NO FIM DE SEMANA SEGUINTE
Para todos, os dias se passaram voando e logo tinha chegado o momento mais temido, a partida de Manuel. Lucero estava cedo no aeroporto com Nina, Eduardo, Lucas e Larissa e como em todos os últimos dias, tentava se fazer de forte para não atrapalhar os sonhos do namorado quando na verdade, sua única vontade era correr dali e chorar até ele voltar. A última chamada do voo soou alto e todos se levantaram para se despedirem.
− Ei. – Manuel falou baixo e abraçou Lucero com força. – Se cuida, viu? Eu prometo que não vou parar de pensar em você nem um dia.
− Você tem que pensar em estudar e não em mim. – Lucero forçou um sorriso. – Não vai dar mesmo para fazer uma visita nesses seis meses? – ela perguntou com a voz embargada.
− Será muito difícil, amor, a empresa só vai bancar ida, estadia e volta. Se eu quiser vir terá que ser com o meu dinheiro, mas farei o possível. – Manuel suspirou.
− Eu garanto que se eu pudesse, eu que iria até você. – Lucero desviou o olhar.
− Eu sei, mas você tem que cuidar de tudo por aqui enquanto eu não volto. O tempo vai passar rápido, você vai ver. – Manuel sorriu de leve. – Eu te amo. – ele deu um selinho demorado em Lucero.
Lucero abraçou Manuel com força outra vez e ele a apertou. Se a conhecia bem, assim que ele passasse por aquele portão de embarque, ela desabaria no choro, mas o lado bom era que mesmo sem ele, a mulher nunca voltaria a guardar os sentimentos, pois seus sobrinhos a apoiariam quando fosse necessário. Ela tirou o rosto do pescoço dele e o beijou intensamente.
− Eu te amo. Vai com Deus. – Lucero segurou o rosto de Manuel com uma mão, o encarando de perto para gravar cada detalhe dele na mente, ainda que sempre fossem se ver por vídeo.
Manuel puxou a cintura de Lucero e a beijou apaixonadamente. Ele não sabia quando faria aquilo outra vez, então as crianças e as outras pessoas que o desculpassem pela cena de amor em pleno aeroporto. Minutos depois, eles se soltaram e esfregaram os narizes como sempre, mas logo Lucero deu espaço para que as crianças se despedissem dele. Ela observava a tudo com os olhos quase transbordando de lágrimas e após a última chamada ser mais uma vez anunciada, Manuel encarou cada um.
− Se cuidem, por favor, família. Eu amo vocês.
Lucero engoliu o seco, segurando o ombro de Larissa. Manuel começou a passar pelo portão de embarque, mas se virou de costas e acenou mais uma vez, fazendo todos retribuírem. Quando enfim ele desapareceu, Lucero desabou em um choro silencioso, mas a menina a olhou e se preocupou.
− Titia, você está bem?
− Estou, meu amor. A titia só está triste porque vai sentir saudades. – Lucero soluçou e se abaixou, abraçando Larissa.
Lucas se aproximou e também abraçou Lucero. Eduardo e Nina se encararam e se abaixaram, fazendo o mesmo. Poucas vezes na vida, eles viram a tia chorar e se ela estava daquele jeito na frente deles era porque realmente precisava de conforto. A mulher estava mais mudada do que pensava, ela ainda escondia os próprios sentimentos, mas não tanto quanto antes e naquele momento ela se sentia completamente sozinha com quatro crianças, já que desde o primeiro dia, Manuel a ajudava incansavelmente a cuidar delas, mas para sua sorte, ele viajou depois que a deixou já tendo uma boa relação com cada um. Quando Lucero se acalmou, eles foram para casa e entraram em silêncio.
− Meus amores, vão tomar um banho. Eu vou descansar um pouco, mas prometo que o jantar sai na hora. – Lucero suspirou, largando a chave do carro na mesinha de centro.
− Você está bem? – Nina encarou Lucero.
Lucero suspirou novamente. Ela duvidava que ficaria bem até ter Manuel de volta, mas como disse a ele, se tinha uma coisa que ela sabia fazer era se adaptar às novas realidades, então terminaria se acostumando com a distância temporária e ainda que não fosse tão rápida, seus sobrinhos já estavam preocupados demais com ela e tristes pela partida do homem que viam como um segundo pai, portanto não mereciam sofrer por ela também.

VOCÊ ESTÁ LENDO
De Repente Mãe
RomansaLucero era uma mulher independente, que vivia para o trabalho e nem pensava em se casar apesar da relação colorida que tinha com o seu vizinho do apartamento da frente, Manuel Mijares. Um dia, sua irmã Beatriz sofre um grave acidente de carro que ti...