A Liga dos Aliados

38 - Os três motivos...

   Leo estava tentando continuar firme. Não podia se abalar com questões pessoais faltando tão pouco pra jogarem a final da Liga dos Aliados.

   Mais três dias. Apenas mais três dias e então tudo voltaria a ser como era antes. Ele só veria Cristiano em eventos em comum ou confrontos entre Barcelona e Real Madrid.

   Talvez se o argentino ficasse longe do outro poderia esquecer que tinha se apaixonado.

   Messi jurava que tentou ao máximo manter a mentalidade de que eram apenas amigos. Que tentou ficar longe dessa coisa de amor.

   Mas uma força invisível que não sabia como nomear fez tudo dar errado no meio do caminho.

   (Primeiro que essa força invisível somos nós, falaram os deuses do futebol. Segundo, nada deu errado. Vocês que estão complicando as coisas).

   E fez o ômega se sentir envolvido naquele sentimento tão... caloroso, só que ao mesmo tempo muito doloroso.

   Os pequenos detalhes conquistaram o menor, como o jeito de Ronaldo tratar bem o seu filho sem esperar nada em troca. Os toques carinhosos de beijos na testa, abraços e as vezes segurar as mãos que o português parecia nem perceber que fazia. As conversas trocadas durante a madrugada quando não conseguiam dormir e qualquer um deles acabava indo até o quarto do outro. E havia aquele jeito todo superprotetor de Cristiano em torno de si.

   O alfa já defendeu ele de comentários maldosos dos repórteres, discutiu com jogadores e o juíz por sua causa. Uma vez brigou até mesmo com o técnico do Real Madrid por telefone quando esse falou coisas a respeito do argentino.

   Foram tais atitudes que confundiram Leo também, lhe fizeram sentir que era especial, mas não significavam nada agora.

   Cada vez que Messi fechava os olhos se lembrava de todas as palavras que o mataram por dentro.

   O maior mesmo sem saber encontrou uma cicatriz do ômega que havia sido recentemente curada e a abriu de novo quando discutiram na casa do próprio naquele dia. Depois jogou sal na ferida ao zombar de si junto de Sergio e até mesmo James.

   Sinceramente, o argentino não estava falando com nenhum deles no momento e achou ótimo (todos poderiam dizer que era mentira).

   A prioridade máxima na sua lista de preocupações era Thiago, precisava pensar num jeito de conversar com o filho e explicar que ver Júnior novamente seria complicado.

   Enquanto isso, Cristiano gastou todo o seu tempo planejando um pedido de desculpas, o alfa não sabia se era o melhor, só que ainda iria tentar.

   Ronaldo estava preparado pra não ser perdoado, mas estava pedindo desculpas por estar realmente arrependido, então mesmo que o argentino não aceitasse, iria continuar tentando até esse acreditar em si de novo.

   Era um homem crescido no final das contas e não era cego, apenas um imbecil. As coisas que disse pro outro foram algo... que nem ele gostaria de escutar em nenhuma circunstância.

   O alfa fez o companheiro acreditar que era substituível e indesejado por si. Abriu uma ferida antiga que nem mesmo sabia o quão complicado foi pra cicatrizar.

   Nunca tinha sido a sua intenção ser a causa de tanto sofrimento, mas acabou sendo o responsável.

   A verdade era que a ideia do argentino ir embora, deixando ele junto de Júnior pra trás e nunca mais dando notícias... Foi muito dolorosa.

   Então pra não terminar como todos os outros que vieram antes de Leo e fingiram se importar consigo e o filho, se afastou da melhor forma que conhecia.