Capítulo 14

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DIAS DEPOIS

As coisas tinham voltado ao normal. Lucero e as crianças viviam muito bem na antiga casa deles, foi ainda mais fácil do que todos pensavam por eles já conhecerem o ambiente, e seu namoro com Manuel também estava dando certo, fazendo ela ter mais certeza do que queria e sentia por ele. Em um dia de trabalho, Lucero estava concentrada em uma reunião com toda a equipe da produtora para inserir um novo artista no mercado.

− Eu acho que a ideia inicial após o lançamento do disco seria investir em uma super produção de um clipe e... – o gerente de Marketing fazia sua apresentação de estratégias em frente ao telão quando o celular de Lucero tocou, interrompendo a todos.

− Me desculpem. – Lucero falou sem graça e recusou a chamada rapidamente. – Podem continuar.

Mas o telefone de Lucero recomeçou a tocar e ela bufou. Provavelmente não seria nada de importante, já que não era um número salvo na sua agenda.

− Lucero, acho melhor você atender. – o diretor falou.

− Não precisa, não é número conhecido. – Lucero falou, colocando o celular no silencioso.

De repente, o celular vibrou na mão de Lucero e era o colégio das crianças lhe ligando. Seu mais novo instinto de mãe lhe alertou, alguma coisa tinha acontecido, o que a fez perceber que as ligações do número privado também não eram a toa.

− Com licença, agora eu vou precisar atender. Continuem sem mim. – Lucero nem esperou respostas e saiu da sala de reuniões.

Todos olharam pelo caminho que Lucero passou, confusos. Nem um segundo depois que a mulher tinha se negado a atender a chamada duas vezes, ela resolveu atender como se fosse a coisa mais importante da vida dela. A loira sempre foi bastante estranha, mas ultimamente estava ainda mais, o que era compreensível se os últimos acontecimentos fossem levados em conta. Eles se esqueceram daquele assunto enquanto ela atendia o celular ainda na porta da sala de reuniões.

INÍCIO DA LIGAÇÃO

− Alô?

− Bom dia, aqui é do Colégio Mira Flores, eu gostaria de falar com a responsável pela aluna Larissa Lários Hogaza, Lucero Hogaza.

− Pois não? Sou eu, a tia da Larissa. Aconteceu alguma coisa com ela? – Lucero se preocupou mais.

− Senhora, que bom que atendeu, estávamos tentando falar com a senhora. Acontece que a menina está passando um pouco mal, após o lanche, ela colocou tudo para fora e está se queixando de dor na barriga.

− Vocês têm Dramin em gotas? – Lucero passou a mão no rosto, nervosa.

− Sim, mas quisemos avisar antes para o caso de haver contra indicações.

− Claro, vocês fizeram o certo. Podem pingar vinte gotinhas e dar para ela em um copinho. Estarei chegando em dez minutos.

− Está bem, obrigada.

− Eu que agradeço. Até mais.

FIM DA LIGAÇÃO

Lucero respirou fundo, tentando se acalmar. Era a primeira vez que uma das crianças adoeciam com ela e por sorte, a mulher sabia ao menos quais remédios deveria dar. A novidade era ter que sair do trabalho antes do expediente acabar, logo ela que tinha o costume de fazer o contrário, passar horas a mais, só que ela não teria condições de continuar ali sabendo que Larissa estava precisando dela. A mulher entrou na sala novamente e todos se viraram para ela, deixando-a sem graça. Ela não tinha mais cara de interromper aquela reunião.

De Repente MãeOnde histórias criam vida. Descubra agora