Capítulo 35

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DIAS DEPOIS

Lucero tinha voltado a ficar sem qualquer notícia de Nina, mas como sabia que ela já estava na escola, a mulher resolveu tentar encontrá-la com a ajuda da diretora que era sua amiga de certa forma. Assim que deixou Lucas e Larissa na sala de aula, ela partiu para a diretoria, batendo na porta e colocando somente a cabeça para dentro.

− Com licença. Posso falar com você?

A diretora sorriu surpresa ao ver Lucero. Há muito tempo que ela não a via, pois seus outros sobrinhos costumavam ser bem calmos e como ela não estava mais cuidando de Nina, quase nunca era chamada na diretoria, apesar de que depois de ter trocado de tutora, a moça vivia no piloto automático na escola, nem mesmo conversava com Eduardo, seu próprio irmão, por pura proibição de Kelly.

− Lucero? Entre. Que surpresa boa, eu não esperava ver você. Sente-se. – a diretora apontou uma cadeira em frente à ela.

− Obrigada. – Lucero se sentou. – É, você já deve saber o que aconteceu. – ela suspirou, encarando as mãos no colo.

− Sei sim e sinto muito por isso, eu vejo o quanto você se esforça para cuidar dessas crianças. – a diretora alcançou o braço de Lucero que assentiu, forçando um sorriso. – Olha, se precisar da minha ajuda, eu garanto que não tenho nada de ruim para falar de você.

− Foi mais ou menos por isso que eu vim. – Lucero fez careta e a diretora a encarou, confusa. – Eu estou completamente impossibilitada de ver e até falar com a Nina, mas como sei que ela já voltou a estudar, eu queria saber se você pode me deixar encontrá-la aqui. – ela pediu sem graça e nervosa.

− Eu faria isso com o maior prazer se a Nina estivesse aqui hoje. – a diretora coçou a nuca.

− Ela não está? Ela quase nunca falta, será que adoeceu? – Lucero franziu o cenho.

− Eu não faço ideia, ia até ligar para a tia dela para saber o que aconteceu.

Nessa hora, o celular de Lucero tocou e ela viu que era Nina ligando do seu antigo número, mas não podia comentar com a diretora aquela história que só a família sabia.

− Com licença, eu vou precisar atender. – Lucero falou rápido.

− Fique à vontade.

Lucero foi para o final da sala e atendeu a ligação, nervosa. Ela não sabia se ficava feliz por ouvir a voz de Nina ou mais preocupada, já que ela disse que só ligaria quando houvesse algum problema.

INÍCIO DA LIGAÇÃO

− Nina? Oi, minha filha, aconteceu alguma coisa? Eu estou aqui na sua escola e a diretora disse que você não veio. Está tudo bem?

− Tia, você disse para ligar quando a Kelly saísse e me deixasse trancada. Foi isso que aconteceu hoje, eu me arrumei para ir à escola, mas ela não estava aqui e eu não sei onde ela foi. – Nina falou baixo.

O coração de Lucero deu um salto. Apesar de Nina estar com medo, talvez estivesse na hora dela voltar para casa de uma vez por todas.

− Você fez muito bem em me avisar. Daqui a pouco eu estou chegando aí.

− Tia, mas o que você vai fazer? – Nina perguntou apreensiva.

− Não precisa se preocupar, eu vou resolver tudo. Até já, te amo.

FIM DA LIGAÇÃO

Lucero guardou o celular, eufórica. A diretora olhava de onde estava, sentada em sua mesa, e estranhava o nervosismo da mulher e o fato dela estar falando muito baixo ao celular.

De Repente MãeOnde histórias criam vida. Descubra agora