Capítulo 23

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NO FIM DE SEMANA SEGUINTE

Para todos, os dias se passaram voando e logo tinha chegado o momento mais temido, a partida de Manuel. Lucero estava cedo no aeroporto com Nina, Eduardo, Lucas e Larissa e como em todos os últimos dias, tentava se fazer de forte para não atrapalhar os sonhos do namorado quando na verdade, sua única vontade era correr dali e chorar até ele voltar. A última chamada do voo soou alto e todos se levantaram para se despedirem.

− Ei. – Manuel falou baixo e abraçou Lucero com força. – Se cuida, viu? Eu prometo que não vou parar de pensar em você nem um dia.

− Você tem que pensar em estudar e não em mim. – Lucero forçou um sorriso. – Não vai dar mesmo para fazer uma visita nesses seis meses? – ela perguntou com a voz embargada.

− Será muito difícil, amor, a empresa só vai bancar ida, estadia e volta. Se eu quiser vir terá que ser com o meu dinheiro, mas farei o possível. – Manuel suspirou.

− Eu garanto que se eu pudesse, eu que iria até você. – Lucero desviou o olhar.

− Eu sei, mas você tem que cuidar de tudo por aqui enquanto eu não volto. O tempo vai passar rápido, você vai ver. – Manuel sorriu de leve. – Eu te amo. – ele deu um selinho demorado em Lucero.

Lucero abraçou Manuel com força outra vez e ele a apertou. Se a conhecia bem, assim que ele passasse por aquele portão de embarque, ela desabaria no choro, mas o lado bom era que mesmo sem ele, a mulher nunca voltaria a guardar os sentimentos, pois seus sobrinhos a apoiariam quando fosse necessário. Ela tirou o rosto do pescoço dele e o beijou intensamente.

− Eu te amo. Vai com Deus. – Lucero segurou o rosto de Manuel com uma mão, o encarando de perto para gravar cada detalhe dele na mente, ainda que sempre fossem se ver por vídeo.

Manuel puxou a cintura de Lucero e a beijou apaixonadamente. Ele não sabia quando faria aquilo outra vez, então as crianças e as outras pessoas que o desculpassem pela cena de amor em pleno aeroporto. Minutos depois, eles se soltaram e esfregaram os narizes como sempre, mas logo Lucero deu espaço para que as crianças se despedissem dele. Ela observava a tudo com os olhos quase transbordando de lágrimas e após a última chamada ser mais uma vez anunciada, Manuel encarou cada um.

− Se cuidem, por favor, família. Eu amo vocês.

Lucero engoliu o seco, segurando o ombro de Larissa. Manuel começou a passar pelo portão de embarque, mas se virou de costas e acenou mais uma vez, fazendo todos retribuírem. Quando enfim ele desapareceu, Lucero desabou em um choro silencioso, mas a menina a olhou e se preocupou.

− Titia, você está bem?

− Estou, meu amor. A titia só está triste porque vai sentir saudades. – Lucero soluçou e se abaixou, abraçando Larissa.

Lucas se aproximou e também abraçou Lucero. Eduardo e Nina se encararam e se abaixaram, fazendo o mesmo. Poucas vezes na vida, eles viram a tia chorar e se ela estava daquele jeito na frente deles era porque realmente precisava de conforto. A mulher estava mais mudada do que pensava, ela ainda escondia os próprios sentimentos, mas não tanto quanto antes e naquele momento ela se sentia completamente sozinha com quatro crianças, já que desde o primeiro dia, Manuel a ajudava incansavelmente a cuidar delas, mas para sua sorte, ele viajou depois que a deixou já tendo uma boa relação com cada um. Quando Lucero se acalmou, eles foram para casa e entraram em silêncio.

− Meus amores, vão tomar um banho. Eu vou descansar um pouco, mas prometo que o jantar sai na hora. – Lucero suspirou, largando a chave do carro na mesinha de centro.

− Você está bem? – Nina encarou Lucero.

Lucero suspirou novamente. Ela duvidava que ficaria bem até ter Manuel de volta, mas como disse a ele, se tinha uma coisa que ela sabia fazer era se adaptar às novas realidades, então terminaria se acostumando com a distância temporária e ainda que não fosse tão rápida, seus sobrinhos já estavam preocupados demais com ela e tristes pela partida do homem que viam como um segundo pai, portanto não mereciam sofrer por ela também.

De Repente MãeOnde histórias criam vida. Descubra agora