À NOITE
Lucero saiu da produtora na hora de sempre e só passou em casa para tomar um banho e se arrumar, logo partindo para a casa de Beatriz. Ao chegar, ela estacionou o carro na rua mesmo e entrou, carregando as sacolas de presentes e desviando das crianças que corriam e das mesas em que os adultos estavam sentados. Assim que a viu, a irmã abriu um lindo sorriso e correu até ela.
− Que bom que você veio! – Beatriz deu um forte abraço em Lucero e um beijo estalado na sua bochecha.
− Claro, eu disse que viria. – Lucero riu, retribuindo o beijo no rosto de Beatriz. – Onde guardo esses presentes?
− Ah, é melhor você entregar para eles. – Beatriz procurou as crianças com o olhar. – Crianças, venham cumprimentar a tia Lu! – ela falou alto.
Lucas, Larissa, Eduardo e Nina estavam conversando em um canto e se aproximaram de Lucero. Na verdade, apenas os mais novos achavam legal ter uma tia que quase não viam porque os outros eram meio indiferentes à ela como achavam que ela era a eles, já que quase nunca os encontrava e nem fazia questão.
− Titia! – Larissa e Lucas falaram animados e abraçaram Lucero.
− Oi, meus amores, feliz aniversário! – Lucero deu um beijo na cabeça de cada um. – A titia trouxe presente.
− Como se diz? – Beatriz perguntou sorrindo ao ver Lucas e Larissa pegando as sacolas das mãos de Lucero.
− Obrigada. / Obrigado. – Larissa e Lucas falaram, olhando as sacolas, interessados.
− E vocês, não vão abraçar a tia? Eu também trouxe surpresinhas. – Lucero sorriu para Nina e Eduardo.
− Oi, tia. – Nina falou desanimada.
− Oi. – Eduardo falou frio.
Lucero também abraçou e beijou Nina e Eduardo. Seus sobrinhos na verdade eram bem parecidos pelo menos fisicamente, só Eduardo que tinha o cabelo preto igual ao de Gustavo, os outros eram ruivos como Beatriz. Os adolescentes agradeceram, abrindo os presentes, mas pararam ao verem uma boneca e uma pista de carrinhos de controle remoto. Não era possível que a tia estivesse errado até um presente para eles.
− É sério que você me trouxe uma boneca? – Nina fez careta, mostrando a boneca.
− Há muito tempo eu não brinco de carrinho. – Eduardo comentou.
− Eu não gosto de bolsa. – Larissa lamentou.
− E eu nem sei andar de skate. – Lucas deu de ombros.
Lucero arregalou os olhos. Mesmo Christian tendo mostrado diversas vezes as cores diferentes dos embrulhos, ela ainda foi capaz de se esquecer e trocar todos os presentes das crianças.
− Não, gente, eu me confundi, desculpa. – Lucero falou sem graça e pegou a boneca de Nina. – Esse é seu, meu amor. – ela entregou para Larissa e pegou a bolsa, dando à outra sobrinha. – Agora vocês. – Lucero também trocou os presentes de Lucas e Eduardo. – Pronto, agora espero que esteja do agrado de vocês. – ela lançou um sorrisinho amarelo.
Beatriz segurou a risada. Às vezes ela achava que Lucero não fazia questão mesmo de conviver com as crianças, mas a verdade era que ela não tinha jeito.
− Presentes entregues, agradeçam a titia e vão brincar que a mamãe vai levar ela para conversar com as outras pessoas. – Beatriz falou.
Uma a uma das crianças iam abraçando e agradecendo a Lucero pelo menos por educação, como era o caso de Nina e Eduardo. Eles tinham adorado os presentes, mas realmente não tinham apreço pela tia. Logo que eles saíram, Beatriz enganchou o braço no da irmã.
− Agora vamos. A tia Kelly está aqui. – Beatriz falou animada.
− Eu não acredito nisso. – Lucero falou entredentes e com um sorriso forçado.
