DIAS DEPOIS
Como dito, a audiência não demorou a ser marcada e todos estavam nervosos, mas confiantes de que tudo daria certo. Apesar de ser parte importante naquele processo, Manuel não poderia entrar na sala de audiência com Lucero e por mais que ela estivesse pedido que ele ficasse em casa com as crianças, ele preferiu levá-las para esperar do lado de fora. Horas depois, ele andava em expectativa enquanto Nina e Eduardo olhavam tensos e Lucas e Larissa brincavam por ali quando Lucero saiu da sala do juiz, séria.
− E então? – Manuel parou de repente, nervoso.
− Fala, tia. – Nina roía as unhas.
Lucero encarava a todos, com os olhos cheios de lágrimas.
− Nós conseguimos. – Lucero sussurrou com a voz embargada. – Vocês são meus... Meus filhos. – ela falou chorando e abraçou Nina e Eduardo.
Todos comemoraram e se juntaram ao abraço, ouvindo um pedido da recepcionista para não fazerem barulho e eles riram entre lágrimas. Era quase impossível estarem juntos e ficarem quietos.
− Eu sabia que tudo daria certo. – Manuel enxugou as lágrimas de Lucero.
− Obrigada por ter estado ao meu lado desde sempre. – Lucero deu um selinho demorado em Manuel.
− Amor. – Manuel segurou a mão de Lucero e ela se desvencilhou das crianças, ficando de frente para ele. – Agora que tudo está resolvido, eu acho que nós podemos marcar a data do nosso casamento. Eu não quero mais esperar nem um minuto para tornar você a minha esposa.
Lucero sorriu. Não havia clima para planejar um casamento com Nina fora de casa, num momento onde com certeza ela não conseguiria nem mesmo comparecer à cerimônia, mas tudo tinha terminado bem e ela não via a hora de oficializar a sua união com Manuel, isso se Nicole esperasse mais um pouco para nascer.
− Sim, Manuel, eu quero me casar com você o mais rápido possível. – Lucero respondeu com um grande sorriso.
Manuel retribuiu o sorriso e acariciou a bochecha de Lucero, começando outro beijo apaixonado. Nem em seus melhores sonhos imaginava que seria esposo e pai dos filhos da sua querida vizinha que não se permitia ficar em nenhum lugar em sua vida além da sua cama algumas vezes na semana. A mulher parou o beijo, rindo enquanto as crianças aplaudiam novamente e ela balançou as mãos para eles se calarem, fazendo-os rirem com ela.
− Titia, agora eu devo te chamar de mamãe e o tio Manuel de papai? – Larissa perguntou.
Lucero suspirou, encarando Manuel. Desde o início, ela pensava e até já havia comentado com ele sobre aquele assunto. Mesmo amando suas crianças, ela se sentia uma intrusa na vida de Beatriz apesar de todos encararem com normalidade, ela ocupava seu lugar na casa e na vida dos filhos dela, mas apesar disso, sua própria irmã tinha deixado tudo aquilo para ela sem nenhuma hesitação e até sem ela querer, não era justo que proibisse seus meninos de terem outros pais também no sentido mais completo da palavra, principalmente Lucas e Larissa que ainda não lidavam muito bem com o fato de serem órfãos.
− Vem cá. – Lucero se sentou e puxou Larissa para o meio de suas pernas. – Os seus pais sempre serão a Beatriz e o Gustavo. Eu sei que hoje vocês nos amam como amam a eles e sabem que também os amamos como filhos exatamente como amamos a Nicole, todos vocês por igual. Apesar disso, eu não quero que vocês se sintam forçados a nada, se um dia vocês quiserem nos chamar de mamãe e papai, nós ficaremos muito felizes em ouvir, mas se não, tudo bem, o nosso amor nunca vai mudar, entenderam? – ela sorriu emocionada, segurando o queixo de Larissa, mas também encarou os outros.
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De Repente Mãe
RomantizmLucero era uma mulher independente, que vivia para o trabalho e nem pensava em se casar apesar da relação colorida que tinha com o seu vizinho do apartamento da frente, Manuel Mijares. Um dia, sua irmã Beatriz sofre um grave acidente de carro que ti...