil da gestão soltou a notícia antes.

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