Kelly era uma senhora viúva que não tinha filhos e ficou com toda a herança do marido. Tia paterna de Lucero e Beatriz, ela sempre marcava em cima para que a loira também se casasse e fosse mãe assim como a irmã fazia, a diferença era que Beatriz falava com amor enquanto Kelly era por simples prazer em criticá-la. Logo chegaram à mesa onde estavam ela e Gustavo conversando e tomando refrigerante.
− Olha, quem é viva sempre aparece. – Gustavo se levantou rindo e abraçando Lucero.
− Como vai? – Lucero sorriu, retribuindo o beijo que Gustavo deu no seu rosto e o soltando.
− Lucero, finalmente participando de alguma reunião familiar, minha filha. – Kelly comentou.
− Eu não tenho a vida ganha como você, titia, preciso trabalhar. – Lucero beijou o rosto de Kelly e se sentou ao lado dela.
− Porque você quer, poderia muito bem escolher um marido rico para te bancar.
− Vê se eu tenho cara de quem faz isso. – Lucero apontou o próprio rosto, fazendo cara de tédio.
− Eu vou te servir de refrigerante, minha irmã. – Beatriz falou rindo, já pegando a garrafa de refrigerante.
− Não tem uma cervejinha?
− Em aniversário de criança, Lucero?! – Beatriz ergueu a sobrancelha.
− Verdade. – Lucero fez careta. – Então eu aceito refrigerante mesmo, obrigada. – ela sorriu doce, estendendo o copo para Beatriz despejar o líquido.
Gustavo e Beatriz se perderam em uma conversa com Kelly enquanto Lucero apenas ouvia e tomava sua bebida calmamente, vendo as crianças correrem de um lado para o outro. Realmente aquele não era o seu lugar e ela esperava que sua irmã cortasse logo o bolo para ela ir embora dali. Minutos depois, percebendo que ela estava quieta, Kelly resolveu alfinetá-la novamente.
− E você, Lucero, não se anima a ter os seus filhos vendo os da sua irmã assim?
− Pelo contrário, me dá ainda mais vontade de fugir. – Lucero deu o último gole no refrigerante.
− Cuidado para não encalhar de vez.
− Não ficando chata que nem a senhora, para mim já é lucro. – Lucero sorriu irônica.
− Mas eu não sou encalhada, eu já fui... – Kelly falava ofendida, mas Beatriz interrompeu.
− Vamos cortar o bolo. Me ajuda, Lu. – Beatriz se levantou e puxou Lucero com ela.
Beatriz sabia como Lucero era explosiva, principalmente quando se metiam em sua vida particular, por isso resolveu intervir antes que começasse uma briga em plena festa.
− Que mulher chata. – Lucero bufou.
− Ela só faz essas coisas para atingir você.
− E consegue. – Lucero revirou os olhos.
Beatriz conseguiu reunir todos os convidados ao redor da mesa com a ajuda de Lucero e antes de começarem a cantar o parabéns, Larissa puxou a tia.
− Vem, titia.
Lucero sorriu surpresa, mas ficou ao lado de Beatriz para cantar os parabéns. Larissa gostava dela, só que ela não achava que era ao ponto de fazer com que ela participasse dos momentos em família. Gustavo acendeu as velinhas e começaram a cantar e aplaudir, fazendo Lucero ter que ajudar a apagar as velas junto com a família. Após comer um pouco do bolo, a mulher se despediu de todos e finalmente foi à balada, onde achava que era o seu verdadeiro mundo.
~ * ~
Lucero não tá querendo arrumar briga em plena festa não, né? KKKKKKKKKKKK <3
Prestem atenção na tia Kelly :s
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De Repente Mãe
RomantikLucero era uma mulher independente, que vivia para o trabalho e nem pensava em se casar apesar da relação colorida que tinha com o seu vizinho do apartamento da frente, Manuel Mijares. Um dia, sua irmã Beatriz sofre um grave acidente de carro que ti...