Capitulo 9 - O impossível acontece

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Imagine uma nova história para sua vida
e acredite nela.
(Paulo Coelho)

Me sinto livre, me sinto uma pessoa nova, uma Emily segura de si, agora andando pelas ruas de Artenis, não me preocupo mais com cicatrizes, com pesadelos ou com o peso de um poder tão grande que é a monarquia, mas acho que um pensamento sempre irá voltar para me assombrar, o que aconteceu com minha mãe?

George notou o clima ruim e tenso que ficou após aquela grande revelação, então tratou de me fazer engolir o café e sair de casa "para ver o lindo dia lá fora" o sol está fazendo minha pele ferver, tudo aqui é calor, as pessoas andam com roupas curtas, como bermudas e camisetas, as mulheres com vestidos batendo no joelho e sem mangas, eu sou a única fora de moda por aqui.

Cavalos circulam levando mercadorias, carruagens indo em direção ao castelo, lojas e mais lojas abertas, mercados, barraquinhas vendendo frutas, nunca tinha visto nada disso, tudo que olho é novidade, pareço uma criança em seu primeiro balanço ou quando ganha um brinquedo novo, George ri das minhas reações.

- Acredito que você sendo uma nobre nunca tinha andado livremente pelas ruas não é?- Ele pergunta entre risos

- Sim, isso é espetacular! Não entendo por que meu pai proíbe eu e minha irmã de andarmos livremente.

- Não se deixe enganar Emily, nisso seu pai está certo, quando os rebeldes invadem algum reino, tudo o que você está vendo fecha ou é destruído, vira um caos, não iria ser nada bom você e sua irmã no meio de uma rebelião-George explica e entendo seu ponto de vista.

Nunca presenciei uma rebelião, nunca passei por um dos ataques, mas sei o que comentam nos outros reinos, deve ser horrível uma situação dessas, ter que se esconder em porões para proteger suas vidas, espero realmente não ter que passar por isso. E outro mistério que ronda Cristalya, por que é o único reino que não é atacado por rebeldes?

Chegamos em uma pequena lojinha, onde tem muitas roupas de todos os estilos possíveis, mas claro que os tecidos são diferentes do que eu via no castelo, esses são mais simples e menos macios, mas olho os vestidos e cada um é mais lindo que o outro, George para no balcão onde tem uma simpática senhora fazendo contas em um papel.

Ele fala uma palavra que eu não entendo, parece outra língua( e olha que eu já fui obrigada a estudar francês e espanhol) essa parece mais com grego, então do nada a mulher dorme, dorme?

- O que...mas como?-Fico confusa.

- Entenda Emily, eu sei que isso não é certo, e o que vamos fazer não é roubar, essa mulher me devia, inventei um aparelho que calcula, e ela comprou fiado, não me pagou, já faz mais de três meses, ou seja, só estou pegando meu dinheiro em mercadorias.

- E precisava matar a mulher para isso?-Pergunto enquanto chuto o pé da mulher, ela não tem nenhuma reação.

- Não a matei, é um feitiço muito simples, ela só está tendo um sonho, agora vá rápido e pegue algumas roupas para você, vou fazer o mesmo-Ele diz e vai em direção as bermudas e camisas.

Pego um vestido que gostei desde o início, preto que vai até meus joelhos, esse tem mangas, apesar de eu não me incomodar mais com minhas cicatrizes, não quero que ninguém veja, seris muitas perguntas para responder, então todos os vestidos que escolho são de mangas.

Quando acho que já está bom chamo por George, que está encostado no balcão com um sacola nas mãos, colocamos meus vestidos em uma outra sacola, e então quando estamos na saída ele estala os dedos e a mulher lá na loja acorda meio tonta (ela caí da cadeira).

- Precisa me ensinar isso, pode ser muito útil para meu futuro-Digo com humor.

- Criança, não esqueça de usar seu poder com sabedoria-Ele diz novamente sendo o filósofo que é, reviro os olhos.

As princesas do Reino Cristalya~Vol.1~Onde histórias criam vida. Descubra agora